Não é necessário ler a obra completa de William Shakespeare para ter conhecimento de uma frase que está na memória de toda a gente : “to be or not to be that is the question” (ser ou não ser é a questão). Na realidade João Melo pensa ser aquilo que não é. Um grande intelectual não é um qualquer contratado e assimilado conformista, que muda de ideologia de acordo com os ventos políticos que sopram a esfarrapada Bandeira do MPLA.
Por Domingos Kambunji
Um poeta angolano diz que os Senhores da Guerra “venderam o tempo, venderam os sonhos, venderam a esperança” e ficaram com o dinheiro desse negócio.
Também não é necessário ler toda a obra poética do José Régio para se ter a certeza de que, nas últimas cinco décadas, os dirigentes do MPLA, “vindos dos ventres de suas mães, pretenderam roubar muito e fazer mal a muita gente”!
Não é preciso ler a obra completa de Gabriel Garcia Marques para se ter a certeza de que, após cinco décadas de temporais implantados pelo MPLA, os dirigentes deste partido político não irão subir aos céus, descerão às catacumbas da escatológica contradição, do despotismo e da incompetência, da mentira e da corrupção.
João Melo foi exonerado até de um governo do MPLA e por isso não é de esperar muito deste crítico, que insiste em cometer e defender erros de paralaxe exagerados nas observações que requerem coerência e precisão na verificação dos factos e recolha de dados e produção de conclusões, obedecendo aos métodos matemático e científico.
João de Melo é o “tal intequetual” que defendeu a transferência do processo judicial de Manuel Vicente, de Lisboa para Luanda, afirmando que o sistema judicial do MPLA tinha competência para acusar e julgar esse caso de corrupção, branqueamento de capitais e falsificação de documentos… O Sistema judicial de Portugal, temendo uma “batalha do Coito-Carnaval”, iniciada pelo governo do MPLA, enviou o processo de Manuel Vicente para Luanda. Esse processo agora encontra-se entrincheirado no “segredo da injustiça”, no bunker das profundezas do arquivo morto do Bureau Político do Comité Central do MPLA…
… Agora o Sistema judicial do MPLA vai a Portugal pedir batatinhas, solicitar encarecidamente que investigue os bens e as contas bancárias dos patrões de João Melo, os “digerentes” do Movimento de Predadores e Ladrões de Angola.
A arrogância, o cinismo, a hipocrisia, a falsa ingenuidade e o narcisismo sanzaleiro deste “exogeneta”, acompanhado por um enorme coro de saprófitas militantes do MPLA, conseguiram impor uma melodia cacofónica como a mais pura e perfeita música para os ouvidos dos predadores e ladrões de Angola. Agora só falta propor Manuel Vicente para prémio Nobel da Economia, do Cazenga ou do Sambizanga, por ter conseguido enriquecer, cada vez mais, numa progressão geométrica kapianguista, antes e depois da Lei do Repatriamento de Capitais.
Agora só falta exigir a João Lourenço que vá aos Estados Unidos exonerar a NASA e nomear João Melo para director ou presidente do Grupo KATINGA – Kapangas Armados em Tutores da Inteligência Necrófila de Gestão da Atmosfera (política e social)…
O colonialismo português foi muito mau para o desenvolvimento de Angola. O colonialismo do MPLA foi um enorme empecilho para o desenvolvimento de Angola, se nos lembrarmos que foi o MPLA o autor dos fuzilamentos do 27 de Maio de 1977, quem iniciou a guerra civil, quem implantou a cleptocracia, quem procura adoçar a esperança dos angolanos com demagogia… Portugal foi vítima da ditadura assim como as colónias, mas deu um passo em frente, ao ponto de ter universidades com grande prestígio internacional, muitíssimo baixa mortalidade infantil e não há crianças fora do sistema escolar devido à falta de escolas e de professores…
Já é tempo de João Melo limpar o ranho e as lágrimas e adoptar um comportamento adulto. Já é tempo de acordar para uma realidade muito objectiva: Os dirigentes do MPLA, com cinismo, arrogância, hipocrisia e corrupção colocaram o nosso país entre os mais atrasados do mundo em qualidade de vida, o lugar 156, em 2019, de acordo com a avaliação do Legatum Prosperity Index.
João Melo sofre de amnésia? Não se lembra de haver críticos aos aliados de Isabel dos Santos? É o que dá acreditar, norte-corianamente, só nas notícias e crónicas do jornal da Angola do MPLA, da TPA do MPLA e da RNA do MPLA.
Nós também não nos recordamos de João Melo ter vindo a público criticar directamente Isabel dos Santos e os seus aliados e os restantes cleptómanos do MPLA que causaram em Angola tanta injustiça social.
Este contratado assimilado pelo MPLA, pelo que se percebe, também é um dos grandes defensores da Lei da Legalização da Roubalheira, rascunhada por João Lourenço. Assim ficámos a saber que para este “inteléquetual”, guarda costas dos Manuéis Vicentes, o repatriamento legalizado do gamanço limpa todos os pecados cometidos pelos “altos digerentes” do MPLA e transforma esses ladrões em empresários de sucesso na estrumeira implantada pelo MPLA no nosso país.
O Luanda Leaks nada tem a ver com uma autêntica reportagem jornalística? A essa conclusão poderão chegar os bocas-de-aluguer com cursos de jornalismo cozinhados em panelas de pressão made in Brasil, China, Moscovo ou Havana. Uma reportagem, porque é reportagem, não obriga a efectuar a investigação jornalística. Todos sabemos o que é o jornalismo oficial da Re(i)pública da Angola do MPLA, onde flutua João Melo, que abusa no servilismo ao soba do poder, obediente à ideologia política do partido dominante há cinco décadas, que varia muito de acordo com os humores e narcisismo sanzaleiro do cangaceiro-chefe entronado.
Já é tempo de João Melo ganhar juízo e perceber que nem para Embala o Berço do presidente serve. João Melo até foi exonerado do cargo governamental que desempenhava como Goebbels ou Muhammad Saed al-Shahhaf do MPLA para a propaganda do Re(i)gime. Não é de esperar muito deste tipo de pau para toda a colher que alimenta o poder, saprofitamente bem instalado, sempre a tentar inventar novas muitíssimas desculpas para a incompetência e o caos, um caso muito concreto de projecção ou agressão deslocada, como defendem os especialistas em sociologia, psicologia e planeamento social.