Cento e oitenta mil habitantes do Waku-Kungo vão beneficiar de água potável, com a reabilitação e expansão do sistema de abastecimento naquela localidade da província do Cuanza-Sul. O ministro João Baptista Borges deu, é claro, uma ajuda decisiva…
O ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, procedeu (como mandam as regras do protocolo copiado de outros países) ao lançamento oficial da primeira pedra para arranque das obras com a duração de 30 meses, mostrando – reconheça-se – uma especial preparação para o cargo.
O projecto, que contempla a construção de uma estação de tratamento de água com capacidade de 800 metros cúbicos por hora, captação e reservatórios, prevê 20.000 ligações domiciliares e 77 chafarizes.
Durante a cerimónia de lançamento da primeira pedra, o ministro João Baptista Borges afirmou que a proximidade do Rio Keve permitirá a concretização do abastecimento de água potável aos habitantes do Waku-Kungo.
De acordo com o ministro, este projecto faz parte de um dos objectivos do Executivo angolano, que visa alcançar uma taxa média de acesso à água no meio rural e urbano de 60 por cento, contra os actuais 55 por cento.
A governadora da província do Cuanza-Sul, Mara Quiosa, afirmou que a implementação deste projecto de grande envergadura irá, certamente, assegurar a melhoria das condições de vida dos habitantes deste município.
João Baptista Borges visitou também as obras do projecto de electrificação do perímetro irrigado do município da Cela.
MPLA METE ÁGUA (POTÁVEL) NAS PROMESSAS
No dia 2 de Julho, o general João Lourenço, Presidente angolano, em simultâneo com o Presidente do MPA e com o Titular do Poder Executivo, garantiu que pelo menos dez milhões de habitantes vão beneficiar de água potável na província de Luanda, até 2027, após a conclusão dos projectos Bita e Quilonga Grande.
Em rigor, o general João Lourenço referiu que sete milhões e quinhentos mil habitantes de Luanda vão beneficiar de água potável após a conclusão das obras dos projectos de produção e distribuição de Quilonga e Bita, o que vai elevar o acesso a este líquido a mais de 10 milhões de pessoas até 2027.
A garantia, uma das muitas do general João Lourenço, foi dada pelo Presidente da República, em declarações à imprensa, depois de uma visita efectuada à Estação de Tratamento de Água (ETA) de Quilonga, na Comuna do Bom Jesus, município de Icolo e Bengo.
Ao fim de 49 anos de governação do MPLA, o Chefe de Estado precisou que o projecto de Quilonga irá satisfazer cerca de cinco milhões de pessoas e o de Bita dois milhões e meio, que se juntarão aos actuais pouco mais de três milhões de habitantes de Luanda que já têm acesso à água potável.
“É uma diferença muito grande em relação aos actuais pouco mais de três milhões de habitantes que beneficiam de água. Portanto, vamos passar de três para 10 milhões. Será um passo, sem sombra de dúvidas, significativo”, disse.
Confirma-se a tese do general João Lourenço que o MPLA conseguiu fazer mais ao fim de 50 anos do que Portugal em 500…
Segundo João Lourenço, a partir do final deste ano, algumas zonas da cidade começarão a receber água dos projectos de Bita e Quilonga, bem como do GEPE, que fornecerá o produto às populações de várias áreas de Luanda.
“Para quem ainda não beneficia da água, uma palavra de conforto e de esperança, de que no decorrer dos próximos dois anos, paulatinamente, vamos aumentando o número de cidadãos que vão beneficiar de água”, assegurou o general, certamente lembrando-se dos 20 milhões de pobres, grande parte dos quais frequentam os lixeiras de Luanda onde, embora sem grande sucesso, aprendem todos os dias a viver sem… comer.
João Lourenço reconheceu que o rápido crescimento demográfico exerce uma pressão significativa sobre o Executivo, e acrescentou que houve um período em que a água produzida e distribuída em Luanda era suficiente, mas o aumento exponencial da população superou a capacidade de acompanhamento.
Na ocasião, o ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, também garantiu que os projectos de Quilonga e Bita vão duplicar a actual capacidade de abastecimento de água em Luanda, prevendo-se, com a sua concretização até 2027, a eliminação progressiva do défice de água na cidade.
Os projectos não só compreendem os sistemas de captação e tratamento de água e armazenamento, como também a extensão da rede de distribuição, principalmente para novos bairros, tendo mencionado o Zango, Ramiros e outros, que também terão água canalizada.
O ministro anunciou também a construção de cerca de mil e setecentos chafarizes em localidades em que não for possível levar água canalizada, destacando o projecto Pro Água, que visa a melhoria da eficiência e optimização da capacidade instalada, com a substituição de condutas antigas e reparação de bombas avariadas.
O projecto de Quilonga faz parte do Sistema 5 de Abastecimento de Água em Luanda, abrange uma área de serviço de 60.815 hectares e beneficia mais de três milhões de pessoas.
Com um valor contratual de 491 milhões de dólares, a produção diária de 500.000 toneladas de água tornará esta Estação de Tratamento de Água (ETA) a maior em Angola.
O projecto está posicionado para ganhar o “Luban Award for Overseas Projects” e visa tornar-se uma referência no abastecimento de água em África.
ATÉ PARA TER ÁGUA POTÁVEL A MÃEZINHA TEM DE AJUDAR
O Banco Mundial (BM) vai prestar apoio técnico ao Governo angolano destinado à busca de financiamento para o sector hídrico e prosseguir o trabalho no sentido de proporcionar o contínuo acesso da população à água. Pelos vistos, o MPLA não tem capacidade para o efeito e, por isso, tem de pedir a ajuda da mãezinha e do paizinho, ou seja do BM e do Fundo Monetário Internacional (entre outros).
A garantia foi dada pelo director de Prática Global de Água, Saroj Kumar Jha, que manteve um encontro, em Dushanbe, Tadjiquistão, com a Vice-Presidente da República, Esperança da Costa.
Em declarações à imprensa, Saroj Kumar Jha informou que BM tem apoiado Angola com um financiamento total de cerca de mil milhões de dólares, frisando que falou com Esperança da Costa sobre a possibilidade de se estenderem os projectos, olhando sempre para o acesso à água.
Sublinhou também que apesar dos progressos feitos no país a nível das populações no acesso à água e ao saneamento, ainda existem desafios que o Governo e o Banco Mundial precisam de ultrapassar para se cumprir a Agenda 2030 sobre a Água e Saneamento.
“Foi uma conversa muito interessante, relacionada com o estado de três projectos que estamos a desenvolver no país e também olhando para as perspectivas do BM em programas de apoio para a facilitação de acesso à água potável pelas populações”, avançou Saroj Kumar Jha.
Ainda sobre o financiamento, Saroj Kumar Jha frisou que tem servido para melhorar a economia, as questões relacionadas com a participação das parcerias público-privadas a nível do sector das águas e a melhoria, no geral, das condições de acesso à água potável por parte da população angolana, acrescentando que o acesso ao mercado de carbono foi também um dos temas abordados com a Vice-Presidente da República e outras questões que, enquanto BM, vão continuar a ser discutidas directamente com os representantes desta instituição financeira em Angola.
Recorde-se que Esperança da Costa deslocou-se ao Tajiquistão para participar na 3ª Conferência Internacional de Alto Nível sobre a Década Internacional de Acção “Água para o Desenvolvimento Sustentável” 2018-2028.