Escravos morrem de fome. Filho do Presidente gasta
500 mil euros num relógio

A malnutrição esteve na origem da morte de 114 crianças no primeiro trimestre deste ano na província angolana de Benguela, mas as autoridades sanitárias receiam que o número venha a aumentar devido aos muitos internamentos. Enquanto isso, Eduane Danilo Lemos dos Santos, o filho mais velho do casal real do reino esclavagista de Angola, de 23 anos, comprou um relógio pela módica quantia de 500 mil euros…

Também enquanto isso, o Parlamento prevê gastar quase 70 milhões de euros para comprar viaturas novas para os 220 deputados da IV legislatura, que serão eleitos a 23 de Agosto.

A informação foi hoje avançada pela supervisora do Programa de Subnutrição, Flora Vanda, que sublinha a diminuição de 15 óbitos comparativamente ao mesmo período de 2016.

A responsável disse que a maioria dos óbitos foram originados pela chegada tardia das crianças aos serviços de saúde ou unidades especializadas, sendo a situação agravada pela falta de produtos terapêuticos, nomeadamente o leite F75 e F100 e o Plumply-nut, utilizados na última fase do tratamento, associado a alimentos.

Há falta de produtos terapêuticos mas, por outro lado, Assembleia Nacional não tem falta de capacidade financeira para comprar 220 viaturas de marca Lexus, modelo LX 570, de 2017, para os deputados da IV legislatura que, como os anteriores, deveriam lembrar-se que Angola lidera o ranking mundial da mortalidade infantil.

Flora Vanda, citada pela agência noticiosa angolana, Angop, disse igualmente que muitas mortes ocorrem de forma mais célere quando associadas a doenças como a malária, sida e tuberculose.

Segundo a supervisora sanitária, as unidades sanitárias registam muitos internamentos com as doenças acima citadas, que agravadas pelo desmame precoce, causam desnutrição e a morte pela procura tardia dos serviços de saúde especializados.

De Janeiro a Abril, o Programa Provincial de Subnutrição atendeu 4.488 crianças menores de cinco anos com má nutrição severa, devido ao desmame precoce e maus hábitos alimentares, das quais 953 ficaram internadas em unidades especializadas.

Adiantou que o programa supervisiona 74 centros e seis unidades especializadas de subnutrição, nos municípios de Balombo, Bocoio, Catumbela, Benguela, Ganda e Cubal, esta última ligada à Igreja Católica e que recebe pacientes de várias províncias do resto do país.

O programa conta com a ajuda de organizações não-governamentais como a norte-americana Joint Aid Management e a Visão Mundial Internacional, que disponibilizam de forma irregular produtos terapêuticos como o Plamply-nut e o leite F100.

Flora Vanda avançou que a intensificação das campanhas de educação e sensibilização são importantes para que as pessoas tenham consciência da importância do aleitamento materno pelo menos até ao sexto mês.

Recorde-se (se bem que isso pouco interesse aos nosso políticos que – com raras excepções – vivem apenas para se servirem e não para servirem o seu Povo) que a malária mata anualmente em Angola mais de nove mil pessoas em quase três milhões de casos registados da doença, que continua a ser a principal causa de morte no país.

Os dados foram avançados pelo coordenador-adjunto do Programa Nacional de Controlo da Malária, Rafael Dimbo, quando abordava a situação da doença, no âmbito das celebrações do Dia Mundial de Luta Contra a Malária.

Segundo o responsável sanitário, as zonas do norte de Angola continuam a ser as mais afectadas devido às suas características geográficas, apontando como regiões mais endémicas as províncias de Cabinda, Zaire, Uíge, Cuanza Norte e Cuanza Sul, Malange, e as Lundas Norte e Sul.

O director-adjunto do programa recordou que em 2003 o país chegou a registar por ano cerca de 40 mil óbitos, mas os números baixaram ao longo dos anos até 8.000 mortes.

Recorde-se ainda (se bem que isso pouco interesse aos nosso políticos que – com raras excepções – vivem apenas para se servirem e não para servirem o seu Povo) que também a tuberculose causou já 37 óbitos de um total de 2.711 casos, no primeiro trimestre deste ano, na província do Namibe, litoral sul de Angola, avançou o hospital sanatório daquela região.

Os dados foram divulgados pela directora provincial de enfermagem do hospital sanatório da província, Adelaide Tchitanga, referindo, contudo, que o número de mortes representa menos 11 óbitos que os registados no mesmo período em 2016.

A responsável sanitária frisou que estão internados 82 pacientes, que recebem tratamento médico, apesar da falta de medicamentos de primeira linha para o combate à doença.

Segundo a directora, o hospital tem apenas disponíveis medicamentos de segunda linha para o tratamento da tuberculose, doença que deixa Angola entre os 20 países do mundo com maior incidência de tuberculose.

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, estima-se que em Angola, 93 mil novos casos de tuberculose foram registados em 2015, com uma taxa de 370 em cada 100 mil, dos quais 28 mil são HIV positivos e 4.100 são casos de tuberculose multirresistente.

Tudo isto num país que vai dar aos seus próximos 220 deputados 220 novos carros de luxo e que é notícia pelo facto de Eduane Danilo Lemos dos Santos, o filho mais velho do casal real do reino esclavagista de Angola, de 23 anos, ter comprado um relógio pela módica quantia de 500 mil euros no decorrer de um leilão que aconteceu, na noite do dia 25 de Maio, em Cannes, França.

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