DO FAX AO ON-LINE

Em Novembro de 2025 Angola comemora 50 anos de existência como país independente. Nesse mesmo ano, embora uns meses antes (Março), o Folha 8 regista 25 anos de vida. Tudo começou com as nossas edições a serem distribuídas com o uso da tecnologia que, na época, era de ponta – o fax.

Por Orlando Castro

Hoje continuamos, com novos meios mas mantendo o nosso ADN de nascença, sendo mais do que um Jornal – a Liberdade, fazendo um jornalismo com memória o que desagrada solenemente a todos quantos se julgam únicos donos da verdade e que, por isso, se recusam (ao contrário de nós) a dar voz a quem a não tem – o Povo.

A seguir ao fax veio a edição física, impressa, que semanalmente se mantém junto dos seus leitores, sobretudo em Luanda, mas também com acesso através do pressreader.com (este só possível graças à edição on-line). Sempre a crescer, o Folha 8 aposta hoje na diversificação de meios. Assim surgiram a Rádio F8, a TV8 News Angola e a edição digital diária, jornalf8.net.

A nível mundial, jornais de referência como o The New York Times e o Folha de S. Paulo são exemplos na melhor utilização dos novos recursos digitais para fazer sobreviver jornais nascidos muito antes dos computadores. O Folha 8 também está na liderança desta mais recente tecnologia com a sua edição digital diária.

Enquanto a edição impressa (também ela fortemente alimentada e potenciada pela edição digital e cuja consulta em qualquer parte do mundo só é possível, via PDF, através do jornalf8.net), bem como a rádio e a televisão, têm um alcance reduzido, o jornalf8.net faz chegar Angola (e não só) a todos os cantos do mundo, nomeada à imensa diáspora angolana. Todos os dias, milhares de cidadãos lêem o nossa edição digital, estejam em Angola ou na Rússia, nos EUA ou na África do Sul, no Brasil ou em Portugal.

Além disso, são muitos os jornais espalhados pelos países que falam português que têm no folha8.net uma fonte credível de informação sobre a realidade do nosso país, razão pela qual citam regularmente o Folha 8 e até reproduzem alguns dos nossos textos. Esta é uma realidade só possível pela aposta da Direcção do Folha 8 na edição on-line.

É claro que, a par da comodidade das edições digitais que chegam a qualquer canto do mundo e ficam à distância de um clique, a qualidade e credibilidade do nosso trabalho é fundamental. Sem ela… nada feito. Nora Sanín, directora da Andiarios (Associação Colombiana de Editores de Diários e Meios Informativos), diz: “O que nos vai salvar é o jornalismo, o bom jornalismo. Temos que fazer cada vez melhor aquilo que sabemos fazer.”

Prata de Lima, do Folha de S. Paulo, diz; “Não acho que se trate de desatar a introduzir links URL, mas sim de fazer conteúdos de qualidade, bem pensados e que consigam fazer pensar o leitor.” Certamente que os leitores do Folha 8 já leram muitas vezes esta ideia…

Então o futuro está garantido? Não, não está. E não está porque todos nós, sobretudo os que têm responsabilidades nos diferentes meios, estamos a ficar demasiado fascinados com nós próprios, exacerbando a relação profunda que evidenciamos com os espelhos que temos e, não satisfeitos, compramos ainda mais alguns.

A sobrevivência, ou a morte, de muitos bons projectos (alguns com longas provas dadas) depende da capacidade de diferenciar o acessório do essencial. Sendo certo que quase sempre o acessório é mais sedutor…

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