TIMOR-LESTE. O bispo católico timorense Ximenes Belo reconheceu que, desde que recebeu o Prémio Nobel da Paz, juntamente com José Ramos-Horta, faz 20 anos na terça-feira, Timor-Leste viveu “altos e baixos”.
Em declarações à Lusa, Ximenes Belo considerou que é preciso “aprofundar mais o conceito de desenvolvimento” e avaliar “os resultados da independência e da autêntica paz” em Timor-Leste.
Passadas duas décadas da atribuição do Nobel da Paz aos dois porta-vozes da resistência de Timor-Leste – quando ainda faltavam seis anos para a efectiva independência do país ocupado pela Indonésia -, “não foi” [tudo um mar de rosas]”, reconheceu o bispo.
“Ainda há conflitos, […] ideológicos e entre as pessoas, sobretudo a nível da justiça” e é preciso melhorar o desenvolvimento, a “distribuição equitativa” e o “respeito pelos bens do país”, considerou.
“Se há corrupção, se há desvios, naturalmente não podemos ter paz autêntica”, sustentou o bispo, que recebeu o Nobel da Paz a 11 de Outubro de 1996, vincando que Timor-Leste tem de “fazer o seu caminho, desenvolver-se” e “trabalhar, arregaçar as mangas, para desenvolver o país”.