O escritor Albino Carlos venceu o Prémio Nacional de Cultura e Artes na categoria de Literatura, segundo anunciou hoje, quarta-feira, em Luanda, o júri do prémio.
De acordo com o porta-voz do júri, António Fonseca, a atribuição do prémio é resultado da qualidade estética da sua obra “Issunje”, na qual manifesta uma profunda subtileza na transposição em narrativa de algumas das vicissitudes que determinaram a nossa história mais recente, ao mesmo tempo que manifesta um olhar penetrante na observação dos aspectos mais “tumultuosos” da vida quotidiana do povo angolano.
O júri diz que Albino Carlos distingue-se ainda, nesta obra, pela criação e refundição de novas lexias e configurações de escrita oralizante que se alicerçam num modelo discursivo que vem de trás, no domínio da literatura angolana e da tradição oral. Com leveza e mestria, o autor traz para a literatura, numa espécie de quase exorcismo, momentos que marcaram profundamente a história do nosso país.
O livro colocado à disposição dos leitores em Maio comporta histórias do quotidiano angolano como situações vividas no período do conflito armado e problemas sociais em alguns bairros de Luanda.
O livro chama atenção da sociedade sobre alguns comportamentos menos dignos de alguns cidadãos, tendo destacado as histórias “O boato é inimigo do povo”, “Camarada patos fora”, Fantasmas da guerra “ e “Amigo ate ao fim da vida “.
Jornalista há 30 anos, Albino Carlos é actualmente o director nacional de Publicidade e Marketing do Ministério da Comunicação Social.
O escritor tem já publicado o romance intitulado “Olhar de Lua Cheia”, vencedor do prémio literário António Jacinto, em 2006.
Nas demais categorias foram distinguidos, em Artes Plásticas, João Mabuaka, Companhia Enigma Teatro, em Teatro, enquanto o Grupo de Dança Tradicional Katyavala do Bailundo, ganhou na disciplina de Dança.
Na Música foi distinguido Gabriel Tchiema, pela obra “Mungole”, no Cinema e Audiovisual foi atribuído a Asdrúbel Rebelo da Silva pelo conjunto da sua obra, produzida de que se ressaltam Levanta, Voa e Vamos, Escrever a Vida e a Série Valeu, e na categoria de e Investigação em Ciências Humanas e Sociais o prémio coube ao Centro de Estudos do Deserto (CEDO).