CIENTISTA ANGOLANO NOS EUA AJUDA TIMOR-LESTE

O investigador angolano Wilson Tavares (foto), que está a desenvolver pesquisa nos EUA e em Portugal para estudar o perfil genético do Plasmodium falciparum, aceitou um convite para integrar um grupo de investigação da Universidade de Díli. Não consta que existam situações similares por parte de universidades russas…

O grupo de investigação da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Díli (UNDIL) envolvido no projecto desenvolve pesquisa na área de concentração de saúde pública, e será coordenado, conjuntamente, por Dulce Ximenes Reis (UNDIL) e por Wilson Tavares, o investigador de Angola que realiza pesquisa, uma parte nos EUA (The University of Maryland, Baltimore) e outra em Portugal (Universidade Nova de Lisboa).

A pesquisa, conforme explicou o pró-reitor da área de pós-graduação, investigação e cooperação com a CPLP, irá desenvolver-se na perspectiva multicêntrica,

O projecto está inserido na linha de pesquisa “Boas práticas na assistência à saúde comunitária” e denomina-se “Estudo sobre a relação entre o saneamento ambiental e a doença provocada pela dengue no Município de Díli”.

A decana da Faculdade de Ciências da Saúde, Joaninha Carvalho de Jesus, explicou que o objectivo geral é analisar a relação entre o saneamento ambiental, nomeadamente condições ambientais domésticas, depósitos de lixo e abastecimento de água potável, e o surto de dengue observado no Município de Díli.

A Faculdade de Ciências da Saúde informou que a Universidade de Díli estabeleceu um Acordo de Cooperação, no passado dia 13 de Junho de 2023, com o Hospital Nacional Guido Valadares (HNGV), o maior hospital público de Timor-Leste.

O Hospital Nacional Guido Valadares, segundo o Diploma Ministerial Nº 75/2021 de 27 de Outubro, no seu Regulamento Interno, adiantou a fonte, criou um Gabinete de Formação, Cooperação e Pesquisa, onde está previsto a pesquisa e a cooperação.

O Acordo de Cooperação foi assinado por Alito Soares, Director Executivo do HNGV, e por José Agostinho Pereira, Reitor da UNDIL.

O Reitor da UNDIL explicou que foram estabelecidos vários objectivos e um deles é, “facilitar a actividade de pesquisa e o intercâmbio entre as partes”.

Portanto, segundo informou a investigadora Dulce Ximenes Reis, o processo de selecção de amostras será concretizado em parceria com o Hospital Nacional Guido Valadares, com quem a UNDIL celebrou o Acordo de Cooperação.

Wilson Tavares investiga em Lisboa e em Baltimore (EUA) e também desenvolve com outros investigadores uma pesquisa na Unidade de Parasitologia Médica do Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade Nova de Lisboa, em colaboração com a Universidade de Maryland, Baltimore (Estados Unidos), portanto, com um percurso académico e científico muito promissor.

O jovem cientista angolano que está agora nos EUA e recebeu este ano uma honrosa bolsa de viagem para a conferência anual da Sociedade Americana de Medicina Tropical e Higiene, começou por fazer o bacharelato em Ciências Médicas na especialização em Hematologia na Universidade de Coventry (Inglaterra), depois um mestrado em Ciências Biomédicas com ênfase em Neurociências, obtido na Universidade de Keele, também em Inglaterra, e por último o doutoramento, onde desenvolve pesquisa com o projecto de investigação que visa determinar o perfil genético do Plasmodium falciparum, o parasita causador da malária, com alta mortalidade em África e em países de outros continentes.

Wilson Tavares explicou que a linha de pesquisa com o título “Epidemia genómica”, originou o projecto de pesquisa “Estrutura populacional de Plasmodium falciparum em Angola, utiliza dados de sequenciação genómica de isolados de campo e tem como objectivos investigar a demografia de P. falciparum em Angola, estimular a diferenciação genética entre a população de parasitas em Angola e as populações em países vizinhos e determinar o impacto de intervenções de saúde pública em Angola na diversidade genética de P. falciparum.

As melhores universidades do mundo são: Massachusetts Institute of Technology (MIT); University of Cambridge; Stanford University; University of Oxford; Harvard University; California Institute of Technology (Caltech), Imperial College London; University College London (UCL); ETH Zurich; University of Chicago.

Ni grupo das 18 melhores universidades de África, nove são da África do Sul, que mantém a Universidade da Cidade de Cabo em primeiro lugar no continente desde 2003. Angola não tem nenhuma.

Em África, o Egipto é o segundo país mais representado, com sete universidades, com realce para a Universidade de Adis Abeba (Etiópia) e a Universidade de Ibadan da Nigéria.

Folha 8 com Jornal Tornado

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