ACTIVISTAS DETIDOS NO LOBITO JÁ ESTÃO EM LIBERDADE

Foram postos em liberdade os activistas detidos no último sábado por organizarem uma manifestação para contestar o elevado preço dos produtos da cesta básica no município do Lobito, província de Benguela.

A Polícia Nacional no município do Lobito tinha impedido a realização da referida manifestação detendo a os seus organizadores.

Sob liderança de Olímpio Cipriano, Mateus Mbambi Kavalo e Gabriel Marques Neto, os activistas foram surpreendidos pelos agentes da Polícia Nacional quando se encontravam no campo do Morro da Rádio, local indicado para o início da manifestação “pacífica”, e levados para a Unidade Operativa do Lobito de onde acabaram transferidos para o Comando Municipal da Polícia Nacional onde aguardavam pela instrução do processo e julgamento sumário que aconteceu nesta segunda-feira.

Os organizadores da referida manifestação alegam que cumpriram com todos os procedimentos legais conforme orienta a Constituição da República de Angola, mormente no seu artigo 47º e bem como a lei de reunião e manifestação, e que obedeceram a orientação de informar as autoridades.

Por sua vez, em argumentos contraditórios, a Administração Municipal do Lobito nega ter recebido a carta que informava sobre a realização da manifestação, alegando que os assinantes da carta exibiam “profissões falsas”. “Na verdade, a Administração Municipal foi infeliz, ao usar isto, como argumentos para inviabilizar o exercício de um direito fundamental”, reagiu aos factos o Coordenador Executivo da Associação Omunga em comunicado

Para Manuel Malavindele, o comportamento da Administração Municipal do Lobito consubstancia-se “numa autêntica violação dos direitos humanos, pelo que, a OMUNGA condena veemente tal atitude que de certa forma contrasta com a informação segundo a qual “Angola deixou de ser um Estado autoritário”.

Os activistas foram postos em liberdade, mas o Coordenador Executivo da Associação OMUNGA, João Manuel Malavindele, pede ao Tribunal que julgou o caso para que faça correcção do que considerou “excesso de zelo e barbaridade perpetrada pela Administração Municipal em conluio com a Polícia Nacional contra os jovens activistas”.

Geraldo José Letras

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