A Semapa, que apresentou em conjunto com os fundos Apax Partners e Bain Capital, uma proposta vinculativa sobre os activos da PT Portugal, tem uma perspectiva de investimento de longo prazo, disse hoje fonte da empresa.
A “Semapa tem uma perspectiva de investimento de longo prazo com esta entrada no capital da PT Portugal e, dentro do possível, assumir um papel de accionista português de referência. É uma estratégia que pretende que se mantenha no futuro”, disse fonte do grupo.
A empresa de Pedro Queiroz Pereira “acredita que, através desta aliança com os fundos Apax e Bain, estará a contribuir para um futuro optimista da operação da PT Portugal, permitindo à empresa manter-se como líder no mercado nacional, nos vários segmentos onde atua, designadamente na área das comunicações móveis, fixas, Internet, televisão e inovação”, acrescentou.
Os fundos e a Semapa já entregaram à operadora brasileira Oi a sua oferta vinculativa para a compra dos activos da PT Portugal
Esta é “uma oferta financiada integralmente pelo Barclays, Bank of America, UBS, Royal Bank of Scotland e UniCredit”, de acordo com fonte financeira.
A 12 de Novembro, a Oi informou o mercado de que tinha recebido a proposta dos fundos Apax Partners e Bain Capital para a compra da PT Portugal, oferecendo 7.075 milhões de euros, mais 50 milhões que a proposta do grupo francês Altice.
Os activos da PT Portugal, que inclui o Meo e o Sapo, entre outros, estão integrados na brasileira Oi desde maio passado, no âmbito do processo de combinação de negócios acordado entre a operadora e a PT SGPS.
A PT SGPS, que detém 25% da Oi e a dívida de quase 900 milhões de euros da Rioforte, do Grupo Espírito Santo (GES), tem poder de veto numa eventual venda da PT Portugal.
No entanto, como a PT SGPS está a ser alvo de uma oferta pública voluntária geral por parte da Terra Peregrin, da empresária angolana Isabel dos Santos, uma posição da empresa portuguesa sobre a venda da PT Portugal só poderá ser tomada em sede de reunião magna de accionistas.
Também hoje foi conhecido que os CTT assinaram um memorando de entendimento com o grupo Altice, dono das portuguesas Cabovisão e Oni, para um acordo quadro que potencie sinergias conjuntas entre a empresa e a PT Portugal, segundo o qual os Correios de Portugal poderão receber até 30 milhões de euros.
Em declarações à Lusa, o presidente dos CTT, Francisco de Lacerda, disse que o memorando representa uma “oportunidade importante para estreitar parcerias” entre os Correios e a PT Portugal.
Em comunicado, os CTT referem que “o acordo quadro deverá ser concretizado em parcerias comerciais específicas a definir e geradoras de valor para ambas as empresas, nomeadamente a optimização conjunta das redes de retalho, aproveitando a escala e capilaridade da rede CTT e o desenvolvimento de negócios conjuntos na área do comércio electrónico e convergência físico-digital”.
As parcerias comerciais específicas “potenciarão ainda a geração de EBITDA [resultado antes de impostos, juros, amortizações e depreciações] adicional, de acordo com um ‘business case’ [caso de negócio] específico a definir por iniciativa”, concluem.