ANGOSAT “BOICOTA” JOÃO LOURENÇO

O Centro de Controlo e Missão de Satélites, localizado na zona da Funda, província de Luanda, será inaugurado na próxima sexta-feira, pelo Presidente da República, general João Lourenço. Ainda não confirmaram a sua presença no acto o Presidente do MPLA e o Titular do Poder Executivo…

A infra-estrutura seria aberta, inicialmente, na próxima segunda-feira, mas razões de “calendário” (segundo a Angop) levaram ao adiamento para terça-feira, agenda transferida novamente (por razões de “calendário?) para sexta-feira.

A inauguração do centro decorrerá no âmbito da Estratégia Espacial Nacional e após o lançamento em órbita, com sucesso, do ANGOSAT-2.

O centro foi construído numa superfície total de 6.617 m2, com 3 pisos, 47 compartimentos e devidamente apetrechado com meios técnicos e tecnológicos.

O Centro de Controlo e Missão de Satélites é uma infra-estrutura inteligente (ou não fosse uma iniciativa do MPLA) com múltiplas vantagens de engenharia, capaz de garantir o acompanhamento, monitoramento e a exploração de satélites, neste caso o ANGOSAT-2.

O ANGOSAT-2 é um satélite de comunicações angolano, lançado no dia 12 de Outubro de 2022 no Cosmódromo de Baikonur, Cazaquistão, que se encontra em órbita na posição 23E.

Com altas taxas de transmissão de dados, o ANGOSAT-2 foi desenhado e construído com a participação e dedicação directa de especialistas russos e angolanos, e tem a capacidade para cobrir, através da Banda – C, todo o continente africano e parte significativa do Sul da Europa.

O satélite vai contribuir para a excelente e moderna fonte de geração de receitas, uma vez que o ANGOSAT-2 oferece cobertura a uma parte significativa do continente africano e do continente europeu, e contribuir, grandemente, para a diminuição da exclusão digital de Angola e dos angolanos, bem como de África.

O mesmo vai contribuir significativamente, segundo recado que o MPLA mandou a Angop transmitir, para a expansão dos serviços de telecomunicações nas zonas mais recônditas do país a preços competitivos, garantir um maior desenvolvimento da tele-medicina, de serviços de educação à distância, apoio directo à actividade agrícola, e não só, ao nível nacional. Poderá mesmo ajudar o milho a crescer…

A criação de oportunidades de emprego em áreas ligadas à tecnologia espacial, como exemplo, manutenção e instalação de antenas VSAT, e a autonomia do país no processo de desenvolvimento e operação de equipamentos, abrindo novos cenários para os profissionais e empresas do sector aeroespacial, constam dos propósitos deste satélite angolano.

Sob a gestão de João Lourenço, Angola está mesmo a caminho do paraíso. Foi isso mesmo que começou a acontecer, embora sob a divina batuta de José Eduardo dos Santos, com o primeiro satélite angolano (ANGOSAT), que colocou o reino nos anais de actividade espacial do país e do mundo. Essa foi, aliás, uma garantia do então Secretário do Estado das Telecomunicações, Aristides Safeca.

As explicações de Aristides Safeca foram de tal maneira eloquentes que nos garantiram que depois de construído o satélite seria lançado no espaço. De facto, é sempre de enaltecer tal precisão dos nossos governantes. É que, presumimos, não faria sentido lançar o satélite antes de ele estar concluído. Mas, reconheça-se, com o MPLA tudo é possível.

Ao contrário do que pensavam os angolanos, o satélite, tal como a Banda Larga, não trazem nem produzem comida, nem medicamentos, nem casas, nem escolas, nem respeito pelos direitos humanos. Importa, contudo, compreender que há prioridades bem mais relevantes. E o satélite e a banda larga são claramente prioridades.

Para o então responsável pela pasta das telecomunicações no Governo, Aristides Safeca, o ANGOSAT marcou a entrada do país “numa nova era das telecomunicações, o que pressupõe a condução de um programa espacial que inclua, futuramente, o lançamento de satélites subsequentes”.

Recorde-se que foi no Conselho de Ministros de 25 de Junho de 2008 que foi aprovado o projecto de criação do satélite “ANGOSAT”.

Em comunicado, o Conselho de Ministros referiu nesse dia que foram aprovadas as minutas do contrato a celebrar entre o Ministério dos Correios e Telecomunicações de Angola e o consórcio russo liderado pela empresa “Robonex-sport”, tendo em vista a construção, colocação em órbita e operação do satélite angolano.

O projecto permitirá, já se dizia na altura, a disponibilização de serviços e o acesso internacional, de suporte e expansão da Internet de banda larga, de transmissão para os operadores de telecomunicações e também a disponibilização para suportar serviços de rede de televisão e de radiodifusão.

Por mera curiosidade refira-se que no mesmo Conselho de Ministros foi feito um reajustamento nos salários da função pública, sendo que – segundo o Governo – a alteração estava em consonância com o Programa Geral do Governo que previa como medida de política salarial o reajustamento dos vencimentos dos funcionários públicos, tendo em vista a reposição do poder de compra dos salários devido à inflação esperada de 10 por cento.

“Este Satélite é o primeiro e marca a entrada de Angola numa nova era das telecomunicações, o que pressupõe a condução de um programa espacial que inclua, futuramente, o lançamento de satélites subsequentes,” referiu em 2012 Aristides Safeca, coordenador do projecto.

Ao que tudo indica, com o ANGOSAT e com a Banda Larga, o nosso país deixará de ter 68% da população afectada pela pobreza, ou uma taxa de mortalidade infantil que é das mais altas do mundo, com 20 milhões de pobres…

Será também graças ao satélite e à banda larga que não mais se dirá que apenas um quarto da população tem acesso a serviços de saúde, que, na maior parte dos casos, são de fraca qualidade, ou que 12% dos hospitais, 11% dos centros de saúde e 85% dos postos de saúde existentes no país apresentam problemas ao nível das instalações, da falta de pessoal e de carência de medicamentos.

Do mesmo modo, com o ANGOSAT e com a Banda Larga não mais se afirmará que a taxa de analfabetos é bastante elevada, especialmente entre as mulheres, uma situação agravada pelo grande número de crianças e jovens que todos os anos ficam fora do sistema de ensino. Ou que 45% das crianças sofrerem de má nutrição crónica, sendo que uma em cada quatro (25%) morre antes de atingir os cinco anos.

Também se acabará com essa realidade de 80% do Produto Interno Bruto ser produzido por estrangeiros; de mais de 90% da riqueza nacional privada ser subtraída do erário público e estar concentrada em menos de 0,5% da população.

Em relação às “compensações” do “ANGOSAT-1”, um investimento de cerca de 270 milhões de euros, que desapareceu após ser lançado para o espaço a 26 de Dezembro de 2017, o então secretário de Estado para as Tecnologias de Informação, Manuel Homem, afirmou que as mesmas se reflectem “em várias acções em curso no país”.

A emissão do sinal da Televisão Pública de Angola (TPA), da Rádio Nacional de Angola (RNA) e os serviços de telemedicina do Ministério da Saúde “são assegurados com serviços de compensação do ANGOSAT-1”.

“E, também, outros serviços relacionados com a disponibilização de internet gratuita aos cidadãos nas mediatecas e praças públicas também são assegurados pela compensação do ANGOSAT-1”, frisou ainda Manuel Homem.

Até 2022, o ANGOSAT-2 deverá entrar em órbita, garantia mais tarde o ex-secretário de Estado e na altua ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, Manuel Homem.

“O que podemos afirmar é que decorre um cronograma que foi estabelecido entre as partes e não há atraso verificado”, disse o ministro, garantindo estar assegurada toda a engenharia técnica, para permitir que este processo ocorra dentro dos procedimentos estabelecidos.

Manuel Homem em Abril de 2021 no final da reunião do Conselho de Ministros, onde foi aprovado o Estatuto Orgânico do Gabinete de Gestão do Programa Espacial Nacional. Este diploma iria permitir a realização de actividades de exploração espacial.

De acordo com então ministro, hoje (des)governador de Luanda, o país tinha um amplo programa estratégico nacional que iria reajustar o Estatuto Orgânico do Gabinete de Gestão do Programa Espacial Nacional para que esteja alinhado com as normas internacionais.

Além disso, Manuel Homem disse que Angola estava a desenvolver um programa espacial que permitirá o lançamento dos primeiros segmentos de infra-estruturas espaciais, como o satélite. Este programa, já em curso, estava a ser adequado para acompanhar esta iniciativa e outras que visam melhorar o trabalho de exploração espacial no país.

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