Essa deve ser, com quase certeza absoluta, uma brincadeira de mau gosto. Com que então agora dizem que os professores angolanos poderão vir a ser formados na República do Gana, na sequência de um acordo assinado entre os dois países? Isto até parece mentira.
Por Domingos Kambunji
Angola corre o risco de, em breve, ter mais universidades do que população. Não nos esqueçamos que somos quase trinta milhões de angolanos residentes… Na próxima campanha eleitoral o MPLA irá prometer fundar 40 milhões de universidades? O objectivo é fundar muitas, muitíssimas universidades com os nomes de todos os dirigentes no MPLA, para que todos eles sejam homenageados dessa maneira, e depois licenciar analfabetos sistémicos? Anda-se a brincar às escondidas ou à dança dos pseudo-intelectuais?
Não seria mais honesto e inteligente assinar protocolos de cooperação com outros países para melhorar o Ensino em Angola em vez de andar, a todo o momento, a propagandear a formação dos nossos jovens no estrangeiro? Conhecemos casos de universidades, mais jovens do que as do assassino Agostinho Neto, do cleptómano José Eduardo dos Santos ou do “Arquitecto de Cacimbas do Cunene, Kundi paiLama”, que investiram fortemente na qualidade do ensino, receberam professores estrangeiros para “melhorar o que se foi construindo bem”, adquiriram grande prestígio internacional, e recebem estudantes estrangeiros, que procuram formação e especialização nestes estabelecimentos de ensino.
Afinal de contas o que é que o MPLA anda a fazer em Angola? A prometer falácias e a ensinar ignorância e incompetência? É normal que assim aconteça porque, na realidade, os “digerentes” do MPLA necessitam de um bússola cerebral para perceberem as funções para que são nomeados, muitas vezes bastante afastadas das suas formações académicas que dizem possuir e as que deveriam desempenhar.
Há alguns meses a polícia do MPLA matou, em Luanda, uma zungueira. Em países onde se procura utilizar a formação científica de especialistas caberia a terapeutas de traumas a assistência aos familiares da vítima. Na Re(i)pública da Angola do MPLA, neste caso concreto, a Luísa Damião, vice do MPLA, jornalista, foi imediatamente, armada em psicóloga, dar “carinho e solidariedade” aos familiares, como mãe e mulher do MPLA, para poder tirar umas fotografias numa campanha de promoção pessoal.
Toda a gente fica desde já a saber que se um familiar tiver uma bitacaia num cotovelo só deverá pedir apoio, carinho e solidariedade à Luísa Damião, porque ela é pau para toda a colher, desde que isso beneficie a sua carreira política. Se o carburador do seu carro entupir… peça a intervenção da Luísa Damião.
Assim ficámos a saber que a formação em jornalismo é muito mais importante para dar apoio psicológico a cidadãos traumatizados do que a intervenção de um especialista em psicologia ou um assistente social.
Diversos cidadãos e instituições reuniram esforços para recolher bens alimentares com o objectivo de minorar a fome em muitas províncias do nosso país. O governo diz que a fome é causada pela seca. Nós dizemos que a fome é causada pelas injustiças sociais e incompetência do governo. Há regiões onde não chove ou chove pouco e nesses países não há cidadãos a morrerem de fome porque existe maior justiça social do que na Re(i)pública da Angola do MPLA.
Quem foi entregar bens alimentares no Cunene para minorar a fome em elevado número de angolanos? O Ministro das Picadas e Estradas Esburacadas, Manuel Tavares de Almeida, armado em Madre Teresa de Calcutá ou em assistente social.
Se o ministro não consegue tapar os muitíssimos buracos das estradas como é que conseguirá tapar a enorme cratera social que é a fome (os políticos do MPLA chamam-lhe subnutrição), provocada pela incompetência dos muitos governos do MPLA desde 1975? De facto algo vai mal quando o ministro das estradas assume o papel de assistente social ou nutricionista, só para fazer um grande figurão na televisão!
Nós recebemos informações para a vacinação dos nossos filhos de pediatras ou de enfermeiros especializados nesta área do conhecimento científico.
O Ministério da Saúde iniciou uma campanha de sensibilização para a vacinação de crianças. Quem é o especialista nesta área médica que anda a publicitar a “lana-caprina”? O Celso Malavoloneque, licenciado em Comunicação Social. Na Reipública da Angola do MPLA o Celso Malavoloneque sabe tudo, é o grande especialista nestas intervenções profilácticas? Por isso já sabe, se tiver dores de cabeça ou de barriga, dentes cariados, reumatismo no nariz ou necessitar de comprar pentes para carecas, peça uma opinião médica ao Celso Malavoloneque.
Será que os laboratórios de investigação científica do Celso Malovoloneque já estão em condições de lançar no mercado a vacina para a profilaxia contra a demagogia? Se tal acontecer o Celso irá para o desemprego ou terá de mudar de carreira profissional, talvez para polícia de trânsito de mosquitos da malária, amestrador de papagaios ou polidor de sapatos presidenciais.
De facto com um planeamento social e académico dirigido por estes “xientistas” não se admirem que haja estudantes universitários em Angola a efectuarem aprendizagens em Medicina Humana e, quando concluírem o curso, obtenham um diploma de Médico Veterinário, Meteorologista, Carpinteiro, Polidor de Esquinas ou Engenheiro Aeroespacial.
Depois poderão emigrar para a República do Gana para efectuarem aprendizagens universitárias mais a sério.