É assustador ver a maioria dos dirigentes do MPLA subjugada à ala fascistóide de extrema-direita, refém do capital estrangeiro e do FMI, advogados da perpetuação no poder de um regime dócil, capacho, ditatorial e “assassino da democracia”.
Por William Tonet
Um poder autoritário e insensível ao clamor dos povos, garante da manutenção do “novo colonialismo”, defensor da espoliação das matérias-primas, promotor do desemprego, fome e miséria, através do neoliberalismo económico, defensor de impostos altos, juros criminosos e alta dos preços dos produtos da cesta básica, que trata a maioria dos autóctones como escória da sociedade, enquanto a minoria dominante vive como nababos, sob protecção dos Estados Unidos, Europa ocidental, China, Rússia, insensíveis e indiferentes a alternância do poder, através de eleições livres, justas e transparentes, desde que mantenham o contínuo controlo da soberania económica. O terceiro mandato se consolida… Se o patriotismo no seio do MPLA não vir ao de cima e unir-se a sociedade civil, para inverter o quadro, estaremos paiados!
Definitivamente, João Lourenço, a ser verdade, que autorizou a compra, com dinheiro público, segundo o Club-K, de um avião executivo luxuoso de 19 lugares, Bombardier Global 7500, por 75 milhões de dólares, para uso pessoal da primeira-dama, Ana Dias Lourenço, num momento em que o país está assolado, por uma profunda crise económica, social e política, por incompetência e má gestão do próprio Executivo, não vaticina abandonar o poder de acordo o n.º 2 do art.º 113.º da Constituição, que impõe “até dois mandatos como Presidente da República”.
Não quero, resisto em acreditar, mas, a ser verdade, mesmo verdade, estamos diante do mais abjecto regabofe “monárquico – despesista”, que escancara, a seu belo prazer, os cofres do Estado, indiferente a calamidade social, que leva milhares a fome e miséria.
A compra de um bem considerado supérfluo (jacto particular, para esposa) juntam-se, recorrentes procedimentos administrativo-legais de contratação simplificada, denunciados pela ministra das Finanças, por violadores da lei de contratação pública, que impõe a realização de concursos públicos, para as empreitadas do Estado.
O que espanta é não existir, até à data, um desmentido oficial à notícia e se quem cala consente… então, está tudo dito. Lamento!
E, com isso, existe plena convicção de JLO estar blindado a um terceiro mandato, quer através de uma alteração constitucional, com a compra de deputados da oposição para obtenção de 2/3 (n.º 1 do art.º 169.º), ou a instauração do estado de sítio (n.º 2 do art.º 58.º CRA), contando com o apoio cego dos órgãos de Defesa e Segurança (Polícia, FAA, SINSE), subjugados ao seu mando, enquanto comandante em chefe das FAA, pese ser líder de um partido político, violando o art.º 207.º CRA: “forças armadas serem apartidárias”.
O poder parece não ter limites de tal monta que, em 2023, mandou bugiar tudo e todos, incluindo Constituição e leis, aprovando, discricionariamente, 309 contratos por ajuste directo: 87%, representando 3,4 biliões Kwz, a pessoas e empresas, alegadamente, próximas.
O total de contratos, entre ajustes directos e concursos públicos foram de 377. Mas, aqueles que deve(m)riam ser a regra (concurso público) e não a excepção, como imperativo de transparência, boa gestão e não corrupção, foram apenas 68 aprovados por João Lourenço representando 0,3%, equivalente a 12 mil milhões de Kwz, numa clara demonstração de poder absolutíssimo, ante os poderes, partidário (MPLA e UNITA); judicial (Tribunal Supremo, Tribunal Constitucional); Legislativo (Assembleia Nacional).
A contratação simplificada é lesiva ao país, por ser fiel aliada da corrupção, nepotismo e peculato, sendo por si só, motivo suficiente para o sancionamento desta prática nociva, por parte dos poderes legislativo e judicial, uma vez os prejuízos terem, em 2023, aumentado 300% em relação a 2022, passando de 523,5 mil milhões kwz para pouco mais de 2,1 biliões kwz.
Em Abril de 2023, segundo o Expansão, a directora-geral do Serviço Nacional de Contratação Pública (SNCP), Lígia Vunge, denunciou os contratos por ajuste directo, aprovados pelo Presidente João Lourenço agravados pela não comunicação ao organismo competente, indiciando um oceano de suspeições, dado os privilegiados do costume, nomeadamente, Omatapalo, Sociétte Fraçaise D´Equipamente Hospitalar, Turkish Aerospace, Dar Angola, Brighten Strabegy, Operations, Focus Education, Adone Project Managent, Gemcorp, Elecnor Servicius, Siemes Mobility, VC Horizonte 21, Nuctech, Acquacorp e Wedo, entre outros.
Porque o MPLA se cala? Porque os seus dirigentes se acovardam, diante de erros e de uma política de raiva e ódio, empreendida pelo líder, desde a ascensão ao poder, “matando” a incipiente, classe média, levando o país para a bancarrota e descredibilizando a actual política de extrema-direita do partido há 49 anos de poder.
Diante de tantos erros, um dos históricos do MPLA, Dino Matross reconhece estar mal o partido, existir pouco trabalho nas bases, daí a derrota nas eleições de 2022, em Luanda e outras províncias. Obviamente, por medo ou prudência, não vá o diabo tecê-las preferiu não apontar o dedo de responsabilidade a João Lourenço.
Ser convidado a participar nas festas do fim do fascismo e ditadura, no 25 de Abril em Portugal e, na casa do anfitrião, dar uma festança, gastando mais de 5 milhões de euros, quando nega assistência a ex-doentes renais, neste país, negociar com os sindicatos, um salário mínimo nacional, parece um verdadeiro paradoxo, agravado por, o MPLA, quase em simultâneo, ter
Organizado, em Luanda, outra festa grande, gastando, segundo fontes internas, mais de 310 milhões Kwanzas, para homenagear o músico Matadidi Mario.
Esbanjar e desperdiçar dinheiro público, como se o país (?Angola?), fosse propriedade exclusiva do MPLA demonstra a força da ditadura fascista e de extrema-direita, que visa perpetuar-se no poder.
João Lourenço está a demonstrar ter o controlo absoluto dos órgãos de defesa e segurança e, que, por esta razão espezinha tudo e todos, como se tivesse um controlo remoto, a comandar uma matilha de covardes, traidores e lambe botas, que não se indignam.
Ninguém, no seu juízo perfeito, imagina que alguém no final do segundo e último mandato, ousasse desbravadamente, “assassinar” as finanças públicas, desta forma, sabendo estar a dar combustível à oposição, que pode incluir estas práticas no art.° 127.° (Responsabilidade criminal) da Constituição.
Havendo 20 milhões de pretos pobres, 5 milhões de crianças, fora do sistema de ensino, 50% sem apanhar vacina, 1,5 milhões a comer, diariamente, nos contentores e monturos de lixo, 6 milhões de desempregados, as despesas supérfluas são uma ofensiva provocação e incitamento a convulsões sociais, com objectivos espúrios ou inconfessos.
E, neste regabofe, a elite partidária e governamental não se pode eximir de responsabilidade. Eles são cúmplices e nada os iliba, ainda que evoquem medo, ameaça, para não denunciarem os desvarios, porquanto a omissão, quando danosa e dolosa, configura o crime de suborno e traição à pátria.
A Europa ocidental, os Estados Unidos, Israel e a China silenciam as arbitrariedades, as violações dos direitos humanos, as injustiças, os genocídios e a fraude eleitoral, em troca da entrega de terras aráveis, florestas, rios, mares, matérias-primas, banca comercial e telecomunicações.
Este holocausto económico e social, praticado pelo Executivo, apoiado pelo capital estrangeiro, contra a maioria autóctone, tem, agora, nos pobres, uma séria oposição que se intelectualiza com as disciplinas da fome, miséria e desemprego, ministradas nas universidades da vida.
Em Maio de 2024, os autóctones com mais de 1 milhão de costa marítima não têm peixe, por contratos criminosos assinados pelo Executivo, com a União Europeia e China, cujos navios arrastões levam tudo, deixando migalhas e desemprego dos nossos pescadores, obrigados a encostar as chatas e traineiras.
Criminosa sacanagem!
Mas para continuar no poder, em 2027, a liderança do MPLA, já não se importa de entregar a soberania económica dos angolanos, aos especuladores ocidentais, chineses, árabes e fundamentalistas islâmicos, quer privatizar a banca comercial pública (para encobrir os crimes dos financiamentos e empréstimos sem garantias dados a elite partidocrata), a SONANGOL, ENSA, TAAG, ENDE, EPAL, ENDIAMA, Caminhos de Ferro, Aeroportos, enfim o país e, se possível, também, os angolanos como escravos.
A incipiente democracia está na ponta do fuzil, a ditadura já domina a arma. O MPLA está descaracterizado e distante das políticas sociais, por se ter bandeado para a extrema-direita fascista, corre o risco de extinção, ainda que se imponha pela força das armas, em 2027.
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