FIM DA GREVE NA ESCOLA PORTUGUESA DE LUANDA

ANGOLA. A Direcção da cooperativa que gere a Escola Portuguesa de Luanda (EPL) anunciou hoje o fim da greve dos professores, após garantir actualizações salariais recorrendo às reservas próprias, sem aumentar o valor das propinas até final do ano lectivo.

A informação foi divulgada quando estava convocado para 8 a 10 de Maio o segundo período de paralisação dos professores daquela escola, reivindicando actualizações salariais, nomeadamente devido à desvalorização, superior a 30%, do kwanza para o euro, desde Janeiro. No arranque desta greve, envolvendo a quase totalidade dos 130 professores da EPL, entre 17 e 19 de Abril, a escola tinha já paralisado.

No comunicado de hoje, a Direção da Cooperativa Portuguesa de Ensino em Angola (CPEA) refere que promoveu desde Abril contactos com Governo português, conselho de patronos da EPL e associação de pais. Esses contactos que resultaram na “necessidade absolutamente imperiosa exigida pelo Ministério da Educação de que o corrente ano lectivo deve terminar sem que haja qualquer tipo de perturbações das actividades lectivas e do cumprimento do calendário nacional de exames”.

“Decorreu também dessas reuniões que a CPEA deverá cumprir com as condições contratuais acordadas com os professores e que não haverá aumento do valor das propinas até ao final do corrente ano lectivo”, refere ainda o comunicado da cooperativa, que anuncia, em consequência, “a desconvocação das greves previstas”.

“Para que este plano seja exequível e seja possível cumprir sem sobressaltos as obrigações agora assumidas, a CPEA terá de fazer um esforço financeiro adicional recorrendo às suas reservas de tesouraria, às receitas provenientes das propinas de maio e Junho, sem qualquer aumento relativamente aos meses anteriores, e à cobrança das dívidas dos cooperadores devedores”, aponta ainda a Direcção.

Avançará ainda uma revisão da calendarização das despesas correntes e de manutenção da EPL, mas com a cooperativa a apelar aos pais e encarregados de educação para o “cumprimento rigoroso do calendário de pagamentos”, sem o qual a “CPEA poderá vir a enfrentar dificuldades de tesouraria durante o mês de agosto”.

Em 17 de Abril, no primeiro de três dias de greve cumpridos pelos professores da EPL, a Direcção da CPEA disse não ter meios para ultrapassar o impasse em torno das actualizações salariais exigidas pelos docentes, apelando à intervenção do Governo português.

Lusa

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