MOÇAMBIQUE. Um estudo realizado por pesquisadores do Instituto Superior de Relações Internacionais de Moçambique constata que a juventude moçambicana acredita cada vez menos nas lideranças políticas, sendo a corrupção um dos motivos.
“A nossa análise constatou que os jovens moçambicanos têm um descrédito em relação aos políticos”, disse à Lusa a investigadora e docente do Instituto Superior de Relações Internacionais (ISRI), Irae Lundin.
O estudo, coordenado pela Foundation For European Progressive Studies (FEPS), uma ONG europeia, inquiriu uma amostra de mil jovens de todo o país, na faixa entre os 15 e 35 anos, através de correio electrónico, com questões que dizem respeito à participação da juventude em todo processo político moçambicano.
Apesar de destacar a existência de “um desencanto” pelas lideranças políticas, associado pelos investigadores ao seu envolvimento em casos de corrupção e a promessas não cumpridas, o estudo revela que a juventude moçambicana interessa-se mais pela “acção política”, em alusão à vontade que os jovens apresentam em ver melhoradas as estratégias ligadas à educação e saúde.
“O desinteresse é pela atitude dos políticos e não pela política no geral”, esclareceu a investigadora, apontando, a título de exemplo, a percentagem de jovens que, segundo o estudo, votariam se as eleições tivessem sido agendas para o dia seguinte, que é de 62 por cento.