GALERIA DE FOTOS. Abel Chivukuvuku vence eleição presidencial na CASA-CE com 646 votos, correspondentes a 91,63% dos votos. Carlos Pinho teve 53 votos (7,5%) e João Kalupeteka 6 votos (0,85%). Arrancou hoje em Luanda, o II Congresso Ordinário da Convergência Ampla para Libertação de Angola (CASA-CE). Para o primeiro dia de trabalho, está agendada a eleição do Presidente e Vice-presidentes.
Depois da divulgação dos resultados seguir-se-á o debate da temática do Congresso que será feito em painéis:
-Revisão dos Estatutos;
-A transformação de Coligação a partido político;
-Sobre as grandes linhas de teses da estratégia eleitoral.
O congresso decorrerá de seis a oito de Setembro, com a participação de 850 delegados provinciais. Foram igualmente convidados 187 personalidades, nacionais e estrangeiras, destacam-se partidos políticos, entidades religiosas e membros da sociedade civil.
A CASA-CE, Convergência Ampla de Salvação de Angola – Coligação Eleitoral, foi criada a 3 de Abril de 2012, quatro meses antes das eleições gerais, que então estavam programadas para Agosto de 2012. Do ponto de vista legal, a CASA-CE é uma coligação de quatro partidos políticos, nomeadamente: PALMA, PPA, PNSA, PADDA – AP.
Representação de Portugal
O deputado do CDS-PP Hélder Amaral manifestou hoje a disponibilidade daquela força política portuguesa para ajudar a manter as boas relações entre Portugal e Angola, que considerou muito importantes.
O dirigente político português transmitia uma mensagem do seu partido na abertura do II congresso ordinário da Convergência Ampla de Salvação de Angola – Coligação Eleitoral (CASA-CE), que hoje arrancou em Luanda e que decorre até sexta-feira.
Hélder Amaral referiu ainda que a presença em Angola está rodeada de grande curiosidade e esperança no futuro do país e nas relações entre os dois Estados.
Em declarações à agência Lusa, Hélder Amaral disse que a relação com a CASA-CE é “normal” como a que mantêm com outros partidos e a presença no congresso vem reforçá-la.
“Já recebi várias vezes o partido CASA-CE e tenho conversado, temos acompanhado com curiosidade um partido jovem, dinâmico como a CASA-CE, portanto é uma relação normal como já temos com outros partidos, é apenas e só mais um reforço da cooperação”, frisou.
Sobre as relações entre Portugal e Angola, o deputado do CDS-PP considerou-as “duradouras, estáveis, muito próximas”.
“E como sempre acontece em relações com uma componente familiar muito grande há alguma tensão, mas essa tensão é boa, mantém-nos acordados, atentos, despertos, mas enquanto existir essa forte ligação, que é visível praticamente em todos os níveis, o futuro de Angola e Portugal é risonho”, acrescentou.
Hélder Amaral deixou ainda uma mensagem de encorajamento aos angolanos sobre o actual momento de crise económica e financeira que o país enfrenta devido à baixa do preço do barril de petróleo no mercado internacional, frisando que Angola tem recursos naturais e que a eles somados inovação e imaginação, perspectiva-se um bom futuro.
“Angola não pode ter medo do futuro, até porque um país que foi capaz de vencer a guerra, consolidar a paz, eu julgo que não é uma pequena crise que vos vai assustar e impedir de ter um grande futuro”, realçou.
“Queria dizer que estamos aqui disponíveis para ajudar, para manter estas boas relações entre Portugal e Angola. Angola é muito importante para as relações de Portugal”, salientou.
O congresso da segunda maior força política da oposição angolana, no qual acontecerá a sua transformação em partido, contou com a presença dos partidos políticos portugueses Partido Social Democrata (PSD), Bloco de Esquerda (BE), e está ainda prevista a representação do Partido Socialista (PS).
Bloco de Esquerda com a CASA-CE
O bloquista Bruno Góis lembrou na abertura do maior evento da CASA-CE que a “paz é uma luta presente”, pela democracia.
A mensagem foi hoje transmitida pelo responsável do departamento internacional do BE, Bruno Góis, na cerimónia de abertura do II congresso ordinário da CASA-CE, que arrancou hoje em Luanda.
O dirigente político português frisou que o seu partido segue com interesse e afecto a luta e os trabalhos do povo angolano para fazer Angola cada vez melhor.
Segundo Bruno Góis, Angola já conquistou vários feitos, nomeadamente a luta pela independência nacional, o fim da guerra e o princípio do pluripartidarismo para o país, para que “as consciências, as opiniões se expressem democraticamente e para que cada angolano pudesse ser decisor do seu futuro”.
“Esse é o combate presente, a paz não é só o fim da guerra, a paz, na minha opinião, enquanto militante do BE e enquanto companheiro, é uma luta presente, a paz é o desenvolvimento deste país e a CASA-CE e as forças democráticas de Angola é que vão construir essa paz verdadeira”, destacou.
“Porque a paz não se consegue sem a democracia e a democracia não se consegue sem o verdadeiro desenvolvimento, que dê trabalho às angolanas e aos angolanos, que lhes dê acesso à saúde, à educação”, salientou.
Bruno Góis manifestou a amizade e solidariedade do BE para apoiar na construção desse futuro, em que Angola seja cada vez mais um Estado de direito e democrático.
“Um Estado onde cada pessoa possa exprimir a sua opinião, em que possa haver divergência de opiniões e em que cada uma e cada um possa trabalhar pelo desenvolvimento do seu país, afirmar esta grande nação, um futuro de uma Angola mais livre, mais desenvolvida, uma Angola para todos”, realçou.
De acordo com Bruno Góis, em Angola o BE tem relações privilegiadas com a CASA-CE e o Bloco Democrático, partidos democráticos para que Angola se afirme cada vez mais como um Estado democrático e de direito.
“A CASA-CE preenche esses requisitos, é uma força nova que pretende trazer desenvolvimento e democracia para Angola e é nessa base que o BE tem relações com essa força política”, frisou, acrescentando que a segunda maior força da oposição angolana é necessária para contribuir para que haja mais democracia para Angola e mais desenvolvimento para o povo.
Marcolino Moco ataca JES
Marcolino Moco, a antigo primeiro-ministro e militante do MPLA aproveitou a sua presença, como convidado, no II Congresso Ordinário da coligação CASA-CE para atacar José Eduardo dos Santos, acusando-o de ser o responsável pela instauração de um “regime autoritário e corrupto”.
“A actual situação é pior do que os últimos anos do colonialismo”, disse Marcolino Moco.
“Temos de ser fortes e lutar, sem tréguas, contra este colonialismo interno”, frisou Marcolino Moco, trazendo à liça os recentes desmandos provocados por forças militarizadas na zona do Zango, em Luanda, onde as Forças Armadas Angolanas têm destruído casas particulares e ameaçado e agredido jornalistas. A acção militar já causou mortes, como é o caso do adolescente de 14 anos, Rufino António.
“Estamos debaixo de uma concepção eduardista do poder – o que vale mesmo são as ordens superiores. Constatamos a manipulação do sistema de poderes e uma repressão brutal sobre os cidadãos angolanos”, acusa Marcolino Moco.
Para terminar a sua intervenção durante o congresso da CASA-CE, Marcolino Moco deixou recados aos representantes de forças políticas portuguesas;
“Dizer que agora estamos na fase dos interesses e que se não forem os portugueses a ocupar esse espaço serão os chineses, franceses ou americanos não faz sentido. Nós não temos nada a ver com os chineses. É evidente que queremos fazer negócios, mas peço-vos que respeitem os angolanos”.
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