O jogo de abertura do campeonato nacional de futebol, Girabola 2017, foi marcado pela morte de mais de 20 cidadãos nacionais entre 78 vítimas levados para o Hospital Provincial do Uíge.
Por Pedrowski Teca
A tragédia ocorreu no Estádio 4 de Janeiro, onde a equipa anfitriã e estreante, Santa Rita FC, enfrentou e perdeu diante do Recreativo do Libolo por uma bola a zero.
Segundo Tekassala Toco, um dos cidadãos que denunciaram o incidente, ao longo da programação do jogo de abertura do Girabola entre Santa Rita e Libolo no Uíge, constatou-se que os bilhetes para aqueles que estavam interessados em assistir ao jogo, foram tardiamente vendidos, ou seja foram vendidos no mesmo dia em que aconteceria o encontro.
“O atraso, que esteve na base da desorganização do Club Santa Rita, fez com que nos arredores do Estádio 4 de Janeiro tivesse multidão. Com tanta agitação, a Policia de Ordem Pública permitiu a entrada dos Adeptos na II parte. Mais tarde, com tanto fluxo e confusão, a Polícia optou por usar gás lacrimogéneo, que resultou na queda do portão causando mais de 25 mortes, na maior parte adolescentes de 12, 13, 14 e 15 anos de idade, com dezenas de feridos”, narrou Tekassala Toco, que testemunhou a tragédia.
Entre as causas da tragédia, apontam-se erros na organização e na segurança, tendo a realçar o uso desnecessário de gás lacrimogéneo.
Dada a gravidade do incidente e o número elevado de pessoas internadas, têm circulado nas redes sociais, informações sobre o aumento de vítimas mortais.
Situação similar em Benguela
Uma tragédia similar ocorreu num espectáculo musical realizado no campo do Clube Nacional de Benguela, de 15 a 16 de Outubro de 2016, onde quase uma dezena de cidadãos morreram por asfixia.
A Polícia Nacional afirmou que foram oito os mortos no concerto na província de Benguela, contradizendo assim o pronunciamento da ministra da Cultura, Carolina Cerqueira, que falou em nove vítimas mortais, exigindo igualmente a responsabilização civil e criminal dos responsáveis do espectáculo musical.
Segundo alguns cidadãos, que assistiram ao espectáculo, as pessoas morreram asfixiadas após notarem a ausência do Kudurista Nagrelha, que causou comoções, chegando os agentes policiais a usarem gás lacrimogénio contra os presentes.
Estando num espaço pequeno e com as portas semi-fechadas, as pessoas foram atropelando umas com as outras, procurando sair do recinto. Em consequência, quase uma dezena de pessoas acabou morta, várias feridas e hospitalizadas.
O evento foi realizado pela LS Produções e até actualmente ninguém foi responsabilizado pelo sucedido.