MOÇAMBIQUE. A Renamo, principal partido da oposição moçambicana, e o MDM, terceiro maior partido, acusaram hoje o Governo de ser cúmplice e solidário com o anterior executivo na questão das chamadas dívidas ocultas, e defenderam o não pagamento dos empréstimos.
Falando hoje no encerramento do debate parlamentar da Conta Geral do Estado (CGE) de 2015, o porta-voz e deputado da Renamo, António Muchanga, acusou o actual Governo moçambicano de ser cúmplice dos empréstimos secretamente avalizados entre 2013 e 2014 pelo executivo na altura liderado pelo Presidente Armando Guebuza.
“Sendo esta a Conta Geral Estado de 2015, como é que se explica que a mesma tenha incluído dívidas ocultas de 2013 e 2014?”, questionou Muchanga.
Segundo o deputado e porta-voz da Renamo, ao incorporar as referidas dívidas na CGE numa altura em que as mesmas são alvo de uma auditoria internacional, o governo liderado por Filipe Nyusi está a agir como cúmplice do executivo do seu antecessor.
Por seu turno, Venâncio Mondlane, deputado do MDM (Movimento Democrático de Moçambique) também acusou o actual Governo de “solidariedade” com o anterior executivo, por incluir as dívidas ocultas na CGE de 2015 e, supostamente, também assumir encargos à revelia da Assembleia da República.
“Isto é uma tentativa de dar santidade a estas dívidas satânicas. Querem que todos assumamos estas dívidas ilegais e imorais”, afirmou Venâncio Mondlane, que também defendeu que a CGE deve ser chumbada.
Por seu turno, o porta-voz e deputado da bancada da Frelimo, partido no poder e que detém a maioria parlamentar, Edmundo Galiza Matos, acusou a oposição de ler mal a CGE, frisando que a mesma reflecte fielmente os esforços que o Governo empreendeu para a melhoria das condições de vida da população.