Os títulos estão aqui. O país mudou. O país está melhor, apregoam e cantam os bajuladores… No terreno, no chão, na esquina, na respiração, no gemer, de cada um e cada uma, da maioria cidadã, que vegeta sem esperança e bússola orientadora, a realidade é outra e o horizonte é indefinido.
Por William Tonet
O país, ainda, teimosamente, chamado Angola, criação colonial, sem o crivo das várias identidades dos povos e micro-nações está transformado numa pocilga a céu aberto.
O melhor postal, exibido, orgulhosamente, em todas sessões de trabalho, no Palácio, em 2021, é o lixo, marca da mais deslavada vergonha e incompetência, num consulado assente na raiva e ódio, capitaneado por quem é apresentado como o super-poderoso chefe-presidente, João Manuel Gonçalves Lourenço, apontado, inicialmente, pelos seguidores bajús, como Messias-salvador, do MPLA/Angola, mas cujos actos, rapidamente o convertem próximo da identidade do imperador Nero, de Roma, que ante o insucesso das suas políticas, por não ter um programa de governação, incendiou a cidade, para acusar os adversários, à época, os cristãos…
A partidocracia reinante, actualmente, coloniza e neocoloniza, logo o território, só estará bom dentro de 55 anos quando o MPLA comemorar 100 anos de governo. Isto porque os decretos têm a força (legal) de entre um competente que seja independente, ou até de outro partido, e um incompetente que seja do MPLA, o Governo escolher aquele que é… incompetente.
O caso da governadora de Luanda, ex-governadora do Huambo, é um bom exemplo.
O departamento de inform(at)ação e propaganda do bureau político do comité central do MPLA, a ERCA do MPLA, a Fundação Assassino Agostinho Neto e o Pravda – Jornal da Angola do MPLA já conseguiram arranjar mais provas de dinheiro usado pelo líder de um partido da oposição para financiar campanhas de subversão nas redes sociais contra a incompetência da governação do MPLA?
Será preciso, alguém, no seu juízo perfeito fazer isso, quando em cada esquina o lixo mostra a cor dos incapazes e “assassinos” da competência e do respeito a cidadania? Não!
O MPLA unido, no tempo de José Eduardo dos Santos, já não era bom, mas tinha ricos e património, agora, dividido é pior, que uma matilha raivosa, capaz de disseminar o mal e criar danos irreversíveis, se, primeiro, a maioria dos seus dirigentes se acovardar e, depois, a juventude e cidadãos se conformarem e nada fazer para inverter o rumo dantesco do país.
Definitivamente, em cerca de quatro anos, João Lourenço não tem sido competente, na apresentação de um programa unificador das várias lianas do país, nem é capaz de incutir o sentimento de cidadania e orgulho pátrio, quando entrega de mão-beijada as principais e maioria das riquezas do território, aos estrangeiros, seguindo as regras nefastas do FMI e BM (Fundo Monetário Internacional e Banco Mundial). Os angolanos, principalmente, nos últimos quatro anos, são escravos na sua própria terra e perderam a esperança de, com João Lourenço poderem integrar um empresariado angolano forte.
O que restava, os caboucos, da tentativa de criação de empresários robustos, mesmo sendo do próprio MPLA, casta Dos Santos, a ordem é matar, matar, matar, destruir, destruir e, no final, ceder ao estrangeiro ou aos barões da casta Lourenço.
É a velha lógica: MPLA É BOM A DIVIDIR MAS MAU A UNIR!
E se dúvidas houvesse, basta ver a incapacidade de gestão da tribo do poder, ante o estado calamitoso em que se encontram os arrestados/confiscados/abocanhados, supermercados Kero, Candando e outros bens e imóveis, que estão às moscas, sem lustro, desvalorizados, por ser património dos considerados gatunos do MPLA, da casta Dos Santos, agora sob controlo da casta Lourenço, que controla os órgãos de justiça e, orgulhosos de os ter deixado sem nada (mesmo sendo da gangue ideológica: MPLA), está, masoquistamente, indiferente aos prejuízos, aos crimes causados aos trabalhadores inocentes, que foram procurar um emprego e não corruptos, estando agora, lançados ao desemprego e colocando milhares de famílias a fome, miséria, sede, falta de educação, saúde, etc..
É o pico da irresponsabilidade consciente e responsável de uma quadrilha ideológica, apenas preocupada com o poder (1975-2021), indiferente à morte de milhões de cidadãos, numa clara prática e gestão criminosa e genocida, cujos crimes não prescrevem, sendo insusceptível de amnistia e, um dia, mais cedo do que tarde, os responsáveis pela situação dramática por que passam os angolanos, serão colocados ao crivo ou da vontade divina ou do voto popular.
Isto porque, nunca em tão pouco tempo, nem mesmo no período de guerra, se viu tanta fome, miséria, desemprego, prostituição infantil, delinquência, pessoas a catar sobejos de comida, para se alimentar, ante a indiferença do Executivo, pouco se marimbando nas provações das populações, entregues à sua sorte. Nem Salazar, na Portugalidade, nem Hitler, na imperialidade nazista, fariam melhor que João Lourenço e a sua corte, porque se descobre, que o ditador português e o alemão, ante o estado de miserabilidade por que passam os angolanos, eram, afinal fetos, no domínio da maldade governativa, porquanto, davam de comer às suas populações e aos colonizados, enquanto hoje, a política económica de João Lourenço, priva os cidadãos e obriga-os “militarmente”, a viver sem comer e, se reclamarem, ainda que pacificamente e sem armas, como no 30.01/Kafunfu, Luanda ou Cabinda, levam bala e, na resistência, mísseis intercontinentais da Polícia Nacional do MPLA.
Nunca houve tanta escravatura e domínio dos empresários estrangeiros como agora.
A Presidência da República atina-se pela inteligência e hoje estaria no centro da Europa do ponto de vista comercial e intervenção activa no combate internacional ao COVID-19 com a produção em larga escala de ventiladores de marca: NGOLACOD, a partir da empresa EFACEC, detida por uma angolana, que teria de disponibilizar, em fase de instrução processual, por alegada corrupção, duas linhas de produção, vocacionadas à produção de equipamentos para acudir às necessidades nacionais: hospitais e internacionais, venda, para recuperação de dinheiro fresco de que os cofres públicos carecem.
Mas a eleição da bestialidade político-jurídica levou ao seu confisco, transferindo de bandeja, para Portugal, a sua titularidade, quando Angola, conscientemente, escancarou debilidades, que o governo luso aproveitou, quando em cheque estavam 3.500 postos de trabalho de portugueses. Assim, ante a burrice de uns, emergiu a inteligência republicana e patriótica de outros, que legitimamente levaram à sua nacionalização, com os encargos bancários a recair fora da sua esfera jurídica-económica, pese a medida.
Posição boçal e saloia de Angola
Bastaria colocar a inteligência no lugar da raiva e do ódio e a empresária seria obrigada a ir compensar eventuais danos causados aos interesses públicos por ser militante do MPLA, o seu pai, presidente do MPLA e o actual presidente da República, na época do enriquecimento que considera ilegal: ACUMULAÇÃO PRIMITIVA DO CAPITAL, ter sido sucessivamente, militante, dirigente, membro do comité central, membro do bureau político, comissário provincial (governador), secretário-geral do MPLA, vice-presidente da Assembleia Nacional e ministro da Defesa, que apoiou passiva, impávida e de forma cúmplice e consciente, o saque do erário público, logo, com impressões digitais, nos danos, roubos, corrupção e dolo cometidos contra a rés-pública.
Entre a verdadeira defesa dos altos interesses dos cidadãos, com medidas eficazes, de reprodução, entrada regular e permanente de dinheiro fresco, optou pela humilhação pública, arresto, confisco, que para além de satisfazer vaidades umbilicais, causam prejuízos incalculáveis a curto, médio e longo prazo.
Isabel dos Santos, Dino do Nascimento, Hélder Kopelipa, Manuel Vicente, Augusto Tomás, Manuel Rabelais, Sam Pa, todos membros do MPLA, se considerados, depois de um julgamento, com respeito ao justo processo legal e imparcialidade da justiça, ladrões e corruptos do MPLA (único partido, que vem delapidando o erário público desde 1975) deviam, sendo um partido, com um pingo de sentimento pátrio e o líder carácter republicano, condenados através de um modelo de combate aos crimes de corrupção, inovador de recuperação real dos bens delapidados.
Os arguidos seriam condenados, sim, mas ao invés da reclusão em cadeias, onde muitos poderão, garantir o aumento patrimonial, as contas bancárias e o branqueamento de capitais e bens, não localizados, durante as investigações e julgamento, legitimamente (ninguém pode ser julgado duas vezes pelo mesmo crime), a trabalhar, por exemplo, numa pena arbitrada de 8, 10, 12 ou mais anos, quatro vezes mais, garantindo de forma segura, a devolução do “quantum” delapidado, mensal e anualmente, através da seguinte: DECISÃO JUDICIAL CONDENATÓRIA:
“Os juízes deste Tribunal, em nome dos povos, decidem:
Durante o período da pena aplicada de 8 (10, 12, 18…), o arguido/réu é condenado:
a) Obrigatoriedade de contribuir para a estabilidade social;
b) Garantia de emprego, com contrato, por tempo indeterminado de 90%, da mão-de-obra;
c) Construção com fundos próprios de empresas, fábricas ou outros empreendimentos, em 8 (10, 12, 18) províncias;
d) Depósito de um montante de dinheiro mensal fresco, arbitrado em juízo (sentença), que pode ser de 500 mil ou um milhão de dólares, numa conta do Tesouro, gerido por entidade independente, sob controlo da Assembleia Nacional;
e) Construção de um hospital e uma escola, em cada província, suportada a gestão e remuneração de enfermeiros, médicos, professores, administrativos, durante o período da condenação (8, 10, 12, 18), pelos arguidos;
f) Contribuir para a captação de investidores estrangeiros, no quadro da diplomacia económica, para criação de empresas mistas, no território nacional;
g) Contribuir para a exportação de produtos nacionais agro-industriais e minerais.”
Tivesse sido adoptado este modelo e o país estaria a respirar mais desenvolvimento, estabilidade social e esperança, ao invés de saturação e descrédito no MPLA e seu presidente, João Lourenço, cujos índices de popularidade estão ao nível, do lixo que grassa pelas esquinas das cidades.
É preciso, mais do que nunca, tornar o MPLA um partido de adultos e não de crianças de jardim infantil, sem tacto político. Adultos e responsáveis e não nababos apenas comprometidos com o poder circunstancial e momentâneo.
Tenham, substitutos de José Eduardo dos Santos orgulho e preocupação em cunhar o vosso nome na esplanada da história, pelos melhores feitos e não pela selvajaria e mando sanguinário, que vos tornará como escória da sociedade.
Actualmente a melhor referência que se tem do partido/Estado/MPLA é de ser a MAIOR CENTRAL DE EMPREGO, logo não é uma entidade ideológica, com projecto de sociedade, mas com projecto de poder, que emite, aos seus membros, cartas de mordomias, alforria para o gamanço e assassinatos, que não se coíbe, algumas vezes, em queimar as principais referências e cabos eleitorais, exibidos como gatunos e corruptos.
Em 2022, a campanha do MPLA não terá homens políticos matreiros com o mínimo de credibilidade, capazes de convencer o eleitorado. A melhor imagem que João Lourenço passou na população é que o seu partido é um antro de bandidos, delinquentes, gatunos, corruptos e assassinos, cuja reabilitação será difícil.
Diante dos eleitores têm a mesma credibilidade que o papel higiénico, mesmo que seja, aquele com o rótulo de “papel higiénico perfumado” e colorido, é indiferente, porque o principal destinatário não lhe reconhece essas propriedades, na hora da utilização…
O país, nos próximos tempos, fruto do desvario governativo, viverá, momentos conturbados, pois com um MPLA desgastado, dividido e descredibilizado, uma liderança limitada no horizonte, porque assente na raiva, ódio, arrogância, força e, fundamentalmente, por falta de humildade e capacidade de ouvir e aceitar conselhos dos próximos, tornam-lhe vulnerável e um alvo tóxico, no agudizar da crise política, que todos lhe fugirão e poucos o acolherão, por ter criado muitas ravinas mentais, nos tecidos, político, económico, partidário, social e, principalmente, juvenil, cujos membros sedentos e ávidos de mudança reais, não credibilizarão, nenhum resultado eleitoral, marginal a uma verdadeira Comissão Nacional Eleitoral Independente, sem maioria partidária e Tribunais Constitucional e Supremo, com novos juízes, competentes e verdadeiramente independentes do MPLA e demais partidos políticos.
Finalmente, lembre-se; lembrem-se; lembremo-nos: “Triste é quem celebra a derrota dos outros só porque não tem nenhuma vitória própria para se orgulhar”.