ENTRE AMIGOS, TUDO ACABA… BEM

Um suposto Oficial General das Forças Armadas Angolanas (FAA), cuja identidade a Polícia Nacional na província de Luanda faz questão de proteger, marcou o último fim-de-semana com um filme estrelado nas redes sociais onde aparece a intimidar com uma arma de fogo do tipo pistola uma condutora que se fazia transportar na sua viatura com uma criança.

Por Geraldo José Letras

Aparentemente tomado por umas cervejas ou “bitolas”, como se diz nas bandas de Luanda, o suposto Oficial General das Forças Armadas Angolanas (FAA), com mais de 50 anos de idade, trajado à civil e conduzindo um carro igualmente com matrícula civil, empunhou, em plena via pública e luz do dia, uma pistola para disparar ameaças de morte contra uma mulher acompanhada de uma criança de sete anos na viatura por esta ter, supostamente, chamado a sua atenção devido a uma condução perigosa.

O que continua a espantar os internautas é a passividade dos agentes policiais diante da arrogância, agravada com o uso da pistola em punho, do suposto general em tempos de paz que não só perseguiu até à esquadra a condutora visivelmente assustada com a criança que transportava na sua viatura, como também, teve a ousadia de proferir palavras de intimidação contra os homens da ordem e segurança públicas, dentro da esquadra, que ao invés de realizar a detenção do mesmo por intimidação, lhe davam leves palmadinhas nos ombros para o acalmar até que ele teve tempo de subir de volta na sua viatura e retirar-se da esquadra com a pistola sempre apontada contra a condutora.

JUSTIÇA ATRAPALHADA OU SELECTIVA?

O facto aconteceu no último fim-de-semana, e até a data da publicação desta matéria o suposto oficial general das Forças Armadas Angolanas não foi levado a julgamento sumário que normalmente acontecem à segunda-feira para casos registados em dias do fim-de-semana.

Diante da situação, o cidadão Genivaldo Santos, taxista de profissão, é um dos entrevistados pelo Folha 8 que questiona sem resposta das autoridades policiais “espera aí, assim o tal general intimida pessoas na via pública e agentes da polícia na esquadra e vai descansar na paz da sua casa, sem intervenção da justiça?”.

Da análise que faz ao vídeo tornado viral nas redes sociais, o motorista, Adão Cassule, diz-se surpreso com a postura do porta-voz da Policia Nacional, Nestor Goubel, que reagindo aos factos à imprensa, teve, segundo ele, dificuldades para encarar a câmara que o filmava “nem nos apresentava mais aquela voz firme a que nos habituou”.

Nestor Goubel, disse Adão Cassule, “aparecia inseguro, gaguejou, como se não dominasse a aplicação da lei nesses casos contra oficiais das Forças Armadas Angolanas e Polícia Nacional”, observaram os populares.

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