ANGOLA. Os coreógrafos Ana Clara Guerra Marques e Nuno Guimarães preparam a orientação cénica da peça “Ceci n ́est pas une porte” que assinala o 25º aniversário da Companhia de Dança Contemporânea de Angola. As exibições começam a 12 de Outubro no auditório Pepetela do Centro Cultural Português em Luanda.
Este trabalho convida à reflexão sobre a condição humana, num contexto global e intemporal, aludindo ao impacto das frequentes invasões no ser humano, tanto internas como externas, tanto físicas como psíquicas.
As grandes dificuldades que a actividade da Companhia de Dança Contemporânea tem enfrentado, devido à ausência de um espaço cénico na cidade serviram de inspiração para este trabalho, que circunscreve o movimento dos bailarinos a um espaço exíguo.
Em diferentes planos emotivos, onde proliferam sentimentos de fobia que arrastam consigo o medo, a dor, a fome, a doença, o amor e o ódio, o movimento do corpo é atrofiado, mas nunca se extingue. Confinado ao espaço das caixas, o corpo dos bailarinos, ainda que involuntariamente, nunca perde a alma.
O movimento, mesmo atrofiado, é vida. É a vida que se impõe e afirma. “Não é um teatro! As caixas não são uma janela. A porta não é o que aparenta ser. A sobrevivência é um facto”.
Os espectáculos, classificados para maiores de 12 anos, terão lugar nos dias 12, 13, 14, 15 e 16 de Outubro, às 19H30 (domingo às 18H30). A Companhia de Dança Contemporânea procederá à venda dos bilhetes nos dias dos espectáculos.