LAGOSTA É LAGOSTA, MANDIOCA É MANDIOCA

A União Nacional para a (In)dependência Total de Angola (UNITA, na oposição suave ao Governo do MPLA) disse hoje que os seus militantes “são livres de individualmente participarem” na manifestação contra o aumento dos preços dos combustíveis, mas não vai aderir oficialmente nos protestos. Pudera! Lagosta é lagosta, mandioca é mandioca!

Lê-se num comunicado de imprensa hoje divulgado que “o Secretariado Executivo do Comité Permanente da Comissão Política da UNITA informa que os membros, amigos e simpatizantes da UNITA, são antes de mais nada e sobretudo cidadãos angolanos, por isso, são livres de individualmente participarem da manifestação convocada pelos activistas da sociedade civil”.

Em causa está a convocação de várias manifestações para sábado, em Angola, contra “a subida do preço da gasolina, o fim da venda ambulante e a proposta de Lei do Estatuto das ONG [organizações não-governamentais], a ter lugar em várias cidades do país”, convocadas por organizações da sociedade civil.

A UNITA critica as medidas tomadas pelo Governo relativamente à retirada dos subsídios aos combustíveis, considerando-as “iniciativas legislativas e medidas de política económica e social do Executivo angolano, que levam qualquer cidadão patriota a uma enorme preocupação, por reflectirem um agravamento das condições de vida dos cidadãos, bem como um evidente retrocesso no exercício dos direitos e liberdades fundamentais plasmados na Constituição da República de Angola”.

Sobre as manifestações, o partido diz que são “legítimas as motivações dos promotores” e “manifesta a sua solidariedade com a causa dos activistas”, apelando ao executivo, em especial ao Ministério do Interior e às forças de segurança, ao “estrito respeito e salvaguarda dos direitos constitucionais”.

A decisão do Presidente, João Lourenço, no início do mês, de deixar de subsidiar os combustíveis fez com que de um dia para o outro, o litro de gasolina em Angola passasse a custar 300 kwanzas (0,48 euros) contra os anteriores 160 kwanzas (0,25 euros).

Eis, na íntegra, o comunicado da UNITA

«O Secretariado Executivo do Comité Permanente da Comissão Política da UNITA tomou conhecimento da convocação de uma Manifestação Nacional contra a subida do preço da gasolina, o fim da venda ambulante e a proposta de Lei do Estatuto das ONGs, a ter lugar em várias cidades do País, amanhã sábado 17 de Junho de 2023, pelo que torna público o seguinte:

– Os últimos desenvolvimentos políticos, sociais e económicos no país, são resultantes das iniciativas legislativas e medidas de política económica e social do Executivo angolano, que levam qualquer cidadão patriota a uma enorme preocupação, por reflectirem um agravamento das condições de vida dos cidadãos, bem como um evidente retrocesso no exercício dos direitos e liberdades fundamentais plasmados na Constituição da República de Angola.

– Tendo em consideração o Artigo 2.º, Artigo 40.º, nr1, e o Artigo 47.º , da Constituição da República de Angola, O Secretariado Executivo do Comité Permanente da Comissão Política da UNITA, considera legítimas as motivações dos promotores, manifesta a sua solidariedade com a causa dos activistas e apela ao Executivo, em especial ao Ministério do Interior e as forças de segurança, ao estrito respeito e salvaguarda dos direitos constitucionais.

– O Secretariado Executivo do Comité Permanente da Comissão Política da UNITA informa que os membros, amigos e simpatizantes da UNITA, são antes de mais nada e sobretudo cidadãos angolanos, por isso, são livres de individualmente participarem da manifestação convocada pelos activistas da sociedade civil.

– O Secretariado Executivo do Comité Permanente da Comissão Política da UNITA reafirma o seu compromisso em defesa da Democracia e da Paz e vai continuar a lutar para uma Angola melhor para todos os angolanos na pátria do seu nascimento.»

Folha 8 com Lusa

Artigos Relacionados

Leave a Comment