O Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas Angolanas (FAA) desmentiu informações sobre confrontos entre o movimento independentista de Cabinda e as tropas angolanas, que terão causado 12 mortos, garantindo que a situação política militar na região “é óptima”. A reacção da FLEC não se fez esperar.
“S ão falsas as informações desse eventual ataque de elementos da guerrilha separatista FLEC a tropas das FAA na comuna de Massabi”, disse Egídio de Sousa Santos.
Na resposta, Osvaldo Franque Buela, Chefe do Gabinete da presidência da FLEC, diz que “com certeza absoluta, o chefe do estado-maior das FAA não compreendeu o diagnóstico feito pelo seu comandante-em-chefe, João Lourenço, quando declarou que faria de Cabinda um bom lugar para viver”.
“Ao pedir à FLEC para mostrar ao mundo imagens do ataque que fez 12 mortos, 6 das FAA, 4 civis e 2 soldados das FAC, o general Egídio de Sousa Santos finge ignorar que não precisamos de fazer uma propaganda áudio-vídeo sobre os corpos dos soldados angolanos que morrem no campo da guerra, o que contraria os princípios dos direitos humanos que sempre observamos mesmo nos campos de batalha, porque o corpo do homem é sagrado, mas sempre privilegiamos a busca de uma solução negociada sobre a situação da ocupação militar de Cabinda que dura há mais de quatro décadas”, diz Osvaldo Franque Buela.
Chefe do Gabinete da presidência da FLEC acrescenta que “oficiais superiores de um país que não tem inimigos externos reconhecidos, que não sofre qualquer ameaça de guerra dos seus vizinhos próximos ou distantes, nunca podem repetir constantemente que as tropas permanecem em prontidão em todos os pontos do país, pois sabemos todos que em tempos de paz, um exército tem outras tarefas a fazer do que preparar uma guerra fantasma ou psicológica”.
“Enquanto as autoridades angolanas não tomarem a medida e não mostrarem boa vontade para resolver o problema de Cabinda através de um diálogo inclusivo e franco de todas as forças vivas de Cabinda, o general Egídio de Sousa Santos poderá livremente fazer todo o tipo de declarações e desmentir tudo o que se passa em Cabinda, mas não esconderá nada perante o mundo inteiro, da realidade que se passa em Cabinda”, afirma o dirigente da FLEC.
Osvaldo Franque Buela afirma ainda que “as FAA terão dificuldades em manter a dita estabilidade que os seus chefes cantam nos seus discursos mentirosos por que a verdade é teimosa e triunfa sempre, e se pensam vencer a guerra em Cabinda com uma solução militar, a FLEC não está preparada para perder esta guerra, porque o povo sempre ganha contra a opressão”.