As três maiores agências de ‘rating’ mundiais antecipam que a economia de Angola cresça este ano, em média, 2,8%, ao passo que o Governo antecipa uma expansão da riqueza na ordem dos 6,6%.
D e acordo com a recolha feita pela agência Lusa junto dos relatórios apresentados recentemente, no seguimento da descida do preço do petróleo das consequências para a economia de Angola, a Fitch é a agência de ‘rating’ mais optimista no que diz respeito ao crescimento de Angola, antecipando uma expansão do Produto Interno Bruto na ordem dos 3,1%, ao passo que a Standard & Poor’s é mais pessimista, prevendo apenas um crescimento de 2,5%.
A Moody’s, por seu lado, espera que Angola cresça 3%, tendo na semana passada mantido a avaliação da qualidade de crédito soberano, mas degradando de Estável para Negativa a perspectiva de evolução do ‘rating’, argumentando com os riscos económicos decorrentes da descida dos preços do petróleo.
A agência de notação financeira decide assim manter o ‘rating’ actual do país, mas alerta que, mantendo-se as condições atuais, é mais provável uma descida da avaliação do que uma manutenção ou uma subida da qualidade do crédito.
“A afirmação do ‘rating’ em Ba2 é apoiada pela força intrínseca da economia de Angola e pelas almofadas orçamentais do Governo”, enquanto a descida da perspectiva de evolução da avaliação “é impulsionada pelos riscos para o crescimento económico, finanças públicas e posição nos pagamentos externos que decorrem da descida dos preços do petróleo”, lê-se na nota publicada pela agência Moody’s na semana passada.
Já a agência de notação financeira Standard & Poor’s prevê que Angola cresça apenas 2,5% este ano, acelerando depois para 3,5% em 2016, e antecipa que a produção de petróleo fique abaixo do estimado pelo Governo.
“Esperamos que o crescimento fique na ordem dos 2,5% em 2015 e 3,75%, em média, entre 2015 e 2018″, dizem os analistas da S&P na nota enviada aos investidores em meados de Fevereiro, que explica a revisão em baixa da avaliação do crédito soberano em um nível, de BB- para B+, com perspectiva de evolução Estável.
A previsão de crescimento da economia angolana para este ano é significativamente abaixo da média dos últimos anos, que a S&P lembra ter sido de quase 5% ao ano entre 2011 e 2014, e da previsão rectificada do executivo angolano, que aponta para uma expansão do PIB na ordem dos 6,6%.
A Fitch não apresentou ainda qualquer alteração ao ‘rating’ de Angola no seguimento da descida dos preços do petróleo, mas em entrevista recente à Lusa, a directora do grupo de análise do crédito soberano, e uma das analistas seniores sobre Angola, Carmen Altenkirch, afirmou que “o crescimento económico em Angola certamente será menor que o estimado [pelo Governo antes da apresentação do Orçamento rectificativo], porque o sector do petróleo vai contrair-se e o sector não petrolífero vai sofrer o impacto da falta de dólares e da redução da despesa pública”.
O Governo de Angola previu, no Orçamento para 2015, um crescimento de 9,7%, descendo-o no Rectificativo para 6,6%, no seguimento da descida dos preços do petróleo, que motivaram também uma revisão do preço do referência do barril, de 81 para 40 dólares por barril.