CRISE NO INTERIOR DO MPLA DENOTA O FRACASSO DAS SUAS POLÍTICAS

As lutas intestinais no interior do MPLA, deixaram de estar confinadas ao galinheiro do kremlin do de Maio. Estão na rua, com doses elevadas de boçalidade. Uma boçalidade que fede. Mostram o nanismo intelectual de uma organização, sem pergaminhos para levar o barco a bom porto. Eles insistem, mas o povo já não lhes vê capacidade de inverter o quadro. O poder fugiu-lhes do controlo, apesar de pensarem ter a cereja no topo do bolo. Não, o que lá está é o cocó do cavalo do bandido. Porque o povo está a deixar de ser otário.

Por William Tonet

Na luta entre lobos e cordeiros existe, claramente, um vencedor: Valdir Cónego, o jovem de Malanje, comprometido em resgatar a áurea do MPLA original.

Ele desalojou-se do número quantificável (inócuo e bajulante CC de 700 membros) para abraçar o qualificável e melhor do MPLA, resgatando as memórias de nacionalistas impolutos como, Viriato da Cruz, Mário Pinto de Andrade, Matias Miguéis, Deolinda Rodrigues, Hojy ya Henda, António Jacinto, Lourenço Casimiro, Comandante Paganini, Nito Alves, Carlos Rocha Dilolwa, Guilherme Tonet, Isaac Moisés Mayembe e tantos outros anónimos militantes, que defendiam causas e não mordomias.

Valdir toca, a cada minuto, a campainha interna, por um MPLA mais humanista, socializante, agregador, de justiça, amante das liberdades e democracia.

Defende nos argumentos, menos egoísmo, terrorismo policial, prisões arbitrárias, sob a bandeira, fuzil e algemas do MPLA, dinamitando-o a luz mental dos cidadãos.

Daí o crescimento, apesar da política do terror imposta por João Lourenço, do movimento de resgate, nascido do interior do comité central liderado, pasme-se por um jovem, que esperavam fosse uma marioneta, mas superou Pitra Neto, Higino Carneiro; Dino Matross, Fernando da Piedade, Boavida Neto e outros, que se julgavam, ter, em momentos de crise, os…no lugar.

O MPLA não tem liberdade interna, denuncia Valdir Cónego, que inclusive, foi alvo, pasme-se, de perseguição e ameaça, na casa de banho, por Tito Cambanje…

O que hoje se exige de um partido há 50 anos no poder, avesso a realização de eleições livres, justas e transparentes (denúncias internacionais e nacionais) é a mudança do seu “modus operandi”, com higiene intelectual. Depois desassociar toda cúpula dirigente, com impressões digitais na corrupção esbanjadora do pedestal do poder.

Se nada for feito agora, com o ressurgir do leão, na visão de Valdir, o MPLA esfumar-se-á, definitivamente, do mapa político, na próxima década. Deixará de ser lembrança positiva, incluindo de ter proclamado a “sua independência” e criado, com exclusividade, heróis duvidosos.

A memória colectiva, colocará não os individuais, mas o ente-jurídico-colectivo, no esgoto dos vampiros.

A reacção de João Lourenço e Tito Cambanje, quanto às pretensões de Higino Carneiro e Valdir Cónego mostra a cumplicidade com a fraude, falta de transparência e batota eleitoral interna. Ora, quem no interior do seu partido viola as regras de lisura, não pode garantir, no país eleições livres, justas e transparentes, principalmente, se tiver o monopólio da máquina.

Demoniacamente, não são os defensores das múltiplas candidaturas e democracia interna, no MPLA, a defender “a lógica da batata, na lei da batota”. Os responsáveis são os arautos dos assassinatos de carácter e físico, promotores da política da raiva e do ódio, prisões arbitrárias, espancamentos e genocídio, contra os cidadãos.

Valdir condena, por isso ganhou estima de muitos cidadãos ao ter a coragem de criticar, abertamente, a política económica do seu líder, de estar a entregar de bandeja, a soberania económica do país aos especuladores ocidentais e asiáticos e fundamentalistas ligados ao Estado islâmico.

Isso pode ainda ser evitado? Pode. Porque o problema não é endémico, capaz de ser resolvido com a eleição de Higino, Nandó, Venâncio ou Valdir, mas sistémico, logo dado o índice de pobreza e injustiças só a remoção completa do MPLA poderá devolver alguma esperança aos angolanos.

É verdade que as múltiplas candidaturas são um forte desafio a maturação mental de João Lourenço e seu exército mirim-bajulador, mas ainda assim insuficientes para o resto do país, porquanto, havendo resistência a transparência interna, este não emprestará lisura na reforma que pretende no pacote eleitoral geral.

Sem uma verdadeira vassourada, um novo Poder Constituinte, capaz de eleger uma Assembleia Constituinte originária, visando a elaboração de uma Constituição e órgãos de soberania despartidarizados, distante dos pergaminhos normativos ocidentais, apenas mudará o que nunca muda.

Essa é a luta dos verdadeiros patriotas, resgatar Angola das garras de um partido, cuja maioria dos seus membros tem um compromisso letal com o capital externo e a democracia dos metais, que entrega as riquezas do país aos estrangeiros, para sua manutenção no poder.

Angola precisa, urgentemente, para se afastar de um grande conflito bélico, de nova aurora.

Os angolanos precisam de proclamar, num dia não muito distante, a nova, original e verdadeira independência.

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