O vigário para a pastoral da diocese do Sumbe, padre Abel João, denunciou actos de intolerância religiosa protagonizados por um cidadão mauritano que terá proferido termos ofensivos contra cristãos.
Os factos, segundo conta o padre, aconteceram no dia 14 do corrente mês quando a viatura de apoio à paroquia de S. Francisco de Assis embateu contra a viatura do referido cidadão estrangeiro e comerciante, na província do Sumbe. Tendo em conta a gravidade da situação, a paróquia assumiu prontamente os danos materiais provocados pelo incidente, mas, para o espanto do sacerdote, o cidadão mauritano que pratica a religião islâmica começou a destilar o seu ódio contra o cristianismo, na frente das autoridades policiais, sem receio.
“O facto é que tínhamos de prestar contas, e estava aí o SIC (Serviço de Investigação Criminal) e outros serviços de órgãos públicos da segurança e tranquilidade públicas, a polícia nacional, enfim. O SIC, portanto, interveio no caso e tivemos que responder e prestarmos os nossos deveres que e prestamos e estamos a prestar. Mas o modo como o senhor destilou a sua raiva, o seu ódio para connosco, não foi só pelo facto de termos embatido no seu carro. Foi o facto de sermos católicos. E, portanto, a dizer mesmo que em Angola ainda têm um Deus que a gente não gosta. Portanto, Angola é um país cristão e temos
que admitir. Nós somos um país de tradição cristã, e, portanto, nós não podemos admitir aqui que alguém vem, simplesmente e destile o seu ódio contra nós. E falando assim perante os homens dos órgãos de segurança daqui. Estamos a dizer da polícia e também dos Serviços de Investigação Criminal”, salientou.
O sacerdote alertou as instituições do Estado a reflectirem sobre o fenómeno de intolerância religiosa com delicadeza, mas lamenta o facto de haver pessoas ligadas à governação como sendo os principais patrocinadores destes cidadãos, fazendo com os mesmos pactos comerciais.
“Aqueles que detêm o poder politico e a nível central que de facto fazem negócios com esta gente, e é através deles que de facto, muitos entram e, portanto, e, com isso não temos dúvidas de dizer mesmo que a coisa começa no topo. E, quando a coisa começa no topo, não temos porquê nós na base estarmos a dizer que não podemos, quando, na verdade, tudo sabemos que em Angola de facto, o sistema político nacional é este. É centralizada e ainda é um pouco monolítico e também concentrado”, afirmou.
Longe de xenofobia, o pároco alertou, por sua vez que os cidadãos estrangeiros são bem-vindos, mas devem respeitar os nossos princípios culturais como é o caso do cristianismo e o catolicismo.
“Os muçulmanos, os nossos irmãos aqui, não estamos aqui a dizer que nós estamos a ser xenófobos contra os muçulmanos, queremos que estejam cá, mas respeitando a nossa cultura e a liberdade religiosa e também de opinião. Muitos deles, de facto vêm mesmo com essa missão de serem missionários com esta tarefa de implantarem aqui a religião islâmica, referiu”
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