Em 2019 o grande desafio será fazer dos seus minutos, horas, dias, meses, aquilo que cada um e todos, irmanados no dever pátrio, determinarmos. O dever de cidadania deve impelir-nos a optar pelo melhor, sem emoções, mas com muito pragmatismo e realismo, exigindo mais dos políticos, além das rotineiras retóricas.
Por William Tonet
O país não aguenta mais viver do “quase” em falsas promessas, esperanças, tão-pouco em medidas económicas paliativas, dos programas de políticos incapazes de governar para o povo, porque colocam o partido e ambições pessoais e de perpetuação no poder, em primeiro lugar.
As suas acções, desde 1975 assentam na falsidade do verbo: igualdade e socialismo, mas desde logo, a prática da discriminação foi a imagem de marca, com as famosas LOJAS DOS DIRIGENTES (para os membros do Comité Central do MPLA e governantes) e as lojas do povo, onde as migalhas enchiam as prateleiras.
Foi o início da corrupção, que ia crescendo ao longo dos tempos.
E assim o país ia andando, carregado de falsas promessas e realizações, que vêm “enforcando” todos os dias, em todos estes 43 anos (1975-2018), o pescoço e o sonho de vida melhor do cidadão autóctone angolano, que augurou, depois do fim colonialismo português, uma independência para se realizar e viver melhor…
Ledo engano.
No mato, onde não havia luz eléctrica, tínhamos alimentos frescos e água gelada, porque o colono, branco, fascista, português, vendia aos pretos geleiras a petróleo e ainda candeeiros petromax.
Estes elementos nada tinham a ver com o colonialismo, mas com os negros no poder que retiraram e nunca mais repuseram…
Infelizmente, na maioria dos casos, vivemos pior hoje do que no ontem colonial, pelo carácter discriminatório de teimar, na recusa de se elaborar um projecto-país integrando os sentires e gemeres de todos os povos, numa imparcial ASSEMBLEIA CONSTITUINTE, para elaboração de uma verdadeira Constituição Republicana, e não manter a vigência de uma Constituição partidocrata, com a visão de um só partido, que privilegia um povo (qual, o do MPLA, ninguém sabe), quando somos fruto de vários povos, com varias línguas, hábitos, culturas e moral.
Que 2019 nos leve a pensar, verdadeiramente, numa nova cidadania.