João Lourenço partiu de Cabo Verde em direcção à cidade de Orlando, Estados Unidos da América, “para uma visita privada de alguns dias”. Seguir-se-á Moscovo? Em Angola continuam os 20 milhões de pobres e as notícias de que a inflação foi de 27,28 em Fevereiro, mais 2,43 pontos percentuais do que no mesmo do ano passado e que o Índice de Preços Grossistas (IPG) fixou-se, na mesma ordem de análise, em 31,18% em Fevereiro, um aumento de 3,10 pontos percentuais.
A inflação em Angola, medida pelo Índice de Preços no Consumidor Nacional (IPCN), fixou-se em 27,28% em Fevereiro, mais 2,43 pontos percentuais face ao mês homólogo, indicou o Instituto Nacional de Estatística (INE).
De acordo com os dados do INE, a alimentação e bebidas alcoólicas são as classes que mais contribuíram para o aumento do nível geral de preços (1,14 pontos percentuais) durante o mês de Fevereiro, seguindo-se os bens e serviços diversos (0,13 pontos percentuais), mobiliário e equipamento doméstico e manutenção (0,1 pontos percentuais) e transportes, vestuário e calçados, saúde (0,07 pontos percentuais cada), tendo as restantes classes contribuições inferiores a 0,07 pontos percentuais.
Os dados referentes a Janeiro e Fevereiro deste ano sobre o IPCN indicam uma variação mensal de 1,77%, representando uma desaceleração de 0,23 pontos percentuais entre os dois meses.
Das 18 províncias que registaram menor variação nos preços, no passado mês de Fevereiro, destaca-se o Bengo (1,47%, o Bié (1,61%), Luanda (1,66%) e Cunene (1,67%), enquanto registaram maior variação Huíla (2.18%), Malanje (2.13%), Lunda Norte (2,11%) e Cuanza Norte (2,06%).
A classe de vestuário e calçados foi a que registou maior aumento de preços, com uma variação de 2,10%, destacando-se ainda aumentos de preços nas classes das bebidas alcoólicas e tabaco, com 2,08%, seguindo o mobiliário, equipamento doméstico e manutenção, com 2,01% e bens e serviços diversos, com 1,97%.
A província de Luanda registou uma variação de 1,66% entre Janeiro e Fevereiro do ano em curso, o que corresponde a uma desaceleração, entre Janeiro e o mês anterior, de 0,37 pontos percentuais ao passo que em termos homólogos verifica-se uma desaceleração na taxa de variação actual de 0,69 pontos percentuais.
Em Luanda, a classe dos transportes foi a que registou maior aumento de preços, com 2,14%, verificando-se também subidas nas classes de bens e serviços diversos, bebidas alcoólicas e tabaco, com 2,13% cada e saúde, com 2,14%.
A variação homóloga situa-se em 29,66%, com um aumento de 3,27 pontos percentuais em relação à observada em igual período do ano anterior e, comparando-se a variação homóloga actual (Fevereiro de 2022) com a registada no mês anterior, é visível uma desaceleração de 0,88 pontos percentuais.
Já a província da Huíla, a que registou maior variação mensal de preços, com 2,18% de Janeiro a Fevereiro deste ano, a classe do vestuário e calçado foi a que observou o maior aumento de preços, com 2,62%, destacando-se ainda subidas nas classes hotéis, cafés e restaurantes, com 2,59%, bebidas alcoólicas e tabaco, com 2,50%, alimentação e bebidas não alcoólicas, com 2,41%.
Na Huíla, a classe alimentação e bebidas não alcoólicas foi a que mais contribuiu para o aumento do nível geral de preços (1,29 pontos percentuais), durante o mês de Fevereiro, seguida das classes vestuário e calçado (0,18 pontos percentuais), bens e serviços diversos (0,16 pontos percentuais) e mobiliário, equipamento doméstico e manutenção (0,14 pontos percentuais, com as restantes classes a registarem pontos percentuais inferiores a 0,14.
Relativamente à província do Bengo, a que registou a menor variação de preços, com 1,47% de Janeiro a Fevereiro de 2022, observou na classe saúde o maior aumento de preços, com 2,27%, realçando-se também subidas nas classes transportes (2,01%), bens e serviços diversos (2,00%) e mobiliário, equipamento doméstico e manutenção (1,52%).
A classe da alimentação e bebidas não alcoólicas foi a que mais contribuiu para o aumento do nível geral de preços, com 0,89 pontos percentuais, durante o mês de Fevereiro, seguida das classes bens e serviços diversos (0,12 pontos percentuais), transportes (0,11 pontos percentuais), mobiliário, equipamento doméstico e manutenção e vestuário e calçado (0,06 pontos percentuais cada).
Por outro lado, o Índice de Preços Grossistas (IPG) fixou-se em 31,18% em Fevereiro, um aumento de 3,10 pontos percentuais (p.p.) comparativamente a igual período do ano anterior, indica o Instituto Nacional de Estatística angolano.
O documento do INE referente a Fevereiro passado destaca que a tendência da variação homóloga nos últimos três anos é crescente.
O IPG calcula a variação dos preços dos bens produzidos no país, assim como dos produtos importados comercializados internamente, nos primeiros níveis da transacção, nos sectores da agro-pecuária, pesca e indústria transformadora.
Relativamente a este ano, o INE avança que o IPG registou uma variação mensal de 2,22% entre Janeiro e Fevereiro, sendo 0,04 p.p. inferior à registada no período anterior e 0,01 ponto percentual inferior em relação à observada no mesmo mês de 2021.
Em Fevereiro passado, os preços dos produtos nacionais aumentaram 2,63% comparados com os preços em Janeiro, sendo a secção A – agricultura, produção animal, caça e silvicultura, a que maior aumento de preços registou com 2,89%.
“Os produtos que tiveram maior variação de preços neste grupo foram os seguintes: cenoura com 5,99%, limão com 5,59%, tomate com 4,84%, banana com 4,62%, gado bovino com 4,55%, pimento com 4,52%, repolho com 4,13%, batata-doce com 3,91%, batata rena com 3,78%, leite fresco com 3,59%, cebola com 3,47%, abacaxi com 3,38%, ginguba [amendoim] com 3,37%, mandioca com 2,98%, mamão com 2,97%, laranja com 2,36%, cabrito vivo com 1,63% e ovos com 1,51% entre os principais”, descreve o documento.
A variação acumulada dos produtos nacionais em Fevereiro foi de 5,35%.
No domínio dos produtos importados, a variação de preços em Fevereiro de 2022 reporta um aumento de 2,09% em relação ao mês anterior, influenciado pela variação de preços verificada na secção da agricultura, produção animal caça e silvicultura, com 2,41%.
A subida e preços verificou-se sobretudo na importação de maçãs (5,41%), tomate (4,55%), repolho (3,90%), alho (3,63%), grão-de-bico (3,58%), cebola (3,56%), batata rena (3,52%), abóbora (3,15%), limão (3,06%), pera (2,90%), cenouras (2,81%) e milho grão (2,18%).
A variação acumulada dos produtos importados em Fevereiro deste ano foi de 4,28%.
A inflação global em Fevereiro de 2022 foi de 2,22%, sendo os produtos importados os que mais contribuíram, com 1,60 pontos percentuais, ou seja, 72%, e os produtos nacionais com 0,62 pontos percentuais, o que corresponde a 28% do valor da inflação global.
O Instituto Nacional de Estatística divulgou igualmente os resultados do Inquérito de Preços dos Materiais de Construção (IMMC) entre Fevereiro de 2021 e Fevereiro deste ano, que revela que a taxa de variação homóloga se fixou em 21,7%, sendo a variação acumulada no período de Dezembro do ano passado a Fevereiro deste 2022 de 4,2%.
O preço dos materiais de construção é um importante indicador para o mercado da construção, conseguindo-se identificar, através da sua variação, o grau de intensidade das avtividades do sector da construção.
Nas variações homólogas, entre os grupos de materiais de construção, a classe “outros produtos sintéticos”, foi a que registou maior aumento de preços (29,1%), seguindo-se a “madeira e contraplacado” (28,8%), “vigas, vigotas e ripas” (27,4%), “produtos sintéticos” (27,3%) e “vidros e artigos de vidro” e “alço” (26,7% cada) entre os principais.
Os grupos de materiais que mais contribuíram na variação do IPMC do mês de Fevereiro são: “aço com 0,7 pontos percentuais, “cimentos e aglomerantes” com 0,5 pontos percentuais, “betão pronto” com o,3 ponto percentual, “blocos” e “alumínio” com 0,2 ponto percentual cada e “tijolos” e tubagem e acessórios de plástico” com 0,1 ponto percentual cada”, indica o estudo.
Folha 8 com Lusa
Foto de arquivo