Tripulantes da TAAG desmentem administração e dizem que manifestação “é um direito”

Os tripulantes da TAAG denunciaram hoje “incumprimentos” ao acordo assinado com a administração da companhia aérea, garantindo que privilegiaram o diálogo e apenas saíram à rua “face ao silêncio” da empresa, salientando que a manifestação “é um direito” constitucional.

Depois da administração da companhia aérea angolana divulgar no passado fim-de-semana um comunicado acusando o Sindicato Provincial do Pessoal Navegante de Cabine (Sinpropcn) de “comportamento desleal” e “deturpação dos dados”, na sequência de um protesto realizado no sábado, surge agora a resposta “indignada” do Sinpropcn face ao “conjunto de inverdades”, cujo objectivo é “manchar o bom nome do Sindicato”.

O Sinpropcn, num comunicado de imprensa, afirma que após as “sucessivas violações” do acordo colectivo de trabalho assinado em Novembro de 2022 com a administração da TAAG, manifestou descontentamento, verificando do lado dos gestores um “silêncio ensurdecedor”.

O Sindicato afirma ter enviado emails e cartas à administração e à tutela “privilegiando o diálogo como mecanismos de resolução”, relatando “atropelos e incumprimentos ao acordo e memorando de entendimento assinados entre as partes”.

Em causa estão falta de pagamento e controlo das ajudas de custo, descansos mínimos, insatisfação face à nova metodologia de recolha dos transportes, falta de condições no aeroporto, etc.

O Sinprocn refere, no comunicado, que após ter anunciado a intenção de “sair às ruas de forma pacífica e ordeira”, no dia 24 de Janeiro de 2023 foi convocado para uma reunião, onde foram apresentadas propostas para resolver o pagamento das ajudas de custo que, no entanto, não foram efectivadas.

Além disso, “desmente categoricamente” que tenham assinado com a TAAG um compromisso de manutenção da paz social durante o qual não iriam conduzir greves ou manifestações.

“Houve de facto a assinatura de um memorando de entendimento entre as partes, todavia o mesmo não proíbe a classe de se manifestar”, sublinham os sindicalistas, apontando que o direito à manifestação está consagrado na Constituição angolana.

Acusam ainda a administração de apenas reunir com o Sindicato perante este tipo de pressões e dizem que a direcção do Sindicato vai “continuar a lutar pelos interesses da classe”.

Por outro lado, dizem que há mais de oito anos que a TAAG não atribui uniformes, sendo estes custeados a expensas dos tripulantes.

Outro dos pontos de contestação é o “aluguer de aeronaves estrangeiras a despeito de uma manutenção que nunca é terminada”, o que é “inadmissível” para o Sinpropcn que pretende “o regresso das nossas aeronaves” ou recurso a tripulação angolana.

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