A Polícia Nacional de Angola garantiu hoje que a situação de segurança pública no país “é estável”, sem o registo, nos últimos dias, acções que condicionem o normal funcionamento das instituições e a livre circulação de pessoas e bens.
Numa comunicação à imprensa, dando conta do ponto de situação de segurança pública no país, o porta-voz da Polícia Nacional, Mateus Rodrigues, referiu que este informe visa “levar a mensagem de tranquilidade aos cidadãos, que não há razões para preocupações para limitar a circulação pública nos próximos dias”.
“A Polícia Nacional de Angola tem acompanhado com atenção a produção, publicação, republicação e disseminação de informações nas redes sociais, na sua grande maioria falsas, caluniosas e até criminosas, com um único sentido: espalhar o medo, insegurança e a instabilidade social no país”, referiu.
Mateus Rodrigues alertou ainda que “este fenómeno é cíclico e ocorre sempre nas vésperas de grandes acontecimentos acolhidos por Angola, com a publicação de vídeos e áudios, alguns deles até de outros países, situações ocorridas em momentos anteriores, algumas delas até com processos disciplinares e criminais com sentença transitada em julgada”.
“Relativamente a este ponto, impõe-se que os cidadãos consultem fontes de informação oficial”, disse o porta-voz da Polícia angolana, assegurando que “a situação de segurança no país é estável”, reiterando o “seu papel de guardiã da ordem e tranquilidade públicas, da protecção das pessoas, dos seus bens e do livre exercício de direitos e garantias fundamentais à luz da Constituição da República de Angola”.
Segundo Mateus Rodrigues, estão salvaguardadas todas as medidas de segurança para o asseguramento de todas as actividades de carácter nacional e internacionais, que decorrem no país, alertando ainda que “toda e qualquer tentativa de alteração da ordem e tranquilidade públicas merecerão uma resposta pronta e adequada das forças de defesa e segurança do país em função do grau de ameaça que vier a representar”.
Nas últimas semanas, Angola registou momentos de agitação social, na sequência de uma greve promovida por associações e cooperativas de taxistas, em protesto pela subida dos preços dos combustíveis e das tarifas dos transportes públicos.
A paralisação registada entre 28 e 30 de Julho passado, ficou marcada por tumultos, caracterizada por actos de vandalismo, pilhagem, violência, destruição de bens públicos e privados, resultando em 30 mortos, 277 feridos e 1.515 detenções, segundo os dados oficiais.
Os actos de destruição e violência assistidos na província de Luanda, capital de Angola, estenderam-se também para as províncias de Benguela, Icolo e Bengo, Bengo, Huíla, Malanje, Huambo e Lunda Norte.
Na sequência desta ocorrência, as autoridades angolanas têm anunciado várias detenções, nomeadamente do presidente e do vice-presidente da Associação Nacional dos Taxistas de Angola (Anata) que liderou a convocação da paralisação por três dias dos serviços de táxis.
Face a estas detenções, circulam nas redes sociais informações a dar conta da realização de uma nova greve, a partir de segunda-feira, caso continuem detidos os líderes da Anata.