Ricardo Costa, director de Informação da SIC Notícias, afirmou recentemente que o MPLA e a UNITA negociaram o resultado das eleições de 2022. Esta declaração não é apenas grave, mas também confirma aquilo que eu já havia defendido anteriormente: as eleições de 2022 tiveram três vencedores – o MPLA, a UNITA e a comunidade internacional e um derrotado o povo angolano.
Por Malundo Kudiqueba
Quando escrevi isso no jornal Folha 8, fui violentamente atacado pelo General Numa e ameaçado por membros da UNITA no Reino Unido, Holanda e Portugal. Agora, sinto-me plenamente vindicado. Ricardo Costa, uma figura respeitada e imparcial na imprensa internacional, corroborou a verdade que tentei expor. E perante esta verdade, exijo um pedido de desculpas públicas do General Numa e de todos aqueles que tentaram silenciar-me de forma injusta.
Onde está a coragem que o General Numa demonstrou ao atacar-me? Será que essa coragem desapareceu porque, desta vez, a denúncia partiu de um português europeu e não de um angolano preto como eu? A UNITA mostrou-se covarde, complexada e selectiva no seu silêncio. Atacam-me pela minha cor, pela minha independência e pela minha visão crítica, mas calam-se perante um jornalista europeu.
A UNITA não tem autoridade moral para criticar resultados que ajudou a legitimar. Se hoje ocupam lugares no Parlamento, é porque o processo eleitoral foi transparente o suficiente para validar os resultados. Negociaram e agora fingem indignação? Essa hipocrisia só mostra que são tão cúmplices quanto o MPLA nos erros que denunciam. Vocês legitimaram a farsa e agora querem posar como vítimas? Não enganam mais ninguém.
Fui atacado de forma vil, tratado como inimigo por dizer a verdade. A injustiça foi cometida contra mim por aqueles que clamam ser defensores da justiça e da liberdade. Se o General Numa tem um pingo de integridade, que use a mesma energia para desmentir Ricardo Costa ou reconhecer que estava errado. O silêncio dele é um grito de cumplicidade.
Se não houver retractação pública, tomarei medidas legais. A dignidade e o respeito que me são devidos não serão negociados. Fui alvo de intolerância, de ameaças e de ataques porque ousei expor uma realidade desconfortável. Hoje, a verdade está mais clara do que nunca. E essa verdade é a arma mais poderosa contra aqueles que tentaram silenciar-me.
A UNITA, que deveria ser alternativa ao MPLA, mostra-se igual ou pior. Intolerantes, vingativos e complexados. Não merecem chegar ao poder enquanto não provarem que respeitam as diferenças, a liberdade de expressão e a dignidade de todos os angolanos, independentemente de quem são ou de onde vêm.
Exijo um pedido de desculpas. A justiça tarda, mas não falha.