Angola bateu um recorde de casos e mortes desde o início do surto de cólera com 178 novos casos e seis óbitos nas últimas 24 horas, segundo o ultimo boletim epidemiológico do Ministério da Saúde (Minsa). Nada de novo. Em matéria de campeões, o MPLA tem para dar e vender pelo menos 60 toneladas…
Angola totaliza assim 1.888 casos e 65 mortes desde o início do surto, no mesmo dia em que foi iniciada uma campanha de vacinação de dois dias para combater a doença que vai abranger quase um milhão de angolanos nas províncias mais afectadas (Luanda, Bengo e Icolo e Bengo).
A imunização deverá acontecer (diz o Governo) em postos fixos em unidades de saúde, igrejas e outros locais de cultos, mercados, escolas e outros pontos considerados estratégicos, bem como nas comunidades através de equipas móveis para alcançar pessoas que não podem deslocar-se até os postos de vacinação.
Dos 178 casos de cólera mais recentes, 108 ocorreram na província do Bengo, 56 na província de Luanda, 13 na província do Icolo e Bengo e um na província do Huambo. Os seis óbitos foram registados no Bengo (4), Luanda (1) e Icolo e Bengo (1). Actualmente, estão internadas 245 pessoas com cólera.
Desde o início do surto, a 7 de Janeiro, foram reportados 1.888 casos, dos quais 1.062 na província de Luanda, 530 na província do Bengo, 280 na província do Icolo e Bengo, 5 na província do Huambo, 4 na província de Malanje, 4 na província do Zaire, 2 na província da Huíla e 1 na província do Cuanza Norte, com idades compreendidas entre 2 e 100 anos. Das 65 mortes, 38 ocorreram em Luanda, 19 no Bengo e 8 na província do Icolo e Bengo.
O grupo etário mais afectado é o dos 2 aos 5 anos de idade com 294 casos e 10 óbitos, seguido do grupo etário dos 10 aos 14 anos de idade com 250 casos e 5 óbitos.
Recorde-se que como o reino do MPLA é pobrezinho, a União Europeia (UE) anunciou um financiamento de 200 mil euros para ajudar Angola a conter o surto de cólera, que representa um risco significativo para mais de 380 mil pessoas. E é assim há 50 anos.
Segundo um comunicado da delegação da UE em Angola, o financiamento europeu visa apoiar os esforços da Cruz Vermelha angolana na prestação de ajuda, incluindo água potável, cuidados de saúde, saneamento e higiene.
Além disso, a intervenção centrar-se-á na comunicação dos riscos e no envolvimento da comunidade para combater a desinformação e aumentar a sensibilização do público.
O programa apoiado pela UE terá uma duração de quatro meses, até ao final de Maio de 2025, e deverá chegar a 384 mil pessoas nas províncias do Bengo, Cuanza Norte, Huambo, Huíla, Icolo e Bengo, Luanda, Malanje e Zaire.
A epidemia é agravada pela falta de abastecimento de água e de saneamento (culpa, obviamente, dos portugueses…) inadequado em áreas urbanas densamente povoadas e pela estação chuvosa, aumentando a necessidade de uma acção rápida e coordenada por parte das autoridades de saúde, das Organizações Não Governamentais e dos parceiros internacionais.
“São necessários esforços imediatos para conter o surto, impedir uma maior transmissão e assegurar o tratamento atempado das pessoas afectadas”, destaca-se no comunicado. O surto também representa uma séria ameaça para as províncias vizinhas, o que evidencia a necessidade de uma resposta nacional abrangente.
O financiamento faz parte da contribuição global da UE para o Fundo de Emergência de Resposta a Catástrofes (DREF) da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (FICV).
Registe-se, entretanto, que apesar destes casos que revelam a megalomania do regime do MPLA, Angola tornou-se um reino inovador no que diz respeito – segundo a propaganda oficial – aos cuidados de saúde, depois da realização da primeira cirurgia robótica a um paciente com cancro da próstata, segundo o fundador e director médico do Global Robotics Institute, Vipul Patel.
O especialista, que liderou a equipa da primeira cirurgia robótica em Angola, fez este pronunciamento no dia 6 de Agosto de 2024, em Luanda, no final da audiência concedida pelo Presidente da República e campeão de tudo e mais alguma coisa, general João Lourenço.
“Este é um projecto com o qual nós temos estado a trabalhar há já muitos anos. Portanto, sempre foi o sonho de Sua Excelência Presidente da República de Angola ter a cirurgia robótica realizada em Angola, e graças a Deus aconteceu”, realçou.
O médico afirmou que a cirurgia robótica realizada no Complexo Hospitalar de Doenças Cárdio Pulmonares foi a primeira a acontecer na África Ocidental e um marco importante não apenas para Angola, mas para todo o continente africano.
Vipul R. Patel, que também é vice-presidente da Sociedade Robotics, aproveitou a audiência para felicitar o Presidente da República pelo feito alcançado no sector da Saúde e pela aposta na formação de jovens angolanos pela equipa americana.
“Vamos preparar os jovens médicos angolanos que terão oportunidade de aperfeiçoar os seus conhecimentos no que diz respeito a esta ciência, que é bastante importante”, sublinhou.
Urologista oncológico, Vipul Patel é uma referência mundial em cirurgia robótica, tendo já realizado mais de 18 mil.