A Organização das Nações Unidas (ONU) carece de uma reforma democrática e maior independência, para melhor cumprir as suas missões no mundo. Quem o afirma é o analista político Filipe Olímpio Candala. Se calhar deveria seguir o exemplo de Angola, não?
Filipe Olímpio Candala fez estas declarações à Angop, no Huambo, a propósito de mais um aniversário da fundação da ONU, referindo que a organização tem estado, nos últimos anos, aquém dos seus objectivos.
Tal facto, segundo argumentou, deve-se essencialmente a dependência da ONU de alguns países, mormente do hemisfério norte, e a deficiente representatividade dos Estados com estatuto de membros permanentes no seu Conselho de Segurança.
Filipe Olímpio Candala disse que a reforma passa, necessariamente, pela adopção de medidas consensuais e de solidariedade entre os Estados membros, devendo abranger toda a estrutura da ONU, além de fazer valer o princípio democrático, admitindo mais membros permanentes no Conselho da Segurança.
Quanto à questões sociais, que também afectam a estabilidade internacional, o analista politico referiu que o mundo está a tornar-se cada vez mais pobre, situação que exige mais solidariedade inter-Estados, na resolução de tais situações.
Presume-se que a alusão a um “mundo cada vez mais pobre” tenha como paradigma um país rico, governado por uma elite rica mas que tem um povo a viver na miséria. Poderia ser o caso de Angola.
“Se os mais ricos e sobretudo aqueles com maior índice de desenvolvimento humano aceitarem e tiverem sensibilidade para solidariedade e igualdade teremos um mundo com menos conflitos, harmonioso e fraterno”, manifestou.
A ONU é uma organização internacional cujo objectivo declarado é facilitar a cooperação em matéria de direito e segurança mundial, desenvolvimento económico, progresso social, direitos humanos e realização da paz.
Fundada a 24 de Outubro de 1945, após a II Guerra Mundial, em substituição da Liga das Nações, que teve como objectivo deter a guerra entre países e fornecer uma plataforma para o diálogo, a ONU tem várias organizações subsidiárias para realizar suas missões.
Com sede em Nova Iorque, Estados Unidos da América, a Organização das Nações Unidas é dirigida, actualmente, pelo sul-coreano Ban Ki-moon, que, em 2007, substituiu o ghanense Kofi Annan.