A diplomata e antiga ministra angolana Maria de Fátima Jardim é a nova secretária-executiva da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), foi hoje anunciado após a Conferência de chefes de Estado e de Governo. Maria de Fátima Jardim sucede ao timorense Zacarias da Costa, que completou dois mandatos (desde 2021) no cargo.
A diplomata e antiga ministra angolana (obrigatoriamente do MPLA, como acontece há 50 anos) Maria de Fátima Jardim é licenciada em biologia pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, que foi vice-presidente do Conselho da Organização das Nações Unidas para a Alimentação (FAO), em representação de África, cargo que assumiu em 2021.
O nome de Fátima Jardim foi proposto por Angola numa carta enviada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros angolano, Téte António, aos seus homólogos.
A diplomata angolana foi directora do Instituto Nacional de Investigação Pesqueira e Marinha (INIPM) na cidade angolana do Lobito, e depois assumiu as funções de Directora do Instituto Nacional de Investigação Pesqueira (INIP) em Luanda.
Dada a sua formação e experiência profissional, tem grande experiência na área da ecologia marítima, no sector oceanográfico e na actividade pesqueira, lê-se no seu perfil na internet.
Além de ministra das Pescas, entre 1992 e 1996, no Governo de Unidade e Reconciliação Nacional de Angola, foi ministra das Pescas e Ambiente de 1996 a 2002 e de 2008 a 2015, foi ministra do Ambiente.
Em 2015, foi enviada para a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 21), representando Angola e os Países Menos Desenvolvidos nas negociações que levaram ao Acordo de Paris. Entre 2003 a 2008 Maria de Fátima Jardim foi deputada na Assembleia Nacional do MPLA.
Até Março deste ano era embaixadora de Angola em Itália. Em Março, foi exonerada pelo Presidente da República de Angola, general João Lourenço, que nomeou para o seu lugar Josefa Leonel Correia Sacko, uma diplomata e especialista em desenvolvimento agrícola com vasta experiência internacional, segundo notícias da altura.
O Secretariado Executivo é o principal órgão executivo da CPLP e tem a competência de pôr em prática as decisões da Conferência de Chefes de Estado e de Governo, do Conselho de Ministros dos Negócios Estrangeiros e do Comité de Concertação Permanente (Comité de embaixadores representantes dos Estados-membros em Lisboa, sede da CPLP).
Compete-lhe ainda planear e assegurar a execução dos programas da organização, organizar e participar nas reuniões dos vários órgãos da comunidade e acompanhar a execução das decisões das reuniões ministeriais e outras iniciativas da organização.
O Secretário Executivo é uma personalidade de um dos Estados-Membros da CPLP, eleito para um mandato de dois anos, que pode prolongar-se por mais dois, e mediante candidatura apresentada rotativamente pelos nove países, por ordem alfabética crescente. Este ano era a vez de Angola apresentar o seu candidato, de acordo com informação disponível no site oficial da CPLP.
Além de Angola, são Estados-membros da CPLP Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.