O sector bancário angolano obteve em 2023 receitas na ordem de 1,83 biliões de kwanzas (20,5 mil milhões de euros), um aumento homólogo de 43%, segundo o relatório anual do Banco Nacional de Angola (BNA).
Segundo o documento, a rentabilidade do sector bancário fixou-se em 862 mil milhões de kwanzas (968 milhões de euros), registando um aumento de cerca de 83%, face a 2022.
Os níveis dos rácios de Rendibilidade dos Capitais Próprios (ROE) e de Rendibilidade dos Activos (ROA) aumentaram consideravelmente de 22,14% e 2,73% em finais de 2022 para 30,38% e 4,24% em Dezembro de 2023, respectivamente, prossegue o relatório.
Existiam no ano passado 22 instituições financeiras bancárias, com 1.478 balcões e 366 agentes bancários em Angola, bem como 18 milhões de contas bancárias abertas, 68% das quais detidas por seis bancos.
No período em análise, os activos do sistema bancário continuaram a apresentar tendência crescente, tendo registado um aumento de 3,65 biliões de kwanzas (4 mil milhões de euros), cerca de 20%, face a 2022, influenciado fundamentalmente, pelo aumento das rubricas títulos e valores mobiliários e crédito a clientes.
No final do ano de 2023, o rácio de incumprimento do crédito inverteu a tendência de redução registada no ano de 2022, com o malparado a fixar-se em 884,61 mil milhões de kwanzas (993 milhões de euros), um aumento de 33% comparativamente ao período anterior
Por sua vez, o passivo total do sector bancário totalizou 18,78 biliões de kwanzas (21 mil milhões de euros), superior em 20,36% ao ano precedente devido ao aumento da rubrica Recursos de Clientes e Outros Empréstimos, a principal fonte de financiamento deste sector
A capacidade de cobertura das obrigações de curto prazo em moeda nacional e em moeda estrangeira apresentou tendência crescente, tendo o rácio de liquidez imediata em moeda estrangeira aumentado de 37% em Dezembro de 2022 para 39% no período em análise. No que diz respeito à liquidez moeda nacional, verificou-se o inverso, diminuindo de 21% no final de 2022 para 17% no período em análise.
Relativamente à solvabilidade do sistema bancário, observou-se um crescimento de 1,84 pontos percentuais do rácio de Fundos Próprios Regulamentares “devido, fundamentalmente, ao reforço de capital por parte dos bancos, no âmbito da execução da política macroprudencial, com destaque para as medidas de reservas de capital”, descreve o relatório.
Assim, no final de 2023, o rácio de solvabilidade observado situou-se em 30,25%, “evidenciando contínua resiliência do sector bancário face aos riscos inerentes à actividade bancária”, segundo o BNA.
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