MPLA ABENÇOA O CICA

O Conselho das Igrejas Cristãs em Angola (CICA) manifestou a intenção de continuar a colaborar com o Governo angolano na identificação dos principais problemas, com foco nas áreas da educação, saúde e saneamento básico, através da apresentação de relatórios periódicos para a tomada de medidas eficazes que melhorem a qualidade de vida das populações. Como se sabe, o saneamento básico é um dos mandamentos de qualquer Igreja, cristã ou não…

Essa disponibilidade foi hoje transmitida à Vice-Presidente da República, Esperança da Costa, em Luanda, pelo secretário-geral do CICA, Vladimir Agostinho, durante uma audiência.

Entre as províncias onde o CICA tem actuado, destacam-se Benguela, Zaire e Cuanza Sul, com iniciativas voltadas para a monitorização e propostas de soluções para os desafios enfrentados.

Vladimir Agostinho sublinhou a importância da cooperação contínua com o Governo do MPLA (há 49 anos no Poder) para o bem-estar social (que não existe), frisando que o trabalho da seita abrange também outras províncias e exige esforços constantes para identificar e resolver problemas.

“Reconhecemos que, como parceiros do Governo, precisamos de trabalhar com a comunidade para identificar os problemas que ela enfrenta”, acrescentou.

Durante o encontro, também foram discutidas questões relacionadas com a degradação dos valores morais (coisa chata 49 anos depois de o MPLA ter corrido com os portugueses), como o aumento do vandalismo e o desrespeito pelas entidades no país.

“Vemos homens e mulheres que vão desrespeitando os pais nas redes sociais e em outros lugares. Tem sido muito preocupante para a Igreja. Precisamos de continuar a trabalhar para o resgate dos valores morais de forma a ter uma sociedade cada vez melhor”, afirmou Vladimir Agostinho, destacando o papel da Igreja (e do MPLA) na defesa dos valores éticos e morais.

Segundo o líder religioso, outro tema abordado na audiência foi o censo populacional, que se inicia no dia 19 deste mês, para o qual se espera que a Igreja venha a desempenhar um papel activo (e bem pago) na mobilização dos fiéis para garantir uma ampla participação, apelando ao envolvimento de todos os cidadãos nesse processo crucial para o desenvolvimento do país.

A Igreja, disse, coloca-se na linha da frente para a mobilização dos fiéis, para que todos possam receber os recenseadores em sua casa e o censo seja uma realidade, e desta forma facilitar a tarefa do Governo a adoptar políticas para resolver situações que a população enfrenta, mesmo considerando – como afirma o general presidente João Lourenço – que o MPLA fez mais em 50 anos do que os portugueses em 500.

No âmbito da educação, o líder religioso defendeu a inclusão de crianças com necessidades especiais, afirmando que o custo dos tratamentos para distúrbios como o autismo é elevado, pelo que apelou à criação de políticas que garantam o apoio a estas crianças.

O CICA está a trabalhar na criação de um centro de acolhimento de crianças em situação de rua (crianças de rua no reino do MPLA?), com o objectivo de reintegrá-las nas suas famílias ou encontrar soluções para aquelas que perderam os seus familiares.

“Estamos preocupados com o aumento da prostituição e da delinquência juvenil, pelo que apelamos para que essas pessoas sejam resgatados e reinseridos na sociedade”, afirmou.

Por outro lado, Vladimir Agostinho revelou que o CICA está a traduzir a Bíblia Sagrada para várias línguas nacionais, uma iniciativa importante para a preservação da cultura e tradições angolanas.

Também hoje, a Vice-Presidente reuniu-se, em separado, com o presidente do Conselho de Igrejas de Reavivamento em Angola (CIRA), reverendo Nzuzi António, com quem abordou questões cruciais, como a agricultura, educação, saúde e a violência infantil, principalmente a sexual. E então o saneamento básico?

O reverendo sublinhou a importância da formação da mulher como parte dos esforços da Igreja para melhorar as condições sociais no país, agradeceu a oportunidade de diálogo e destacou o papel da Igreja na promoção do bem-estar espiritual e social da nação.

Em Janeiro de 2015, a secretária-geral do CICA, Deolinda Dorcas Teca, exaltou com a veemência própria de quem – mesmo dizendo-se religioso – vive para se servir e não para servir as suas “ovelhas”, o sentimento humanista do então Presidente, José Eduardo dos Santos.

A líder religiosa, que falava – como não poderia deixar de ser – à Angop sobre as realizações do CICA, lembrou o discurso dirigido à Nação, por ocasião do ano novo, onde o então Chefe de Estado, “querido líder” e “o escolhido de Deus”, falou sobre a importância do resgate dos valores e princípios como o tratamento honroso dos mais velhos, a protecção natural da criança e dos portadores de deficiência.

Deolinda Dorcas Teca sabia que, como diz na cartilha religiosa, os súbditos devem olhar para o que o líder supremo diz e não para o que ele faz. Talvez por isso a bajulação rime com a sobrevivência de muita gente e de muitas organizações.

“Para além de ser um sentimento de solidariedade, também está a questão humanista, porque o cuidar do idoso, da criança, dar mais atenção aos pobres, às pessoas que apresentam necessidades especiais é, também, um imperativo para cada um de nós. E isto é bíblico”, disse a secretária-geral do CICA.

Deolinda Dorcas Teca mostrou que, no âmbito do culto divino de então a Eduardo dos Santos, sabia o que dizia mas não dizia o que certamente sabe. Compreende-se. Se dissesse certamente que o CICA teria os dias contados. E como a verdade não é uma preocupação do Conselho de Igrejas Cristãs em Angola, siga a banda e venham as benesses.

A secretária-geral do CICA referiu que a confiança depositada na igreja para ajudar no resgate dos valores é de agradecer, porque as instituições religiosas têm o espaço para mobilizar as pessoas através dos grupos de mulheres e outros onde são transmitidas palavras para moldar e transformar as mentes humanas.

Digamos que é uma espécie de reeducação patriótica que, apesar de mais religiosa, segue os parâmetros oficiais. Isto é, o MPLA é Angola e Angola é do MPLA.

O Conselho de Igrejas Cristãs em Angola sublinhou, segundo a ventriloquia de Deolinda Teca, o trabalho que desenvolve com os ministérios da Educação, da Cultura e da Família e Promoção da Mulher de formas a ajudarem no desenvolvimento do país.

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