Deve ser estranho viver num país (Angola) que exibe uma bandeira praticamente igual à bandeira de um partido, o MPLA. Sai a catana, entra a estrela. Ora, o estandarte de uma nação constitui um dos elementos que ajuda a enformar o espírito de nacionalidade, de fusão à terra. Mas não de pertença a um partido. O seu significado deve conter o sangue dos heróis (e não apenas os do MPLA), a marca genética (dos angolanos) e a esperança no futuro (de todos).
Um dia o estandarte de Angola terá de mudar. A sua configuração foi pensada e executada segundo o plano do movimento de Agostinho Neto, que culminou a 11 de Novembro de 1975, com a declaração unilateral da independência, depois de ter expulso de Luanda, ao som das armas pesadas, a UNITA e a FNLA.
E o hino, claro. Este também deveria ser outro, porque só louva os heróis do 4 de Fevereiro, como se a História de Angola não registasse outros acontecimentos anteriores anti-coloniais.
Quantos angolanos se identificam hoje com aquela frase banal – «este é o meu hino, esta é a minha bandeira!»? Um tema para reflectir, em tempo de eleições em Angola.
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