Um político com higiene intelectual (que Rui Falcão, secretário de (des)informação do MPLA, não tem), diante de um índice de rejeição popular elevado devido as danosas e dolosas políticas económico-sociais, responsáveis por 20 milhões de pobres, em 46 anos de (des)governação, não pode ter a “topetice” de antever, não só, uma vitória eleitoral folgada, em Agosto/22. Mais, não se pode vaticinar, a renovação de confiança do cidadão, explorado, discriminado e brutalizado, por mais 50 anos, salvo se tal convicção resultar de alguém, com uma íntima ligação do intestino grosso ao cérebro.
Por William Tonet
Um “monólogo entrevistal” em rádio ideológica, só poderia bifurcar na sacanagem partidocrata.
“Se algum dia, e eu espero que nos próximos 50 anos isso não aconteça, nós respeitaremos sempre aquela que for a decisão popular. Quem determina em democracia é o povo. Toda a gente sabe que o MPLA é um partido do povo e nós trabalhamos com o povo”, afirmou o partidocrata, adiantando, haver consciência do cometimento de muitos erros ao longo do percurso, mas cometido por alguns. É o apogeu da mentira, quando se sabe serem sistémicos os erros do partido no poder.
A incompetência verborreica de Rui Falcão abraçou mais uma vez, na LAC (Luanda Antena Comercial), no 15.02.22, o pedestal da truculência, indiferente às escadas de humildade e pedagogia, requerida a políticos com astral visionário.
A opção deste lançar de farpas e culpabilização aos outros: oposição, UNITA, não o(s) iliba dos monstruosos erros de incompetência governativa, ladroagem e corrupção selvagem, ao longo dos 46 anos de um poder siamês ao satânico.
O regime, na sua indiferença, manda às urtigas o sofrimento, fome, miséria, desemprego, falta de educação e saúde, imposta aos 20 milhões de pobres.
O sentimento de mudança, apela como nunca antes, fruto da literacia da juventude, por uma nova aurora. Um país mais cidadão, democrático, sem discriminação, mora na biblioteca mental da maioria dos angolanos, devido à continuidade das políticas danosas e dolosas, impostas pelo programa económico neoliberal de Manuel Nunes e João Lourenço, submissos ao capital estrangeiro e às dantescas políticas do Fundo Monetário Internacional.
“É impossível que um partido com mais de 4 milhões de membros seja composto só por pessoas santas, uma vez que qualquer representação social tem aspectos positivos e negativos”, assegurou, sem dizer, as razões de nunca ter(em) feito penitência, nem aberto um debate reconciliatório, onde seriam traçadas as linhas programáticas, para a criação de órgãos de soberania fortes, despartidarizados e independentes de qualquer poder partidocrata e económico.
Não colhe, num momento como este, últimos cinco anos, como nunca antes, assistir-se uma parte significativa de cidadãos estarem a alimentar-se nos contentores de lixo e colhendo a indiferença do secretário de informação do MPLA.
Isso significa ser o sofrimento parte do projecto deste partido, que parece ter a maldade, discriminação, desemprego, falta de educação e saúde, como mola propulsora de uma governação maquiavélica, sustentada pelo Joseph Goebbels, angolano (RF).
Um mal praticado durante tanto tempo não pode depender do comportamento individual de algumas pessoas de uma organização, mas ser a espinha dorsal desta, logo é um problema sistémico e não endémico. Se assim fosse Rui Falcão não teria problemas em justificar como mantém os filhos, no exterior do país, desde tenra idade, em zonas residenciais de luxo e colégios de top, que o seu salário não consegue justificar… Então a maldade é de grupo, a diferença é de uns roubarem mais e outros roubarem menos…
Era importante, que o secretário de informação tivesse a humildade de reconhecer, terem falhado, nos cinco anos, todas promessas eleitorais, feitas pelo seu líder e que a falha merece o escrutínio popular em Agosto de 2022.
O MPLA e João Lourenço tiveram o mérito demoníaco, de não concedendo os 500 mil empregos, colocarem 13 milhões de trabalhadores no desemprego, encerraram mais de 5 mil empresas, 5 bancos comerciais, afugentaram o dinheiro, entregaram o comércio alimentar ao sistema radical islâmico, endividou o Estado, com o arresto das empresas dos seus camaradas, numa bestialidade sem precedentes, pois não redundaram em nada de substantivo ao processo.
BOÇALIDADE INSTITUCIONALIZADA
Rui Falcão, se tivesse higiene intelectual, nesta altura não concederia uma entrevista numa emissora onde o MPLA é accionista, mas numa independente, para abrir as comportas da prepotência. Infelizmente, a lógica é de saber antecipadamente as perguntas do jornalista e, ainda, exigir que este, envie, também, as respostas… Nesse terreno fértil é fácil dizer todas as barbaridades, sem que lhe seja exibido o sentido contrário.
Neste momento em que a maioria da juventude, não tem a imagem de 1977, 1992, a mensagem deste político, não passa, não mobiliza, não capitaliza, pelo contrário.
Mas de uma coisa se pode agradecer a João Lourenço, porquanto neste período eleitoral, de elevadas exigências, não haveria pior trio para apresentar à concorrência, depois de ter queimado os cabos eleitorais, com ameaças de prisão e denúncia de corrupção.
Rui Falcão, secretário para a (des)informação é conotado como arrogante, tem péssima relação com a imprensa, é petulante, corrupto gourmet (Namibe, Benguela, onde foi governador), presunçoso, pois ataca os antecessores, mas não apresentou melhor desempenho, que Xirimbimbi e Armando da Cruz Neto.
Mais, o secretário de Informação, pese ser amigo de JLO, não é um homem impoluto, pois no currículo aloja ainda o sentido ditatorial e o abuso de poder, contra quem pensa diferente e o critica, como o fez em Benguela ao jornalista Chico Rasgado, enviado para as fedorentas masmorras do regime, por ter denunciado o desvio de bens e equipamentos públicos. Em juízo ficou provada a denúncia e absolvido o jornalista, mas ainda assim, com este péssimo histórico de “inimigo” dos independentes, foi premiado com a gestão do pelouro informativo do MPLA.
Paulo Pombolo, secretário-geral, considerado como detentor de fortes debilidades intelectuais, colhe unanimidade como corrupto 4×4, principalmente no Uíge, onde é acusado de ter desviado dinheiro público, meios imóveis de particulares, móveis do Estado, como autocarros, que os “plantou” (segundo vox populis/escondeu), numa das fazendas, também, alegadamente, roubada, a um pacato popular. Mas este curriculum manchado serviu para receber o prémio de secretário-geral do MPLA, na lógica de, no MPLA, “o crime compensa”! Nas ruas do Uíge e Norte do país é vaiado, por a sua reputação ser das piores. Não capta votos bastantes, logo…
Luísa Damião, vice-presidente, não tem estatura (não se trata de física), nem percurso político, para tão hercúlea função, salvo se for para “yes woman”. Fora do círculo não mobiliza, não cativa e, no interior, não gera unanimidade. Muitos dos seus camaradas questionam se numa vacatura, ela, Luísa Damião poderá substituir o presidente João Lourenço sendo casada com um cidadão estrangeiro (brasileiro, evangélico).
A mensagem do MPLA, nestes últimos tempos, não é credível, principalmente, por “assassinar” em hasta pública quem os enriqueceu e deu poder.
O palanque da arrogância, carimbada por homens sem sentido de humildade como Rui Falcão, um político vulgar, que se julga uma sumidade, é responsável pelos altos índices de rejeição, desconfiança e sentimento de mudança.
“MUDANÇA JÁ”! É o slogan andarilho, nos carreiros físicos e mentais de grande parte dos cidadãos, que por isso cada vez mais apelam à presença de observadores internacionais, na fiscalização do pleito eleitoral de 2022, por não confiarem também na CNE, cujo presidente é suspeito de ser dos mais fervorosos “bajuristas”, que se ancorou na INDRA, fora do regime legal de contratação pública, para consumar a fraude e batota eleitoral.
Quando questionado, a resposta não foi a mais assertiva, pois já carregava a fuga feita por Manuel Silva Manico, presidente da CNE, a um encontro com uma delegação americana, no 14.02.22, chefiada pelo ministro conselheiro da embaixada em Luanda, Gregory Segas, e pelo adido político Todd Belmear, que pretendia saber dos procedimentos administrativos eleitorais, bem como dos requisitos para acreditação atempada de ONG’s dos Estados Unidos, como observadores.
Manico colocou-se como FUJÃO, delegou no porta-voz, que não teve muita serventia e, Rui Falcão, veio no 15.02.22, fazer uma gincana sobre a observação internacional: “Nós estamos bastante interessados, até porque queremos mais uma vez mostrar o nível de organização e de qualidade com que realizamos as eleições porque isso só nos favorece. Se for em 2017, vejam o que a comunidade internacional que fez a observação das eleições disse: “É engraçado que o próprio partido que os convidou é que contrariou o que eles disseram”, explicou Rui Falcão mentindo sobre os observadores e sua qualidade. Todos, amigos e compadres africanos do MPLA, com o cabo-verdiano Pedro Pires e o santomense Pinto da Costa cuja idoneidade e reputação, não vai além do farol da Ilha de Luanda.
Mais. Justificar a existência, em qualquer processo eleitoral de erros, não colhe, quando os de Angola são descarados, pois tudo é arbitrado por uma força política, que controla, contrata e arbitra tudo, incluindo com o Tribunal Constitucional, agora presidido por uma membro do seu bureau político.
O medo do MPLA de perder as eleições nunca foi tão grande, daí apostar tudo na batota e na fraude.