POVO POR CÁ, DIRIGENTES POR LÁ

Os investimentos realizados em unidades hospitalares, independentemente da sua categoria, ainda não satisfazem o Executivo, por essa razão a atenção deve ser contínua, afirmou o Presidente da República, general João Lourenço, certamente descansado porque quando tiver necessidade tem sempre lugar cativo nos melhores hospitais de Portugal, Espanha, EUA ou Dubai.

O Chefe de Estado, em declarações à imprensa após a inaugurar esta sexta-feira, o novo Hospital Geral do Cunene “General Simione Mucune”, localizado no Bairro Naipalala III, província do Cunene, justificou que os investimentos na construção de novas unidades hospitalares devem-se ao aumento da população.

É uma boa filosofia, na senda – aliás – do que é o ADN do MPLA. Experiência análogo e de êxito assinalável foi seguida quando, por se verificar o aumento da população pobre, o Governo mandou “construir” mais locais de acesso livre e gratuito a alimentos, as… lixeiras.

“Há uns anos tínhamos uma população e hoje temos a que conhecemos. Daqui a uns anos, vamos ter muito mais. Portanto, em termos de infra-estruturas, a atenção, o investimento, que deve ser feito, é contínuo”, sustentou o general João Lourenço, na sendo igualmente das razões que justificaram a construção de projectos megalómanos, caso do satélite angolano, do metropolitano de superfície ou – um dia destes – do caminho marítimo para o Huambo.

O general João Lourenço referiu-se também a outros investimentos que devem ser feitos, além dos hospitais, na construção de estabelecimentos de ensino de todos os níveis (primário, secundário e universitário), produção e distribuição de água, energia e na habitação e até – pasme-se – na obrigatoriedade de as couves passarem a ser plantadas com a raiz para baixo.

“Como se costuma dizer, o céu é o limite. Ou seja, nós não podemos dizer que vamos fazer 200 e “stop”, parou. Não! É para se ir fazendo. Isto é um processo que é contínuo”, considerou o general que quis transformar Benguela na Califórnia, que já estabeleceu o itinerário para o paraíso e que continua a mostrar que o MPLA fez mais em 50 anos do que os portugueses em 500.

Quanto aos investimentos na província do Cunene, o Chefe do Executivo afirmou que o governo tem feito muito pela província e que não é favor nenhum o que se faz.

“A governadora mencionou o facto de eu ter vindo já à província cinco vezes, num período de cerca de seis anos, desde o início do meu primeiro mandato. Isso significa que prestamos uma atenção particular a esta província, por tudo o que ela representa”, referiu o general João Lourenço.

Em Ondjiva, João Lourenço descerrou a placa do Hospital Geral do Cunene, cortou a fita e, de seguida, fez uma visita ao hospital com uma extensão de 82.000 metros quadrados, e uma área construída de 14.406,92 metros quadrados.

Para garantir um atendimento mais eficiente, a cooperação com empresas ou profissionais de saúde da vizinha República da Namíbia será feita com base em contratos, que ainda não foram negociados, segundo João Lourenço.

“Angola está interessada e a Namíbia também. Tudo o que podemos dizer, neste momento, é que os moldes dos contratos serão negociados e só na fase da assinatura dos mesmos é que saberemos as condições da cooperação”, adiantou.

O general João Lourenço mencionou que ao longo dos anos tem sido feita cooperação no sector da Saúde com profissionais de outros países, como Portugal, Brasil e Cuba. Mas com a Namíbia será a primeira vez.

Relativamente às unidades hospitalares das missões evangélicas e de outras igrejas cristãs, algumas delas históricas, João Lourenço disse que o Executivo tem procurado cooperar e ajudar a recuperá-las como é o casamento dos hospitais de Caluquembe, Vouga, no Bié, reabilitados para servir as comunidades.

“Os nossos doentes, os angolanos, não devem ser assistidos apenas por hospitais públicos. Todos os que podem contribuir para minimizar a carência de unidades hospitalares e de assistência médica às nossas populações são bem-vindos”, sublinhou.

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