BOÇALIDADE IDEOLÓGICA DOMINA INSTITUIÇÕES

A putrefacção mental campeia e destapa a cada estrofe (da pauta do regime) a estreita ligação com o intestino grosso, quando em causa está a necessidade de uma actuação higiénica. Foi assim (25.04). É assim. Todas as vezes, desde 1975, quando se exige exaltação republicana, o MPLA abalroa a constituição e as leis.

Por William Tonet

A opção partidocrata (ditatorial), confunde alhos com bugalhos, ao condenar, “as visitas realizadas por deputados da UNITA a instituições públicas”, exigindo-lhes a prévia autorização, mas sem qualquer fundamentação legal. Aberração!

A presidente da Assembleia Nacional, Carolina Cerqueira, membro do bureau político do MPLA espantou o mundo legislativo e político nacional, ao dar conta da “recepção” de um telefonema, marginal a independência dos órgãos de soberania, da parte de uma camarada de partido, integrada no executivo, queixando-se de ter sido accionada, por “deputados do outro lado”…

No “país do MPLA”, a ditadura impera e é real. A democracia é um conceito de fachada, cunhado na Constituição, com carente eficácia prática. Daí, a referência, pelos camaradas, de lado, não ser relativo a geometria, mas a todos que cultivem pensamento diferente e visão republicana.

Os “do outro lado”, são, não só os inimigos viscerais da ditadura; UNITA, como todos quanto pugnem pelos valores das liberdades, justiça, transparência e democracia participativa.

“Camaradamente” falando, o MPLA, por referencial temor a verdade dos factos, accionou, através da maioria parlamentar, a cláusula do “matumbismo institucional”, arreganhando administrativamente, um feito, constitucionalmente, consagrado da acção dos deputados e grupos parlamentares, carente de autorização da presidente do órgão. “Inspecção e visita aos órgãos do poder executivo”.

É grave, a presidente do órgão legislativo, por cegueira ideológica, demonstrar desconhecimento primário da Constituição e Regulamento Interno da Assembleia Nacional. Mais do que isso, evocar o medo pela transparência e liberdade de movimentos dos deputados, capaz de constatar o fedor clínico, que aromatiza os corredores hospitalares, o ferrugem dos bisturis, a falta de seringas, de fármacos de base, bem como os sujos lençóis da crónica incompetência, que “nazista e corruptamente” não consegue justificar os milhões de dólares, alegadamente, investidos no sector.

E, foi dentro deste quadro, que quem deveria ser guardiã(o) de lei aprovada intramuros, torna-se em “assassina”, colocando as alíneas i) e l) do n.º 1 do art.º 23.º, do Regimento Interno da Assembleia Nacional, nas fedorentas pocilgas ideológicas.

Artigo 23.º

(Direito do Deputado)

Constituem direitos dos Deputados, a exercer singular ou colectivamente, nos termos do presente regimento e demais legislação aplicável, os seguintes: (…)

“i) dirigir perguntas aos Ministros de Estado, aos Ministros, aos Governadores Provinciais, aos Órgãos da Administração Pública e às demais entidades que administrem recursos públicos;

l) requerer e obter dos Ministros de Estado, dos Ministros e dos Governadores Provinciais ou de titulares de qualquer entidade pública ou privada que administrem recursos públicos, elementos, informações e publicações oficiais úteis para o exercício do seu mandato”.

Em nenhum momento existe um articulado da lei indiciando o imperativo dever de autorização por parte da presidente do parlamento. Logo o comunicado é inquisitorial e denota falta de higiene intelectual.

Toda esta engenharia visa adormecer os ente partidários e da sociedade civil, ante a maracutaia em curso, com apoio explícito do FMI, União Europeia, fundamentalistas islâmicos e Israel de fraudarem as eleições gerais de 2027.

Nesse prisma, a UNITA pese o esforço hercúleo que tem estado a desenvolver, no parlamento, que pouco resultará em ganhos, para os amantes da alternância e democracia, deveria por ser, depois da maioria, a bancada com 1/5 dos deputados (44) em efectividade de funções, avocar o art.º 168.º (iniciativa de referendo nacional), para colocar em escrutínio com a cidadania o “Pacote de Leis Eleitorais” que, vez mais, exclui e adia a criação de um Tribunal Eleitoral Independente, porque o das vestes: Tribunal Constitucional, tem na liderança, membro do bureau político do MPLA… Retornando a vaca velha, o comunicado estapafúrdio da presidente Caró entrará nos anais da história e estará sempre sujeito ao escrutínio da chacota e deboche parlamentar!

UM DIA SILÁBICO DISTANTE DO SIGNIFICADO COMPOSTO DE TRABALHADOR

Hoje apenas resta a lembrança de um dia que era, mas já não é, dos trabalhadores. Hoje a mágica de um adjectivo sublime é pronunciado em sílabas descontínuas: TRA-ES-CRA-VO (traescravo)!

Uma transformação épica do mal, levada a cabo por quem se dizia libertador e revolucionário, mas alcandorado no poder, hibernou rapidamente, para as piscinas latifundiárias, discriminatórias, injustas, genocidas e corruptas…

O trabalhador, com carteira assinada, rapidamente, virou ex-trabalhador e, actualmente, é “traescravo” (trabalhador-escravo), com salário intermitente agrupado.

O cidadão autóctone, numa actividade laboral é coisificado, pelo patronato colonialista, fundamentalmente o operário, por ausência de local de trabalho. As fábricas foram transformadas em FaZém (fábricas viradas armazéns), impedidas de produzir e transformar as matérias primas locais, para se converterem em armazéns de produtos acabados…. do ocidente e asiáticos…

As fazendas agro-pecuárias foram, igualmente assassinadas, cortando-lhes o elo de ligação com as cidades; locais de grande consumo.

Sem uma cadeia de recolha, conservação e distribuição, não há agricultura.

Os ditos libertadores mataram o camponês, antes “hinoficado” (nos hinos), plantando nos férteis campos, jardas (bundas enxertadas, para semanais orgias sexuais) e pobreza.

Nunca, antes, nos anais da história, mesmo ocidental, houve uma combinação tão perfeita de perversão e insensibilidade de agentes no poder.

Hoje, no nosso país, não se desfila, tão pouco se exalta o TRA-BA–LHA-DOR… porque deles, apenas ficou a DOR, imposta pelos ímpios, no poder e a pretérita lembrança…

Este é o quadro doloroso dos 50 anos de um regime antipatriota, que vendeu, corruptamente, a soberania económica do país, ao capital estrangeiro especulador e colonialista…., que agora escraviza a maioria dos cidadãos dos nossos povos…

Abaixo o primeiro de Maio dos opressores…

Porque o nosso, infelizmente, inexiste…

Foi esbulhado…

Foi assassinado, por genocidas políticos, anti-país, anti-África.

No mais continuemos a luta, para um dia, proclamarmos a INDEPENDÊNCIA IMATERIAL, dos nossos povos e micro-nações, visando o resgate do orgulho de sermos, nesse dia, HOMENS E MULHERES, verdadeiramente livres e donos do nosso destino…

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