O que é que a Ana, terceira primeira-dama, esposa do João, o que participou na corrupção e beneficiou da corrupção, anda a fazer se não percebe patavina de Educação Especial? Só se o faz para propaganda de promoção da sua imagem. Como é que uma pessoa que estudou umas coisas em Economia anda armada em mãezinha em Metodologias de Intervenção Pedagógica?
Por José Filipe Rodrigues (*)
Nós não acreditamos que um médico dentista estudou para reparar os buracos das estradas. Também não acreditamos que um médico veterinário saiu da universidade com conhecimentos específicos para exercer as funções de mecânico de automóveis ou de bicicletas. Um engenheiro agrónomo estudou para aprender a fabricar as rodas do Metro de Superfície de Luanda?
Eu gostaria de tratar a Ana por Excelência. Não o faço porque não lhe reconheço excelentes capacidades para organizar e dirigir projectos e programas de Educação Especial. Não estudou para isso e serve-se dos conhecimentos dos outros para bangar nos órgãos de propaganda e informação do Estado, ao serviço do MPLA. Excelentes são muitos professores universitários que formam especialistas em intervenções na Educação Especial e colegas de trabalho, de elevada competência e sem vaidade escatológica.
É por isso que dizemos muito directamente à Ana, a esposa do João que participou na corrupção e beneficiou da corrupção, para deixar de andar a bangar com o Ensino Especial, porque isso não é uma ciência para plantar batatas ou para a construção de barcos para navegar nas ruas de Luanda no período das chuvas. A defesa e promoção do Ensino Especial devem ser efectuadas por especialistas nesse tipo de Ensino, por universidades, pelo Ministério de Educação e por instituições que defendem um desenvolvimento harmonioso das crianças e adolescentes, de acordo com as suas potencialidades. O Ensino Especial não depende de maternalismos ou paternalismos tacanhos, depende de pessoas competentes que saibam o que estão a fazer, com uma simplicidade objectiva, sem narcisismos de bacocos.
A Educação Especial é uma área da pedagogia séria, holística, que tem por objectivo facilitar metodologias e condições para que as crianças e adolescentes tenham as melhores condições para o uso das potencialidades. Não é uma área de intervenção que tenha por objectivo promover a propaganda demagógica da esposa do presidente do partido que, fraudulentamente ou não, conquista maiorias nas eleições. As iniciativas que facilitam as condições de jovens e adolescentes que revelam atrasos no desenvolvimento devem ser coordenadas e partir de pessoas especializadas em Metodologias de Ensino e intervenções terapêuticas. Não cremos que seja o caso da Ana, a esposa do João.
O mais triste em tudo isto é que os arautos que propagandeiam a banga de analfabetismo sistémico da Ana não decidem investigar um pouquinho do que deve ser a Educação Especial para poderem informar e formar melhor os leitores, ouvintes ou espectadores. Isso promove reportagens matumbas dos kupapatas, com carteira profissional de jornalista, que fazem o frete encomendado pela Ana mas não têm a mínima ideia das informações atávicas que vulgarizam.
Um sociólogo angolano disse que Angola tem mais de 30 mil crianças com necessidades educativas especiais. Em que se baseia para chegar a essa conclusão? Quem fez as avaliações e os diagnósticos para poder chegar a esse número que parece pecar por demasiadíssimo defeito. Terá sido um mecânico de automóveis ou um general da Casa da Segurança do Presidente?
As intervenções em Educação Especial exigem a existência de equipas pluridisciplinares que, actuando em sinergia, visam maximizar as potencialidades de cada estudante, de acordo com as condições que possui. Não consta que a formação académica e profissional da Ana seja, entre outras profissões, em psicologia, enfermagem, medicina, terapia da fala, fisioterapia, terapia ocupacional ou professora de Educação Especial.
Nesta campanha de promoção da imagem da Ana fica a ideia de que a Educação Especial se resume a intervenções em áreas do autismo, dislexia e sobredotação. É por isso que os arautos ao serviço da Ana devem investigar um pouquinho acerca da Educação Especial para perceberem que não estão a prestar um bom serviço à facilitação de conhecimentos aos angolanos e a este tipo de intervenções necessárias nas escolas angolanas.
Nos países que dedicam uma atenção honesta e competente à Educação Especial, os especialistas nas escolas, entre outras, em áreas de dislexia, saúde, atrasos no desenvolvimento intelectual, específicas da aprendizagem, autismo e outras condições pediátricas, emocional e neurológica, exercem a actividade no anonimato, com a máxima confidencialidade, sem necessitarem da propaganda saprófita que o jornal da Angola do MPLA, a TPA do MPLA, a RNA do MPLA e a Zimbalhada fazem da terceira primeira-dama, a esposa do João, o que participou e beneficiou da corrupção. Nesses países existe legislação que obriga as escolas a servir com qualidade os estudantes com Planos Individuais de Educação, sem depender das ordens superiores baixadas por presidentes ou pelas primeiras-damas.
(*) Angolano, terapeuta em Pediatria nos EUA