A UNITA “repudia e deplora veementemente” as declarações do Ministro do Interior e do 1º Secretário Provincial de Luanda do MPLA, Bento Bento, segundo as quais, “a UNITA está a mobilizar elementos afectos ao Movimento Revolucionário para efectuar manifestações violentas nas ruas de Luanda contra o MPLA e o seu líder durante a realização do V Congresso extraordinário desse partido”.
Segundo essas declarações de Bento Bento, “os integrantes do Movimento Revolucionário são membros da JURA cuja direcção funciona nas instalações da Rádio Despertar, em Viana “.
“Estas declarações são falsas. Caluniosas. Irresponsáveis e eivadas de intenções inconfessas. Elas revelam, no mínimo, que o MPLA perdeu o norte e quer agora, tal como no passado, voltar a nadar nas águas turvas da calúnia e da desinformação, para sustentar os seus planos macabros, já denunciados, de executar assassinatos políticos dos seus adversários”, afirma a Direcção da UNITA.
Os dirigentes do Galo Negro dizem que ”os angolanos sabem que a UNITA não precisa de vestir outras camisolas para exercer os seus direitos. Os actos políticos da UNITA são reflectidos, organizados e assumidos por ela mesma em toda a sua dimensão, no país e no estrangeiro”.
A UNITA diz igualmente: “Assim tem sido ao longo de quase 50 anos de história. Em 1975, aquando da invasão russo-cubana no intuito de inviabilizar a democracia, a UNITA, em legítima defesa, escolheu o caminho do sacrifício, sozinha, o que veio a culminar com a conquista da democracia multipartidária que hoje vigora no País, embora contra a vontade do MPLA”.
“Esperamos que Bento Bento e o seu MPLA não estejam assim tão alheios ao que se passa em Luanda a ponto de revelarem desconhecimento quanto à sua geografia e especificamente à topografia da Vila Alice, pois, a sede da JURA funciona em Vila Alice a uma distância de cerca de 220 metros a Oeste da sede do Comité Provincial do MPLA onde Bento Bento tem os seus escritórios”, ironiza a UNITA.
Na realidade, esclarece o maior partido da Oposição, “a suposta transferência da Sede da JURA por Bento Bento para as instalações da Rádio Despertar não é inocente. Só por si ela clarifica a tácita intenção de encontrar pretexto para justificar a destruição desse órgão de imprensa resultante dos Acordos de Paz”.
“A UNITA nada tem a ver com os problemas internos do MPLA e repudia veementemente a tentativa deste Partido/Estado de atirar areia para os olhos das pessoas ao procurar atribuir à UNITA as causas das suas profundas contradições e crises de identidade”, salienta o partido liderado por Isaías Samakuva, acrescento que “é certo que a UNITA deplora a má governação de Angola pelo MPLA. Deplora a corrupção, as gritantes violações dos direitos humanos, o nepotismo, as injustiças sociais e as fraudes eleitorais que o Partido/Estado organiza, mesmo afirmando-se de Esquerda. Mas a UNITA sabe que o soberano em Angola é o povo e só o povo tem legitimidade para escolher e demitir os governos, nos termos da Constituição”.
Nesta violenta reacção, corrobora que “a todos os agressores da Paz, mandantes e executores, a nossa mensagem é clara e inequívoca : não percam o vosso tempo com provocações à UNITA. Desistam, porque jamais voltaremos a cair nessa armadilha”.
“O único desafio agora é o de ideias e aquele que não tiver capacidade para exibir a força de seus argumentos, perde e não deverá fazer recurso aos argumentos da força porque a Constituição não permite e a Democracia não se revê neles”, diz a UNITA, afirmando ainda que “o MPLA, que até por sinal sustenta um Governo que é Membro Não Permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, ajude-nos a manter a verdadeira PAZ, a Democracia autêntica e a uma Reconciliação Nacional genuína, valores pelos quais, nós da UNITA pugnamos”.
No contexto pragmático, afirma que “a UNITA sempre desejou que o MPLA fosse uma Organização democrática, pacífica e tolerante. Por esta razão, a UNITA reafirma a importância da realização de congressos democráticos, com múltiplas candidaturas e com renovação de mandatos. Só pode governar democraticamente quem prática a verdadeira democracia no seio do seu partido”.