Hoje mandei um grande PORRA! Porra, mesmo. Desculpem… Foi, exclusivamente, para mim. Pela minha impotência. O silêncio de nada poder fazer para liderar uma revolução, em nome da ética, da moral, do espírito republicano, quanto à gestão da res-pública.
Por William Tonet
Quando li o Orçamento Geral do Estado, da unidade orçamental, Ministério da Saúde, tive noção dos danos mortais, que a incompetência e a bajulação podem causar, num país.
Senti vontade de me embrenhar num colete de força revolucionária e liderar os grandes exércitos dos pobres, desempregados, desmobilizados e dos sem reforma, numa revolução pacífica, para derrubar a bajulação e a tirania, indiferentes ao sofrimento geral.
Não estando na linha da covardia, não tenho um exército de paz, para contrariar a lógica desta perniciosa turma do mal, corporizada no Menos Pão Luz e Água.
Vejam o quadro sinóptico, o orçamento atribuído a uma instituição privada e o cabimentado às públicas de saúde e, no final, espero que não se solidarize comigo no PORRA, isso é demais. Eles têm mesmo um pacto com o demónio.
DE ABERRAÇÃO EM ABERRAÇÃO ATÉ À ABERRAÇÃO FINAL
A tribo política do partido do poder está desnorteada. Desorientada. Paranoicada. As baratas, tontas, conseguem melhor direcção nos dias que correm, que os “militantons”. Infelizmente.
A guerra do João contra o José, de disparar em todas as direcções, lados e becos, foi a pior estratégia do século XXI, de um político sedento em controlar o poder, em pouco tempo.
Não foi (nem é) avisado, confundir a movediça arena política com um parque infantil, onde, neste, o mais forte, o esperto, despido de inteligência, ameaça as criancinhas, que, temerosas, encolhem-se, sem acção, deixando o garanhão passar e reinar…
ERROS CAPITAIS DE JOÃO:
1. Colocação, na guilhotina, da maioria dos membros do anterior bureau político, comité central, substituindo-os por jovenzinhos, sem experiência e maturidade política;
2. Atacar e ofender, publicamente, no exterior (ex-capital colonial), José Eduardo dos Santos, ex-presidente (38 anos), de marimbondo, em sinal de (in)gratidão por lhe ter dado, de bandeja dourada, o poder da República e do MPLA, sem qualquer escrutínio, militante e de cidadania;
3. Prisão, 10 meses depois, de Dos Santos sair do poder, o seu filho varão: José Filomeno dos Santos, num julgamento fora dos marcos da imparcialidade e isonomia dos juízes (trafegando uma condenação injusta de 5 anos);
4. Monopolização de todo sistema judicial e judiciário;
5. Difamação prévia, em praça pública, prisão e condenação selectiva de “camaradas” feitos adversários, de adversários externos e inimigos, além de confisco de bens e património;
6. Retirada de todo património de José Eduardo dos Santos, filhos, próximos e aliados, por temor de poderem enfrentá-lo, politicamente, tendo capital financeiro;
7. Combater até a exaustão, a corrupção de alguns dirigentes do MPLA, abençoando a corrupção e dinheiro de sangue dos estrangeiros, novos colonizadores, sob a capa de investidores;
8. Inviabilização, desde a sua ascensão ao poder (2017), de novos partidos e lideranças políticas, como o PRA-JA e Abel Chivukuvuku;
9. Combate à liberdade de imprensa, encerrando, confiscando e mandando para o desemprego centenas de jornalistas, aprisionando a pluralidade de opinião e contraditório;
10. Mobilização total dos órgãos policiais, judiciais, de imprensa e bajulantes, para combater, veladamente, o novo líder da UNITA, Adalberto da Costa Júnior;
11. Intolerância brutal e assassinatos, pela primeira vez, contra manifestantes pacíficos, em Luanda (Inocência da Mata) e Kafunfu (genocídio de 158 cidadãos de uma etnia, por reclamarem emprego e comida);
12. Promoção em massa do desemprego, fragilização das empresas públicas e entrega das riquezas nacionais aos especuladores estrangeiros;
13. Hostilização a muitos membros da Igreja Católica e escancaramento do país aos radicais islâmicos.
Todas estas e outras acções, num curto e atribulado consulado, de quatro anos, aliado à inexperiência da “task force” económica, campeã no desemprego e encerramento de empresas angolanas, constituem a tónica da descredibilização do reinado.
Aliado a essa truculência, seguiu-se o “assassinato” político dos maiores cabos eleitorais do MPLA (pese o corrup-ADN); Bento Kangamba, Bento Bento, Norberto Garcia (depois recuperados), Higino Carneiro, Helder Dias Kopelipa; Tchizé dos Santos, Boavida Neto, Isaack dos Anjos, Augusto Tomás, acirram a divisão, enfraquecendo a estrutura e credibilidade do regime e seu líder, em período eleitoral.
Nas Lundas, face ao genocídio e assassinatos diários, em Cabinda, a discriminação, prisões arbitrárias e, a subida do preço do bilhete de avião, estipulado em 27.000,00, mas vendido em agências de militantes e dirigentes do MPLA, por 50 mil, na Huíla e Kunene, o desemprego, a seca e fome, aliado ao domínio comercial do regime islâmico, afastam a maioria eleitoral do MPLA.
No Huambo, Kuando Kubango, Benguela, Namibe, Uíge, Zaire, Malanje, Moxico, Kwanza Sul, Kwanza Norte, Bié, a má gestão governativa, desemprego, constituem uma balança desequilibrada para o regime. Resta o equilíbrio em Luanda e Bengo, onde o MPLA ainda tem uma proporção avantajada, mas o aumento da fome e desemprego, não auguram bons ventos para o lado governamental, em Agosto de 2022, mesmo com o segundo Golpe de Estado: aprovação da Lei Orgânica das Eleições, para beneficiar o MPLA e seu cabeça-de-lista.