Até quando o Estado será roubado pelo MPLA?

O MPLA , ou alguns seus dirigentes, insistem em não exibir, um partido que se queira, verdadeiramente, renovar e abraçar a transparência, a legalidade e a ética, quando em causa estão os mais altos interesses do Estado.

Por William Tonet

Pelo contrário, amarrado, quais irmãos siameses, ao extremismo comunista, o partido no poder, parece já não ter pudor, quando subverte as leis e os tribunais da República, como se estes fossem (na realidade são) seus apêndices de especialidade…

Mentir, defraudar, furtar, roubar e batotar, converteu-se, para desgraça colectiva, da maioria dos angolanos, em normas com cobertura “legal-partidocrata”, de tal forma, pasme-se, o Tribunal Constitucional, inconstitucionalmente, considera o peculato, o perjúrio e o nepotismo, institutos da reserva discricionária do Titular do Poder Executivo e do Presidente da República.

Desta forma, nada, absolutamente nada, parece transparente e comprometido com a legalidade, nos actos do partido no poder, desde a altura em que este foi sequestrado pela máquina que o transformou, numa mera caixa de ressonância do “ego-futunguismo”, uma cultura política da entourage presidencial.

Tanto assim é que a maioria dos intelectuais e quadros pensantes, do MPLA, antes preocupados com as causas sociais, enquanto proletários, viram reduzido o seu papel de produção de ideias, depois das mãos terem sido “dolorificamente untadas”, viram as mentes condensadas, em proprietários vorazes e colonialistas latifundiários.

Assim, convertidos ao “nacional-bajulismo”, nova ideologia de Estado dominante, adulteraram a mediocridade do bajulado, conferindo-lhe a sensação de ser superdotado, e com rara inteligência e visão de Estado, sem paralelo, no interior e exterior das fronteiras, quando na realidade os gráficos da realidade económica e social, vão em sentido contrário.

Mas, assumida que está a táctica, navegam no enriquecimento ilícito, descaracterizando o Estado, na mesma proporção em que esvaziam os cofres públicos, com a cumplicidade dos órgãos do sistema de justiça e judiciário. Por esta razão, muitos não se coíbem de dizer, estar o Estado a ser criminalmente roubado por uma “gang”, com impressões digitais na montra da impunidade e imunidade, com a agravante de não haver uma reserva moral capaz de colocar um BASTA e mandar toda a gentalha perniciosa para a cadeia, lugar ideal para os delinquentes de colarinho branco, por serem piores que os de galinheiro.

O país que tem cada vez maiores ravinas de sangue humano, que vê com olhos embaciados, crianças colocadas nos últimos lugares da mortalidade infantil, meninos sem escola, garotos sem saúde e assistência médica, crianças a nascer com fome, crescer com fome (até aos cinco anos) e, depois a morrer com fome, implora por vozes de mudança, uma mudança, com vontade de mudar e alterar o quadro dantesco, em que Angola está mergulhada, carente de uma política de rosto humano, descomprometida com a maldade, mas vestida de cidadania, respeito pelos deveres e direitos do homem, conciliação, transparência e honestidade no exercício de funções públicas.

Uma mudança capaz de imprimir acções corajosas e patrióticas na criação de verdadeiros órgãos de soberania, com independência para o cabal cumprimento do dever de cumprir e punir, quem andar em sentido contrário à lei, principalmente, todos quantos, sub-repticiamente, tentem enganar ou burlar o Estado, para proveito próprio ou partidário. A lei não pode ser, para os que, ilicitamente, se aboletam dos bens do Estado, uma falácia, um embuste, uma passadeira onde se exibem com a clara convicção de imunidade.

Por esta razão, os verdadeiros patriotas não podem continuar parados, não podem ficar calados, têm de se indignar, gritar pelas calçadas, em nome da honestidade e transparência. Não fazer nada, em relação a tantas provas de batota e delapidação do erário público é um crime, por cumplicidade. Acreditar na lei, nesta lei, nestes juízes e tribunais partidocratas, que não é cega, mas é uma lei à Camões, melhor, de um olho só: o do MPLA, é uma ingenuidade política, imperdoável, para quem augura o poder.

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