Um comboio com um carregamento de enxofre, que tinha como destino a República Democrática do Congo, descarrilou hoje na província angolana do Moxico, sem provocar vítimas, interrompendo a circulação naquele trajecto.
Ao serviço do consórcio Lobito Atlantic Railway (LAR), o comboio proveniente do Porto do Lobito, província de Benguela, descarrilou na localidade de Cavimbi, a 127 quilómetros da cidade do Luena, província do Moxico, avançou a agência noticiosa angolana, Angop.
Uma equipa técnica do consórcio Lobito Atlantic Railway deslocou-se ao local do acidente para constatar os danos causados devido ao descarrilamento, que levou o Caminho de Ferro de Benguela a suspender a venda de bilhetes previstos para hoje no trajecto Luena/Cuito.
Segundo uma fonte citada pela Angop, não é ainda conhecida a dimensão dos danos, designadamente quantos metros da linha ficaram danificados, o que condiciona a retoma do serviço naquele trajecto.
A concessionária do Corredor do Lobito iniciou no mês passado as operações de transporte de enxofre, a partir do Porto do Lobito até à Republica Democrática do Congo, para apoio à actividade mineira na zona de Katanga.
O consórcio LAR, constituído pela Trafigura, Mota-Engil e Vecturis, obteve em 2022 a concessão para a operação, gestão e manutenção do corredor ferroviário do Lobito, que percorre Angola até ao cinturão de cobre africano, e do terminal de minérios do porto do Lobito, por um período de 30 anos.
O projecto de reabilitação deste corredor logístico é apoiado pelos governos de Angola, República Democrática do Congo, Zâmbia e Parceria para o Investimento Global em Infra-estruturas (PGII) do Governo dos EUA e União Europeia.
A LAR tem cerca de 700 trabalhadores divididos entre a gestão da empresa e as operações ferroviárias e portuárias, maioritariamente provenientes dos CFB – Caminhos de Ferro de Benguela e do porto do Lobito, prevendo que o seu número aumente “significativamente em função do aumento da actividade da concessionária”.
Nos próximos anos está previsto um investimento de cerca de 450 milhões de dólares, através de um financiamento da Cooperação Financeira para o Desenvolvimento Internacional dos Estados Unidos (DFC), que se encontra em fase final de validação, para o incremento da modernização e da eficácia do Corredor do Lobito.