ANGOLA. A Região Militar de Luanda tem estado a gerir com sérias dificuldades o desaparecimento de 71 armas de guerra do tipo AK 47 e AKM, em Maio passado, da Unidade de Protecção de Objectivos Económicos (UPOE), situada em São Pedro da Barra, na zona da Petrangol.
O suposto furto levou à suspensão temporária do chefe de secção do serviço de segurança da UPOE, tenente-coronel Ugando Bravo “TC Roger”, responsável pela protecção do armamento e pela situação operativa da unidade do ponto de vista da segurança. O UPOE tem como objectivo principal a defesa da Refinaria de Luanda, na Petrangol. A unidade foi criada após o acto de sabotagem de comandos sul-africanos, a 30 de Novembro de 1981, que destruiu parcialmente a refinaria e levou ao fuzilamento em massa das forças ali estacionadas.
Segundo fontes militares que acompanham o dossiê, as armas foram retiradas gradualmente do armeiro da unidade, e há indícios de que terão sido vendidas a uma empresa privada de segurança.
As mesmas fontes estranham que, perante um acto de tamanha gravidade, a suspensão do tenente-coronel Ugando Bravo tenha sido ultrapassada com a sua actual transferência para o Destacamento de Apoio da Região Militar de Luanda. De acordo com o previsto na Lei dos Crimes Militares, invocam os interlocutores, o caso deveria ter levado à detenção dos envolvidos e a buscas para a recuperação do arsenal roubado, e não, evidentemente, a transferências de posto.
O chefe do Serviço de Inteligência e Segurança Militar (SISM), general António José Maria “Zé Maria”, tem sido incansável na invenção de golpes de Estado. No entanto, diante de uma situação grave como esta, que ocorre no seio dos seus serviços, envolvendo um dos seus subordinados, mantém-se indiferente. É conhecido o caso do major Nando, a quem o general puniu com nove meses de cadeia na sequência de este ter faltado apenas um dia à tarefa habitual de lhe levar a sopa, da messe do SISM para a sua residência particular.
Fonte: Maka Angola