O início de abertura das comportas dos aproveitamos hidroeléctricos de Laúca e Cambambe pela Rede Nacional de Transporte de Electricidade (RNT), nesta quinta-feira, 4 de Janeiro, está a deixar rastos de destruição de lavras e casas das populações que vivem e cultivam à beira dos rios ao longo dos municípios da Quissama, província de Luanda, e Dande, província do Bengo.
Por Geraldo José Letras
A equipa de reportagem do Folha 8 fez uma ronda nos municípios da Quissama e Dande, para testemunhar os gritos de socorro das populações assustadas com a subida dos níveis de água dos rios locais que já deixaram várias famílias sem casa, além de destruir e inundar os campos de cultivo.
Na província do Bengo, o pânico é geral entre os moradores dos bairros Caboxa Mifuma, Kingombe, Kixikela e tantos outros do município do Dande onde a água do rio local invadiu e continua a invadir as suas casas. Os moradores acreditam que o estado será, muito em breve, de calamidade total.
No bairro Caboxa Mifuma, onde a situação inspira Intervenção urgente dos Serviços de Protecção Civil e Bombeiros, “a água já está à beira do Bongue e a circulação está cortada”, descreveu o morador, Moniz.
As populações já começam a abandonar como podem alguns bairros dos municípios da Quissama e Dande.
O Director da RNT (Rede Nacional de Transporte de Electricidade E.P), Gilberto João, através do seu Gabinete de Comunicação e Relações Públicas anunciou terça-feira, 2 de Janeiro, que a partir desta quinta-feira, devido à subida do nível de água do rio procederia a abertura das comportas dos aproveitamos hidroeléctricos de Laúca e Cambambe.
O responsável garantiu igualmente que a sua Comissão Técnica já estabeleceu contactos com os Serviços de Protecção Civil e Bombeiros através dos Governos Provinciais de Luanda, Kwanza Norte e Malanje, incluindo as autoridades locais para que tomassem as medidas preventivas necessárias, porém, ao que a nossa equipa de reportagem constatou nos bairros afectados, nenhuma ou pouca informação circulou para alertar as populações, nem as autoridades provinciais e locais se preparam para os estragos verificados até ao momento, com excepção do município de Belas, onde a Administração Municipal já desenvolve trabalhos de prevenção.
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