ANGOLA ELEITA PARA O CONSELHO EXECUTIVO DA UNESCO

Angola foi eleita, durante a 41ª Sessão da Conferência Geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), membro do Conselho Executivo, para o 2022-2026. Educação, ciência e cultura é mesmo connosco. Se “haver” necessidade o Governo (do MPLA) até assina um “compromíssio”.

Ao submeter a candidatura para a eleição, o Estado Angolano deixou patente a grande importância que atribui à UNESCO. Durante o mandato, o país pretende continuar a envidar esforços no sentido de contribuir para que a organização alcance os seus objectivos.

Angola pretende deixar a sua marca na questão da igualdade de género, espelhada na Agenda 2030 das Nações Unidas e 2063, da União Africana, bem como o espírito do Protocolo de Maputo (2005). Será uma marca a juntar a tantas outras, caso – por exemplo – dos 20 milhões de pobres.

Entre as prioridade do seu mandato, Angola vai manter o engajamento com a Agenda da UNESCO, bem como com a implementação da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, promover as questões ligadas ao continente Africano e contribuir para a realização dos grandes programas ligados ao projecto da História de África.

O Estado angolano vai ainda, durante o seu consulado, 2022-2026, incentivar a restituição dos bens culturais pertencentes aos países africanos, apoiar e trabalhar na estratégia do órgão para a inovação tecnológica na educação (2021-2025), sobretudo no continente Africano, avanço este necessário no actual contexto da Pandemia da Covid-19, entre outros.

No evento, que contou com a presença da directora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay, Angola enquanto novo membro do Conselho Executivo, anunciou que pretende contribuir mais para a implementação do ODD4 e da Estratégia Continental sobre a Educação, uma cooperação entre a União Africana e a UNESCO e promover a Paz e Segurança.

UNESCO elogia João Lourenço

Recorde-se que a directora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay, saudou, no dia 28 de Maio de 2018, em Paris, “a muito boa cooperação com Angola” durante a visita à instituição do presidente João Lourenço (foto), na sua primeira etapa da deslocação oficial a França.

Esta foi a primeira vez que um chefe de Estado angolano visitou a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) e foi o primeiro ponto da agenda da também primeira visita oficial de João Lourenço a França.

“Estamos muito felizes por ter escolhido a UNESCO para começar a sua visita a França. Temos uma muito boa cooperação com Angola e toda a nossa equipa está disponível para acompanhar os diferentes projectos”, declarou a directora-geral da instituição no início de uma curta reunião com João Lourenço.

No final, em declarações à agência Lusa e à RFI, Audrey Azoulay sublinhou que a escolha da UNESCO como primeira etapa da visita bilateral “é um sinal visível da importância que o presidente angolano dá a esta instituição”.

Audrey Azoulay acrescentou que falou com João Lourenço sobre “as áreas nas quais a UNESCO pode acompanhar Angola”, nomeadamente ao nível de formações científicas e ao nível cultural.

“No ano passado, houve a inscrição do importante sítio arqueológico de Mbanza Congo e continuamos a trabalhar nisso, não apenas com Angola, mas também com os países fronteiriços. É um trabalho de reconhecimento da história e também de um potencial desenvolvimento económico sustentável. Além disso, Angola pretende apresentar outras candidaturas para a inscrição no Património Mundial da Humanidade”, afirmou.

A UNESCO classificou, a 8 de Julho de 2017, o centro histórico da cidade de Mbanza Congo, antiga capital do Reino Congo, como património Mundial da Humanidade, a primeira classificação do género em Angola.

Na altura foi referido que as próximas candidaturas que o Governo angolano pretende avançar eram o corredor do rio Kwanza, as gravuras de Tchitundu-Hulu e a cidade de Cuito Cuanavale, tendo a recepção da directora da UNESCO sido “muito boa”, de acordo com a então ministra angolana da Cultura, Carolina Cerqueira.

“Foi muito boa. Ela garantiu que vai continuar a ajudar Angola a desenvolver esses projectos para bem do Património Mundial, para a valorização da História africana e para a afirmação de Angola como um país importante da conjuntura da UNESCO”, afirmou a ministra.

Além da “continuação da cooperação entre Angola e a UNESCO, sobretudo no domínio da preservação, valorização do património nacional”, Carolina Cerqueira adiantou que na reunião se falou sobre “a cultura da paz pela experiência que Angola tem e que poderá servir de exemplo na região africana, questões ligadas à igualdade do género e educação, formação de quadros e bolsas de estudo”.

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