Estou revoltado. Desiludido. Com vontade de destituir os maldosos, pelos meios constitucionalmente consagrados. Sou Luaty! Sou 15+1! Sou inocente! Sou pacifista! Infelizmente impotente para fazer ouvir a minha voz numa arena ditatorial.
Por William Tonet
E, neste quadro, uma pergunta: senhor Presidente da República de Angola, José Eduardo dos Santos está a gerir o tempo, para ver o Luaty morrer?
Se a resposta for SIM. É dantesco da sua parte… Se for não, faça agora alguma coisa, para não se arrepender, amanhã Com tantos cobardes no seu séquito de bajuladores, o Luaty merece viver, pois a sua coragem e determinação, higienizam o país.
Hoje tenho vergonha de ser angolano, ante tanta insensibilidade institucional de um regime que deveria ter mais amor para com a vida dos cidadãos. Não acredito estar eu e a maioria, sim a maioria, a ser governados por homens tão rudes e sem amor a vida! Como somos capazes de aceitar, impávidos e serenos, ser governados, em 40 anos por gente que ama mais o DINHEIRO que a VIDA HUMANA?
É hora do regime dizer o que quer fazer ao Luaty e aos cidadãos discriminados. Digam se querem governar por cima dos nossos cadáveres É hora do Presidente assumir, sem ambiguidades, como alto magistrado do país, as suas responsabilidades de acordo com a “Constituição Jessiana”, fazendo cumprir a lei ou E demitir-se por incapacidade na gestão das diferenças, que habitam a geografia territorial e humana dos povos de Angola.
Sou impotente para tomar outra posição mais contundente, como gostaria, neste momento, por ver vontade do regime em matar Luaty Beirão. O regime quere-o MORTO. MORTO, SIM, para ameaçar outros jovens, mas o efeito será o inverso!
Mas se este cenário acontecer, o único responsável, a única vontade, a ser julgada, sem ambiguidades será a de JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS! Não sou eu que o digo, mas, caricatamente, a própria “Constituição Jessiana”, que o coloca, inconstitucionalmente, não só como órgão de soberania, art.º 105.º, sem nunca ter sido, nominalmente eleito, como também, Titular do Poder Executivo, mandando nisso tudo, incluindo poderes legislativo e judicial!
Ora, se manda nisso tudo, pelo menos, uma vez na vida, mostre não ter coração de pedra, afastando a imagem, de que, tratará, amanhã, da mesma forma, os filhos dos que hoje lhe bajulam. O que está a fazer ao Luaty é indescritível, por ser filho de um seu amigo (já morreu) que não pode interceder por ele, numa hora, que se está a esvair heroicamente, num “leito-cela”, exigindo JUSTIÇA, por parte do seu regime.
Será que o Presidente dos angolanos do MPLA, sabe o que é JUSTIÇA? Justiça, “camaradamente” falando é diferente de Direito. Justiça é mais abrangente e amplo, faz burilar o coração, faz ver, alimenta a sensibilidade. Senhor Presidente, o rosário de petições já vai longo e mantem-se imperturbável, quando se esperava uma acção em nome da cidadania, da liberdade, da democracia, da justiça, sem as amarras partidocratas e dos falcões, que o aconselham a ver morrer o Luaty.
Como pai, também cometo erros, mas o Senhor ante o gemido inocente de uma vida, não lhe fica bem persistir na rota da insensibilidade, castigando um menino, que se tendo noção das culturas Angolana e Africana o consideraria seu filho. Não faça com que o Luaty morra no leito do seu injusto sistema carcerário e de justiça, para não perder a face e a dignidade, ante a maioria dos cidadãos, pois se o fizer será muito mau para o regime, que já anda na lama.
Faça qualquer coisa e deixe- -se de birras, pois não está em jogo, uma bola de futebol, mas uma VIDA! VIDA de um jovem, que o senhor e o seu regime enganaram, falando na existência de liberdades e democracia.
Os homens livres e democratas do mundo, esperam de si, uma atitude, quando os médicos dizem estar Luaty nos limites. Tenha um gesto nobre, agora, para que a história não o venha a julgar, amanhã. Acabe com a feira de vaidades, pois o mundo está em vigília e na esquina do pior, encontrar-se-á com a solidão da responsabilidade final. Nesta hora, abandone, os bajuladores, dê vazão ao coração e faça baixar o senso de justiça, pois a situação do Luaty e companheiros não será resolvida pelos tribunais, mas pelo senhor Presidente, que reúne todos os poderes e todos lhe prestam cega e incondicional vassalagem.
Acreditaria noutro cenário, se no seio do MPLA houvesse homens intrépidos que se batessem por causas, como esta, de preservação da vida.
Seja sincero, diga ao país se quer a morte ou a sobrevivência do Luaty Beirão, não se esquecendo que a morte de Jonas Savimbi, não evitou que a crise lhe entrasse casa adentro. Lhe peço, de coração, como nos velhos tempos, um gesto em nome do hino da VIDA E DA LIBERDADE.
PORRA, como me enganei tanto e durante tanto tempo…