ALA DO MPLA CELEBRA FRACASSOS DE JOÃO LOURENÇO

Higino Carneiro disse que o MPLA é um partido desorganizado e desunido. Vou usar as palavras de Higino Carneiro contra o próprio Higino Carneiro. Se vocês não conseguem organizar e unir o vosso partido acham mesmo que conseguirão organizar e unir um país com mais de 35 milhões de habitantes?

Por Malundo Kudiqueba

Esta pergunta não é só para Higino Carneiro é para todos vocês reflectirem. Então vocês andam a celebrar as derrotas do presidente e esquecem-se de que o fracasso do João Lourenço tem reflexos no país e na vida do nosso povo. É impressionante como as brigas internas e as vinganças pessoais podem obscurecer a visão sobre o que realmente importa: o bem-estar de Angola e de seus cidadãos.

Dizem que o MPLA é o partido dos camaradas mas não vejo camaradagem nas vossas atitudes. Vocês comemoram cada tropeço do governo do presidente João Lourenço como se fosse um golo de uma final do campeonato do mundo de futebol. É como se estivessem aplaudir a queda do avião enquanto ainda estão a bordo. O problema é que, enquanto alguns saboreiam a derrota do líder, esquecem-se que o impacto disso é sentido por todos os angolanos.

É interessante como, na política, a dinâmica de atribuição de vitórias e derrotas pode revelar aspectos complexos da natureza humana e das relações de poder. Enquanto a vitória é geralmente celebrada como um triunfo colectivo, a derrota tende a ser vista como uma responsabilidade individual, especialmente atribuída ao líder em exercício.

Este comportamento da velha guarda do partido leva-nos à seguinte abordagem: O MPLA precisa de uma renovação real. Não basta apenas mudar os rostos; é necessário mudar a mentalidade. A liderança deve ser baseada em mérito e compromisso com o progresso, e não em quem consegue manipular melhor as alianças internas.

Conspirações no MPLA não são novidade, mas a intensidade com que alguns membros trabalham para garantir o fracasso da própria liderança é impressionante. É quase como se houvesse uma competição interna de sabotagem, onde o prémio é a satisfação de ver o chefe cair em desgraça. Os novos candidatos à liderança não são apenas figuras políticas, são estrategas de primeira linha num jogo interminável de “quem derruba quem”. Parece que todo mundo tem uma conta para acertar e um plano secreto pronto para ser executado.

A estratégia de alguns camaradas é torcer pelo naufrágio do próprio navio, desde que possam culpar o capitão e, quem sabe, tomar o leme. É do conhecimento de todos que João Lourenço e o seu governo têm cometido vários erros, mas celebrar secretamente a desgraça do vosso partido fazendo parte do mesmo é algo do outro mundo.

O desespero é tanto que há uma ala dentro do MPLA que parece apoiar mais a UNITA do que o próprio partido deles. Essa ala do MPLA que conspira contra o próprio partido age como se estivesse num jogo de xadrez, onde cada movimento é calculado para enfraquecer o rei. Cada falha do presidente é vista como uma oportunidade de avanço para os seus rivais internos, que esperam pacientemente a hora de dar o xeque-mate.

Se a política fosse uma competição de quem consegue criar as melhores estratégias de vingança, o MPLA certamente estaria no topo. Mas, infelizmente, o país precisa mais do que rivalidades pessoais e ajustes de contas. Precisa de líderes que coloquem o bem-estar da população acima de tudo. Cada fracasso do presidente não é apenas uma vitória para aqueles que desejam sua queda; é uma derrota para o país inteiro. Quando as políticas não funcionam, quando as promessas não são cumpridas, quem paga o preço é o povo. E o povo está cansado de pagar por uma guerra política que não traz nenhum benefício real. O foco deveria estar em resolver os problemas do país, não em alimentar rivalidades internas.

Enquanto os “camaradas” conspiram e celebram as falhas, as escolas continuam a precisar de melhorias, os hospitais carecem de recursos e a economia luta para se manter à tona. A energia gasta em intrigas poderia ser usada para criar estratégias que realmente façam a diferença na vida dos cidadãos. Mas, em vez disso, o MPLA vai-nos exibindo um jogo de poder que só agrava a situação. É essencial lembrar que a liderança política deve ser orientada pelo serviço ao povo. As guerras internas e a satisfação com o fracasso alheio não fazem parte de uma governança responsável e eficaz.

O MPLA tem a obrigação de colocar os interesses do país acima das suas disputas internas. Cada membro deve perguntar-se como as suas acções estão a contribuir para o progresso de Angola e não apenas para seus ganhos pessoais.

Celebrar as derrotas do presidente é uma estratégia míope que só serve para enfraquecer ainda mais o vosso partido e, por consequência, o país. É hora de deixar de lado as vinganças e trabalhar em conjunto para construir um futuro melhor para todos os angolanos.

O país precisa de líderes que estejam dispostos a colocar o bem-estar da nação em primeiro lugar, acima de qualquer rivalidade ou desavença pessoal. Portanto, em vez de festejar as falhas, o MPLA deveria focar-se em como transformar essas dificuldades em oportunidades de crescimento e união. Só assim será possível superar os desafios e garantir um futuro próspero para Angola e seu povo. Afinal, a verdadeira vitória não está na queda de um líder, mas no sucesso de toda a nação.

FUTURO DO MPLA ESTÁ NAS MÃOS DE VELHA GUARDA

O MPLA precisa urgentemente de apostar em candidatos para o futuro, e não em figuras do passado que estão mais preocupadas com vinganças do que com o progresso do país. Essas guerras internas não trazem nenhum benefício para o povo angolano, que fica à mercê de uma política estagnada e cheia de rancores.

Em vez de debates produtivos sobre políticas públicas e estratégias de desenvolvimento, temos uma série de reuniões onde a pauta principal é a vingança. Parece mais um roteiro de novela mexicana do que a gestão de um partido político. E enquanto esses “camaradas” se envolvem em suas disputas pessoais, quem realmente sofre é o povo, que vê as suas necessidades a serem esquecidas em favor de joguinhos de poder.

Os eleitores estão cansados de ver as mesmas caras e os mesmos comportamentos destrutivos. O que o país precisa é de sangue novo, ideias frescas e líderes que estejam genuinamente comprometidos com o bem-estar da população. O futuro de Angola não pode ser construído com os mesmos tijolos velhos de vingança e rivalidade.

É hora do MPLA parar de olhar pelo retrovisor e começar a focar-se no pára-brisa. Os desafios que o país enfrenta são complexos e exigem soluções inovadoras, e isso não vai acontecer enquanto os líderes estiverem mais preocupados com suas guerras internas. O partido deve promover líderes jovens e visionários que possam unir, em vez de dividir, e que estejam mais interessados em construir pontes do que em cavar trincheiras.

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