Oito meses depois do encerramento das fronteiras de Luanda por causa da Covid 19, os partidos políticos na oposição com assento na Assembleia Nacional dizem não fazer mais qualquer sentido o executivo continuar a manter a cerca sanitária sobre Luanda.
A UNITA, maior partido na oposição, pensa que as pessoas não devem continuar confinadas em Luanda por causa da pandemia. A deputada Albertina Navemba Ngolo disse que “não há mais razão para se manter a cerca sanitária sobre Luanda”.
“As pessoas agora são condicionadas ao teste da Covid para saírem ou entrarem em Luanda, quando os testes são caríssimos e raros e há pessoas que nem o BI têm para sair quanto mais os testes”.
“O país não pode soçobrar por causa da Covid temos que nos adaptar à pandemia porque manter as fronteiras fechadas quando a sobrevivência depende do interior não é sensato”, disse.
A CASA-CE também defende o levantamento imediato da cerca. O deputado Manuel Fernandes diz que a situação pode rebentar de vez caso não seja levantada a cerca.
“Grande parte das províncias do país já tem transmissão comunitária, pelo que o que devemos fazer é conviver com a pandemia”, disse avisando depois que se corre o risco da economia “rebentar pelas costuras”.
“Temos uma economia completamente paralisada e não dinâmica face à pressão do momento por isso defendemos que a cerca sanitária já não faz sentido”, acrescentou.
Na mesma linha de argumento está o PRS, cujo secretário-geral Rui Malopa que disse que “a cerca sanitária sobre Luanda devia ser levantada para desafogar a situação das pessoas permitir que haja circulação de pessoas e bens”. O que o governo “deve fazer é disponibilizar os testes em massa e abrir as fronteiras”, acrescentou.
O MPLA partido que sustenta o executivo entende que não é altura para abrir a cerca para não provocar a transmissão comunitária que no seu entender só está em Luanda.